Por David Randall
NOVA YORK (Reuters) - Alguns investidores estão cada vez mais preocupados com as perspectivas das ações de tecnologia após um rali que levou o índice Nasdaq Composite a atingir máximas recordes, apesar dos danos econômicos causados pelo coronavírus.
Poucos podem reclamar do desempenho do índice S&P 500 Growth, cujos componentes variam de Netflix (NASDAQ:NFLX) à fabricante de dispositivos médicos ResMed (NYSE:RMD) e registrou alta de mais de 10% no ano até o momento, enquanto o S&P 500 permanece em queda de 2% no mesmo período. Em vez disso, os investidores dizem que a popularidade das ações de tecnologia e de crescimento em um momento de incerteza econômica mundial deixou suas avaliações muito altas e prontas para uma queda.
"Ontem foi o primeiro alerta para ações de crescimento", disse Sebastien Galy, macro estrategista sênior da Nordea Asset Management, referindo-se a forte quedas das ações de tecnologia na segunda-feira. "O tempo está passando, uma prudência significativa é necessária."
O Nasdaq Composite caía 0,5% no início do pregão desta terça-feira, enquanto o S&P 500 tinha uma alta moderada, marcando o segundo dia consecutivo em que o Nasdaq teve um desempenho inferior ao mercado como um todo.
No geral, 74% dos gestores de fundos globais são comprados em ações de tecnologia, mostrou pesquisa Bank of America Merrill Fund Manager.
Um cenário de muitas posições na mesma direção geralmente resultam em um subsequente desempenho abaixo da média do mercado, segundo uma análise da Reuters. A melhor venda (short) são as ações de tecnologia, devido à sua posição e ao seu desempenho esticado, observaram analistas da empresa em um relatório.
Novas paralisações econômicas na Califórnia, que registrou um aumento nos casos de coronavírus, também podem pesar nas ações de tecnologia e de crescimento, disse Connor Campbell, analista da Spreadex.
"A Califórnia é especificamente um paraíso tecnológico, então isso terá um efeito desproporcional nas ações de tecnologia", diz Campbell. "Essa é a casa da tecnologia norte-americana, se isso se espalhar ainda mais, se os bloqueios ficarem mais rígidos na Califórnia, então isso acabará afetando as grandes empresas de tecnologia."