Investing.com – A Nvidia (BVMF:NVDC34) (NASDAQ:NVDA) irá divulgar seus resultados trimestrais em 20 de novembro, com investidores atentos a qualquer sinal da gigante dos chips sobre a demanda por seu hardware voltado à inteligência artificial (IA) no caminho para 2025.
Alguns analistas comparam a relevância desses resultados aos principais indicadores macroeconômicos dos EUA, como o relatório de emprego ou os dados de inflação. Fabricante de semicondutores considerados essenciais para treinar e operar aplicações de IA, a Nvidia tornou-se o centro das atenções em meio à empolgação com esta tecnologia emergente.
As ações da empresa acumulam alta superior a 200% no ano, impulsionando fortemente o desempenho dos mercados de ações dos EUA. Boa parte dos ganhos do índice S&P 500 em 2023 está diretamente ligada à valorização da Nvidia.
Gigantes da tecnologia, como Alphabet (BVMF:GOGL34) (NASDAQ:GOOGL) e Amazon (BVMF:AMZO34) (NASDAQ:AMZN), figuram entre os maiores clientes da Nvidia, adquirindo seus produtos para impulsionar inovações essenciais de IA. Assim, os resultados financeiros da Nvidia funcionam como um termômetro do boom da IA, especialmente em um momento em que investidores exigem mais evidências de que os altos gastos com IA estão trazendo retornos palpáveis.
Em relatório aos clientes, analistas do UBS liderados por Timothy Arcuri apontaram que, embora haja debates sobre a sustentabilidade dos investimentos, o crescimento recente nas divisões de busca e nuvem do Google, bem como as economias geradas pela Amazon com IA, são "sinais animadores".
O CEO, Jensen Huang, declarou em agosto que a demanda pelos chips Hopper da empresa é "robusta", ainda que a projeção da Nvidia para a receita do terceiro trimestre – US$ 32,5 bilhões, com variação de 2% para mais ou para menos – tenha superado modestamente as expectativas de Wall Street. Analistas destacaram que, dado o histórico recente da Nvidia de superar amplamente previsões, qualquer avanço pequeno pode frustrar os investidores.
Paralelamente, a diretora financeira Colette Kress apresentou o cronograma para a produção dos chips Blackwell de próxima geração. Segundo Kress, a fabricação, adiada anteriormente neste ano, deve acelerar no quarto trimestre e continuar ao longo do exercício fiscal de 2026.
“Esperamos embarcar vários bilhões de dólares em receitas com os chips Blackwell no quarto trimestre”, afirmou Kress.
De acordo com o Piper Sandler, os executivos da Nvidia devem reforçar a expectativa de "demanda extremamente forte" pelos Blackwell ao apresentar os números do terceiro trimestre. Apesar de restrições de fornecimento previstas até o primeiro semestre de 2025, esses processadores podem gerar receitas entre US$ 5 bilhões e US$ 8 bilhões no trimestre de janeiro, segundo projeções dos analistas.
“Com a melhora na oferta, vemos mais clientes adotando os chips Blackwell além dos hiperescaladores iniciais no trimestre de abril”, escreveram os analistas.
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UBS: resultados devem manter alta das ações
Os analistas do UBS mantêm uma visão otimista antes do relatório da Nvidia, esperando que a empresa entregue resultados sólidos e previsões que possam sustentar o movimento de valorização das ações.
A instituição elevou o preço-alvo das ações, de US$ 150 para US$ 185, representando um potencial de valorização superior a 27% frente aos níveis atuais.
O UBS projeta que a receita da Nvidia no terceiro trimestre fiscal (outubro) deve alcançar algo entre US$ 34,5 bilhões e US$ 35 bilhões, enquanto a previsão para o quarto trimestre fiscal (janeiro) deve ficar em torno de US$ 37 bilhões, podendo chegar a US$ 39 bilhões quando os resultados forem divulgados no início de 2025.
A equipe de Timothy Arcuri destacou que o maior ponto de incerteza nas projeções é a margem bruta, que deve recuar cerca de 200 pontos-base no primeiro trimestre fiscal, para cerca de 73%. Qualquer desempenho inferior a este nível pode ser visto negativamente pelo mercado.
De forma mais ampla, os analistas observam um cenário favorável de investimentos de capital (capex) entre os hiperescaladores, com gastos crescentes reduzindo a lacuna entre o capex e a receita incremental da Nvidia no segmento de data centers em 2025.
O UBS também cita a IA soberana como uma importante fonte de demanda para os produtos da Nvidia. Estados soberanos, especialmente no Oriente Médio, podem equiparar seus gastos aos das grandes empresas de tecnologia dos EUA nos próximos anos.
Embora o retorno desses investimentos continue sendo um ponto de debate, os analistas destacam sinais encorajadores, como o crescimento das receitas do Google nos setores de busca e nuvem, as economias da Amazon com IA generativa e a expansão das aplicações de IA nos setores público e privado.
O UBS ajustou sua estimativa de receita para o quarto trimestre fiscal da Nvidia, de US$ 37,3 bilhões para US$ 38,9 bilhões, com previsão de crescimento de dois dígitos no segmento de Data Center, atingindo quase US$ 35 bilhões.
A expectativa é que o crescimento da receita de Data Center continue no primeiro trimestre fiscal de 2026, ultrapassando US$ 40 bilhões, impulsionado pela expansão dos produtos Blackwell.
O relatório também abordou possíveis restrições dos EUA ao envio de memórias de alta largura de banda (HBM) para a China, mas o UBS avaliou que o risco de impacto nos produtos H20 da Nvidia é baixo. A equipe acredita que eventuais limitações seriam aplicadas “em nível de módulo discreto”.