As preocupações com a alta da inflação nos EUA têm sido o fator preponderante no sentimento dos mercados nas últimas semanas. Dados divulgados no início do mês mostraram que os preços aos consumidores americanos tiveram seu maior salto em quase 12 anos no mês de abril.
Dessa forma, as ações de tecnologia perderam vigor, com os investidores preferindo nomes de valor, ou seja, empresas que são mais sensíveis aos ciclos econômicos e se saem melhor em um ambiente de inflação aquecida.
Destacamos abaixo duas empresas vencedoras até agora no ano e que estão bem posicionadas para aumentar seus ganhos, mesmo diante dos temores inflacionários que impactam os mercados.
1. Bank of America
- Desempenho no acumulado do ano: +39,1%
- Capitalização de Mercado: US$ 356,8 bilhões
O Bank of America (NYSE:BAC), que responde por cerca de 10,7% de todos os depósitos bancários nos EUA, está se destacando neste ano, aproveitando-se da recuperação econômica, da sua robusta atividade bancária de investimento e da redução da sua exposição a perdas com crédito.
As ações dessa instituição sediada em Charlotte, Carolina do Norte, saltaram cerca de 39% até agora no ano, superando de longe os retornos comparáveis tanto do Dow Jones Industrial quanto do S&P 500. Na comparação ano a ano, as ações desse gigante bancário já se valorizaram 84%.
Seus papéis, além de registrarem um desempenho acima dos seus pares, como JPMorgan Chase (NYSE:JPM) e Citigroup (NYSE:C), encerraram o pregão de terça-feira cotados a US$42,16, não tão distantes da máxima histórica de US$42,94 tocada em 10 de maio.
Nos níveis atuais, o BofA possui uma capitalização de mercado de quase US$357 bilhões, o que o faz ser a segunda maior instituição bancária dos EUA e a oitava maior do mundo.
O Bank of America divulgou resultados impressionantes para o 1º tri, em 15 de abril, superando as expectativas tanto de receita quanto de resultado.
O banco reportou um lucro por ação (LPA) de US$0,86, uma alta de 115% em relação ao LPA de US$0,40 no mesmo trimestre do ano passado. A receita totalizou US$22,9 bilhões, ultrapassando facilmente as estimativas de US$21,9 bilhões, em meio à explosão de resultados em suas unidades de trading e banco de investimento.
A receita decorrente de trading de títulos de renda fixa saltou 22% em relação ao mesmo período do ano passado, para US$3,3 bilhões, enquanto o faturamento com as negociações de ações cresceu 10%, para US$1,8 bilhão. A empresa também registrou um aumento de 62% nas taxas praticadas em seu banco de investimento, alcançando US$2,2 bilhões, graças a uma disparada de a 218% nas taxas de subscrição de ações.
O CEO Brian Moynihan afirmou o seguinte na declaração de resultados:
“Embora as taxas de juros reduzidas continuem desafiando a receita, os custos de crédito melhoraram e acreditamos que o progresso na crise sanitária e na economia aponta para uma recuperação acelerada”.
Acentuando o otimismo desses números, o Conselho de Administração do Bank of America também autorizou um programa de recompra de ações de US$25 bilhões.
Levando isso em consideração, os papéis da empresa parecem atraentes para o futuro, apesar dos fortes ganhos no acumulado do ano, em vista da melhora na perspectiva de crescimento econômico e menores perdas com crédito.
Menções honrosas: Wells Fargo (NYSE:WFC), PNC Financial Services (NYSE:PNC), e U.S. Bancorp (NYSE:USB)
2. The Mosaic Company
- Desempenho no acumulado do ano: +58,5%
- Capitalização de Mercado: US$ 13,1 bilhões
A Mosaic (NYSE:MOS), através das suas subsidiárias, produz e comercializa fertilizantes concentrados de fosfato e potássio em todo o mundo. Entre os ativos da companhia estão minas de rocha fosfatadas na Flórida, Louisiana, Brasil e Peru, além de minas de potássio no Novo México, Saskatchewan e Brasil.
Como uma das maiores fabricantes mundiais de fertilizantes, a empresa se beneficiou do avanço do agronegócio e da disparada dos preços das commodities agrícolas, que atingiram recentemente seus níveis mais altos em quase uma década.
No acumulado do ano, as ações da Mosaic registram alta de 58,5%, superando por larga margem o desempenho do mercado mais amplo. O mais impressionante é que suas ações mais do que triplicaram de valor nos últimos 12 meses, saltando 232%, graças à disparada do milho e da soja, o que gerou otimismo nos investidores dessa produtora de fertilizantes de fosfato e potássio.
Seus papéis atingiram a máxima histórica de US$38,22 ontem, antes de fechar a US$36,47, o que concede a essa gigante agrícola sediada em Tampa, Flórida, uma capitalização de mercado de cerca de US$13,1 bilhões.
A Mosaic apresentou resultados e receita bem acima das estimativas no balanço do seu primeiro trimestre no início deste mês.
O lucro por ação disparou 1.000% em relação ao mesmo período do ano anterior, para US$ 0,57, muito melhor do que as expectativas de LPA de US$ 0,53. A receita, enquanto isso, saltou 28% ano a ano, alcançando US$2,3 bilhões, beneficiando-se dos maiores volumes de vendas e da alta dos preços dos grãos.
Para fins comparativos, a Mosaic registrou prejuízo de US$ 0.06 por ação no mesmo período do ano passado sobre uma receita de US$ 1,8 bilhão.
Para o futuro, a gerência da Mosaic disse que a perspectiva para o resto de 2021 continua favorável, citando forte demanda e os fundamentos do mercado de fertilizantes.
Levando isso em conta, as ações da empresa devem continuar se valorizando nos próximos meses.
Menções honrosas: Nutrien (NYSE:NTR), FMC (NYSE:FMC) e CF Industries (NYSE:CF)