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Wall St: São vários vetores positivos ao longo do ano, diz Piccioni, da Empiricus

Publicado 21.04.2024, 23:01
© Empiricus
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Investing.com – Ainda que o impulso mais forte nas ações americanas tenha perdido o fôlego com ajustes de expectativas sobre os juros nos Estados Unidos, o ano deve ser positivo para os mercados, com um ciclo de liquidez que tende a alavancar os principais índices para as máximas históricas. É o que espera João Piccioni, gestor de fundos da Empiricus Gestão, que detalhou essa perspectiva em entrevista ao Investing.com Brasil.

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“A bolsa americana é aquela que guarda o melhor binômio risco retorno. São vários vetores positivos ao longo desse ano em termos de crescimento”, reforça.

De acordo com o especialista, as chances de que S&P 500 se aproxime dos 6.000 pontos no final do ano são grandes, com destaque para ações de energia e as 7 Magníficas diante do impulso relacionado à Inteligência Artificial (IA), mas haveria tendência de maior dispersão dos recursos para outros segmentos além da tecnologia.

Entre as preferências mencionadas, estão Amazon (NASDAQ:AMZN), Meta Platforms (NASDAQ:META), Booking Holdings (NASDAQ:BKNG) e Berkshire Hathaway (NYSE:BRKa).

“Meta estava extremamente limitada e recuperou demais as suas margens operacionais, deve mostrar, provavelmente, nesse trimestre agora. Está ganhando participação nesse mercado de Ads e provavelmente veremos novamente esse movimento. E está avançado também nessa questão de Inteligência Artificial”, detalha Piccioni.

“A Amazon, nos últimos anos, investiu muito dinheiro logística, então eles estão bem-preparados para atender o público americano. Acho que esse impulso de consumo continua e a Amazon ela vai ser beneficiada sob essa ótica do e-commerce, mas deve avançar muito no segmento de nuvem dela”, completa.

Entenda o posicionamento do especialista da Empiricus na entrevista completa:

Investing.com – O que motiva o ciclo de liquidez positivo, em sua visão, e quais setores podem ser mais beneficiados?

João Piccioni – Esse ciclo de liquidez iniciou com mais força no final do ano passado, quando [Jerome] Powell [presidente do Federal Reserve, Fed, banco central dos EUA) deu os primeiros sinais de que ele poderia trazer esses juros para baixo agora no começo de ano. Os bancos que estavam, de certa forma, com menos apetite a risco, tiraram o seu dinheiro do Federal Reserve e começam a comprar os títulos públicos americanos. Powell meio que deflagrou esse o apetite a risco dos bancos. Trouxe recursos de volta para bolsa, para crédito, até private equity.

Esse impulso se estendeu até março, quando vimos primeiro as bolsas americanas andarem muito bem, e mesmo com discurso um pouco mais duro do Fed, com algum sinais de inflação pouco piores, o movimento foi dispersado pelas demais bolsas globais. O Brasil obviamente ficou de fora dessa brincadeira toda. Mas a Europa foi muito bem, Ásia também, Japão subiu muito. Até que na virada do mês saíram dados de inflação, PCE de fevereiro trouxe preocupação, discursos do Federal Reserve, houve uma deterioração, esse impulso de liquidez dando uma esfriada quando saiu o último indicador de inflação de março.

Houve uma certa restrição, todos esses players com um pouco menos de apetite a risco, os hedge funds um pouco mais arredios, os mutual funds com muito dinheiro alocado, então chega em um nível em que os mutual funds voltam a fazer caixa e acaba gerando um pouco de preocupação em relação ao mercado.

Assim, o primeiro trimestre foi muito poderoso para os mercados internacionais. Destaque lá fora para o segmento de energia, tecnologia teve algum destaque, mas foi bastante prejudicada nessa reta final por conta das ações da Apple (NASDAQ:AAPL), que acabaram sofrendo um pouco mais por um vetor mais micro, na questão associada à China. A China não desenvolve. Para a Apple, a China é um mercado importante. Também há a questão da IA, que a Apple teria ficado para trás na corrida, o que trouxe mau humor para os investidores.

As demais big techs, de certa forma, andaram razoavelmente bem nesse período. Abril começou com um sentimento de maior preocupação. O impulso de liquidez intenso cessou e diminuiu. O Fed está mais preocupado. Inflação veio forte, economia continua forte, vendas ao varejo seguem fortes.

Havia a expectativa no início do ano de continuidade do processo desinflacionário, mas quando analisamos a inflação americana, ela fez um piso em outubro e desde lá dá sinais de retomada, o que fica claro em fevereiro. Quando sair o PCE de março, deve mostrar esse filme de que a inflação está se deteriorando.

Entramos abril com sinalização de liquidez menor no curto prazo, aquela liquidez abundante meio que secou, com uma visão de que a economia americana continua muito robusta e que a inflação ainda deve continuar a soluçar e trazendo um pouco de preocupação.

Nesse ambiente, a curva de juros nos Estados Unidos, que está invertida ainda, se paga mais juros no curto prazo do que no longo prazo, essa curva de juros ela deve caminhar para um processo de nivelamento.

Os juros de 10 anos devem ficar mais próximo dos juros de 2 anos. Então, se isso acontecer, vai gerar um pouco de mau humor nos mercados, porque no final das contas, começa a fazer sentido investir para um longo prazo a taxas mais elevadas.

Percebemos nesses últimos dias esse movimento. A tendência é de que à medida que a economia americana continue mostrando o bom desempenho e o susto inflacionário tenha mais tração, o Fed praticamente elimine suas chances de baixar juros.

As chances de o Fed baixar os juros neste ano reduziram bastante. Mas olhando para frente, em termos de economia, as empresas vão acabar entregando resultados mais fortes do que vimos no ano passado, e isso de uma forma mais dispersa na economia. Com esses sinais de inflação, provavelmente vamos ver o setor de energia apresentando um desempenho melhor do que no ano passado, esse setor vai andar razoavelmente bem esse ano. Já o varejo se mostrou muito forte nesse primeiro trimestre, provavelmente vamos seguir vendo essa força do varejo, já que o americano está com esse ímpeto todo para continuar gastando.

Devemos ver uma temporada de balanços boa para as empresas de fora, incluindo Amazon e Meta, que inclui verticais propaganda, deve surfar essa onda, além das ondas de tecnologia. Talvez a Alphabet (NASDAQ:GOOGL) surpreenda também por conta dessa parte de advertisement.

O mercado estava um pouco mais otimista no começo do ano para essas empresas, mas talvez esse movimento se estenda ao longo de todo ano, então vai ser uma dinâmica mais positiva.

Ainda, há um efeito bastante importante na Europa, com Olimpíada e Eurocopa, que traz movimento para região, que tem a ver com mobilidade, tem a ver com gastos das pessoas, o americano querendo viajar para a Europa. Há toda uma dinâmica muito favorável para seguir nesse processo que inclui uma economia mais quente nos Estados Unidos e uma recuperação, de certa forma, da própria Europa.

Existe um ambiente bem propício ainda para ações lá fora, nos Estados Unidos especialmente. São vários setores que tendem a um movimento muito positivo. O setor de seguros lá fora está indo bem por conta dos prêmios. Em saúde já saiu o resultado da United Health que foi muito positivo e deve continuar dessa forma ao longo desse ano.

Para o segundo semestre, entramos no processo de eleitoral e sabemos que tem choque, ocasionalmente algum ou outro setor pode sair mais prejudicado. No entanto, o mercado americano acaba ultrapassando um pouco essas barreiras. E, no final das contas, os dois presidentes se mostraram bastante positivos para a bolsa de forma geral, tanto Biden quanto Trump.

Inv.com – Quais possíveis impactos das eleições para os mercados? Volatilidade maior somente mais perto do pleito?

Piccioni – Estou esperando uma volatilidade mais próxima da eleição. O que possui uma grande chance de acontecer é que, se o Fed não abaixar juros até julho, ele provavelmente vai ficar de fora dos mercados durante a corrida eleitoral.

Em um processo eleitoral, qualquer movimento que o Fed faça, ou qualquer comentário, pode afetar a eleição. Então, me parece que os meses de setembro e outubro, devem ser mais voláteis por conta dessa dinâmica.

Talvez haja um pouco de impulso positivo que a Secretária do Tesouro americano Janet Yellen pode gerar, uma onda de liquidez, usando a política fiscal, colocando dinheiro na economia para tentar obviamente empurrar a reeleição.

Podemos ter um outro impulso de liquidez para empurrar os mercados, que vai pegar bastante consumo, vai favorecer. Com o Fed fora da jogada, esperando para ver o que vai acontecer, vamos ter volatilidade, mas pode haver sim esse empurrãozinho ali na reta final, provavelmente novembro vai ser aquele mês super tenso, pois basta lembrar as últimas eleições, que trouxeram um pouco de ansiedade para os investidores.

Inv.com – Neste cenário, estão considerando vantajoso investir em empresas americanas? Qual a sugestão de divisão do portfólio ou alguma indicação?

Piccioni – A gente ainda acredita que a bolsa americana é aquela que guarda melhor o binômio risco retorno.

São vários vetores positivos ao longo desse ano em termos de crescimento. As empresas têm um valuation, algum prêmio um pouco mais caro que a média global, mas talvez meio que justificado até por conta do próprio alcance das grandes empresas.

As grandes empresas globais, elas não são americanas necessariamente, são empresas que têm negócios no mundo inteiro, então meio que justifica um pouco o prêmio que elas têm em relação aos demais continentes. Existem algumas ondas que vão dar muito impulso ainda é para esse mercado americano, vamos ver muita notícia positiva de Inteligência Artificial (IA), e isso deve impulsionar todo esse setor de infraestrutura, e-commerce, essa parte Ads, boa parte dessa indústria de tecnologia e consumo. Além disso, o setor de infraestrutura nos Estados Unidos continua muito forte, são histórias boas, e que continuam chamando a atenção dos investidores.

Acho que além do risco geopolítico, que está sempre no radar, não existe um risco no setor financeiro, não existe um risco de quebradeira de empresas. Assim há um impulso muito positivo para bolsa americana. Acho que ela deve continuar performando muito bem.

Em termos de destaques, ainda gostamos bastante do setor de tecnologia, temos como nossos principais players a Amazon e Meta, que são dois cases que fizeram um bom trabalho na parte operacional, na parte de custos. Meta estava extremamente limitada e recuperou demais as suas margens operacionais, deve mostrar provavelmente nesse trimestre agora.

Está ganhando participação nesse mercado de Ads, provavelmente veremos novamente esse movimento, e está avançado também nessa questão de Inteligência Artificial.

A Amazon, nos últimos anos, investiu muito dinheiro em logística, eles estão bem-preparados para atender um público americano. Esse impulso de consumo continua e a Amazon vai ser beneficiada sob essa ótica do e-commerce, mas deve avançar muito no segmento de nuvem dela.

Com os novos players de IA, isso vai continuar avançando. Ela Inclusive tem fechado vários contratos com empresas de energia para rodar os seus clouds, e ela está investindo também no setor, investimentos de risco ali em algumas das empresas, também colocando dinheiro a inteligência artificial da ponta final.

Acredito que ela deve apresentar um número muito positivo. São cases que, olhando daqui até o final do ano, ainda têm muito a entregar e provavelmente vão acabar surpreendendo.

Gosto também do Booking, que é muito interessante assim sob essa ótica, especialmente com Olimpíada, Eurocopa. A empresa é muito forte na Europa, deve ter um benefício. Ainda, ela tem uma participação em uma empresa de turismo chinesa que está meio fora do radar porque os chineses ainda estão reticentes em viajar, mas é um movimento que tende a acontecer. Já faz muito tempo que os chineses também estão "presos internamente", pode ter um caminho positivo.

Na parte de infraestrutura, temos algumas apostas no setor de energia e em empresas japonesas, temos a Berkshire do Warren Buffett justamente porque ele tem essa pegada mais de infra, eu acho que esses são bons cases para o investidor olhar ao longo desse ano. Temos esses ativos todos dentro dos nossos fundos.

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