Por Ana Julia Mezzadri
Investing.com - O cenário pós-pandemia será, sem dúvida, desafiador para os investidores: para além das consequências mais óbvias da crise econômica taxas de juros ultra baixas, a entrada de pessoas física nos mercados de risco e bolhas especulativas individuais perturbam os mercados financeiros.
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No entanto, na visão do UBS, em relatório distribuído nesta sexta-feira (15), novos estímulos fiscais sendo adicionados em um ambiente de política acomodatícia fazem com que o mercado de risco permaneça atraente em comparação à renda fixa.
Nesse sentido, após o rali nos mercados de ações em 2020, o banco recomenda que o investidor se distancie de alguns dos maiores vencedores do ano, como as ações de mega capitalização dos Estados Unidos, e se aproxime de ações menos valorizadas de mercados emergentes.
Outra ressalva do UBS é que os investidores devem prestar atenção especial a riscos de uma reversão na política monetária, na alta dos valuations das ações e no ritmo da recuperação pós-pandemia.
Confira as melhores ideias de investimentos para os próximos anos e década, segundo o UBS.
Recuperação Cíclica
O banco vê potencial de valorização para ações expostas a uma recuperação cíclica. A preferência do UBS é por ações globais de pequena capitalização, sobretudo as financeiras da zona do euro, que têm valuations baixos e altas perspectivas de ganhos.
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Outra preferência do banco é por mercados emergentes, que têm valuations mais atrativos do que o restante das ações. O UBS menciona, particularmente, as ações chinesas, pelas tendências de lucro por ação, as incertezas reduzidas na política doméstica e internacional e a política de apoio monetário.
Dólar Enfraquecido
A visão do banco é que o dólar continue a se enfraquecer em 2021. Algumas moedas que, para o banco, têm potencial de upside com a recuperação da economia são o euro, a libra e algumas divisas ligadas ao petróleo.
“A Próxima Grande Coisa”
O UBS acredita que, na próxima década, a “grande coisa” serão empresas que usam a tecnologia para gerar a disruptura de outros setores. As apostas do banco são companhias ligadas ao lançamento do 5G, à tecnologia de saúde, à tecnologia verde e fintechs.
Rendimentos
No cenário base do banco, as taxas de juros irão continuar imóveis pelos próximos anos, facilitadas por uma aceleração lenta nas expectativas de inflação. As altas no juros, que podem ocorrer no longo prazo, devem ainda assim ser modestas.
Assim, o UBS prefere a parte mais arriscada do mercado de renda fixa, como títulos de mercados emergentes denominados em dólar e títulos de alto rendimento da Ásia. Ainda assim, o banco recomenda a busca de estratégias alternativas para impulsionar a renda.
Sustentabilidade
“O investimento sustentável permanece nossa solução preferida para clientes que querem investir globalmente”, diz o banco, que percebe uma pressão em direção ao investimento sustentável por parte de governos, empresas e indivíduos. “Em um mundo pós-pandemia, acreditamos que companhias que reduzam sua pegada ambiental, fortaleçam seus relacionamentos com a cadeia de produção e abracem a diversidade devam se beneficiar.”
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Mercados Privados
O UBS espera que os retornos de ativos tradicionais sejam mais baixos na próxima década. Nesse contexto, uma boa alternativa apontada pelo banco está nos mercados privados como uma maneira eficiente de aumentar os retornos e a diversificação do portfólio.
“A classe de ativos tem historicamente gerado retornos mais altos do que os mercados listados, apesar de requerer comprometimento por um horizonte de investimentos de longo prazo. O atual ambiente econômico - moldado pela queda econômica da pandemia, baixas taxas de juros e rápidas mudanças tecnológicas - oferece uma grande gama de oportunidades para gestores do mercado privado”, explica o banco.