Ibovespa sustenta 123 mil pontos com NY, mas dúvidas sobre Trump e Ambev minam fôlego

Publicado 22.01.2025, 11:48
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Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa avançava nesta quarta-feira, buscando ampliar a sequência de ganhos, mas o movimento era fragilizado por apreensões relacionadas a potenciais medidas dos Estados Unidos, com Ambev também pesando após "downgrade" por analistas que vislumbram cenário mais desafiador para a empresa.

Por volta de 11h35, o Ibovespa subia 0,19%, a 123.572,33 pontos, tendo marcado 123.865,07 na máxima e 123.128,08 na mínima até o momento, após fechar em alta nos três pregões anteriores. O volume financeiro somava 3,14 bilhões de reais.

Investidores continuam acompanhando os primeiros movimentos do presidente norte-americano, Donald Trump, que tomou posse na segunda-feira, principalmente sobre tarifas comerciais, uma vez que não houve nenhum decreto nesse sentido nos primeiros dias, como era amplamente esperado.

Trump, no entanto, reforçou em discursos seus planos de impor tarifas sobre as importações chinesas, bem como nos vizinhos México e Canadá já em 1º de fevereiro, e indicou a possibilidade de sobretaxas contra a União Europeia, conforme destacou a equipe da XP (BVMF:XPBR31) em relatório a clientes.

Ainda assim, a XP chamou a atenção para o fato de que as tarifas mencionadas por Trump em seus discursos mais recentes também são muito menores do que as prometidas na campanha.

Em Wall Street, os pregões abriram em alta, com o S&P 500 subindo 0,48%, o que endossava o sinal positivo no pregão brasileiro, em meio à demonstração de apoio multibilionário de Trump ao setor de tecnologia de IA e com a temporada de balanços de empresas norte-americanas também no radar.

DESTAQUES

- IRB (BVMF:IRBR3)(RE) ON avançava 4,93%, após duas quedas, retomando a tendência positiva que tem marcado o primeiro mês do ano, com a alta acumulada até o momento em cerca de 25%. Analistas do Citi afirmaram em relatório esperar que a recuperação da lucratividade da resseguradora deve persistir.

- AZUL PN (BVMF:AZUL4) subia 3,72%, após divulgar que quase a totalidade do valor principal de títulos de dívida emitidos pela empresa foram trocados por novas obrigações em meio ao processo de reestruturação financeira da empresa. Investidores também continuam atentos à potencial fusão com a rival Gol (BVMF:GOLL4).

- BRF ON (BVMF:BRFS3) valorizava-se 1,61%, recuperando-se após queda de 6,6% na véspera. No setor, que figurou entre os destaques negativos da véspera, MARFRIG ON (BVMF:MRFG3) ganhava 0,8% e JBS ON (BVMF:JBSS3) subia 0,74%. MINERVA ON (BVMF:BEEF3), que recuou menos na véspera, era exceção, com declínio de 3,02%.

- AMBEV ON (BVMF:ABEV3) recuava 1,6% em meio a relatórios de analistas nos últimos dias chamando a atenção para um cenário mais desafiador para a fabricante de bebidas. As equipes do Citi e do Santander cortaram a recomendação dos papéis para "neutra", bem como o preço-alvo das ações.

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- VALE ON (BVMF:VALE3) caía 0,74%, com os contratos futuros do minério de ferro interrompendo uma sequência de altas e caindo nesta quarta-feira. O contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian encerrou as negociações do dia com recuo de 0,44%.

- ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) registrava variação positiva de 0,12%, em sessão sem tendência única para as ações dos bancos no Ibovespa, com BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) caindo 1,03% e SANTANDER BRASIL UNIT (BVMF:SANB11) perdendo 0,32%, mas BANCO DO BRASIL ON (BVMF:BBAS3) avançando 0,51%.

- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) tinha elevação de 0,75%, em dia de variações modestas do petróleo no exterior, onde o barril de Brent cedia 0,11%. A companhia disse na véspera que a produção de diesel da Refinaria Gabriel Passos (Regap) somou um recorde de 4,036 milhões de metros cúbicos em 2024.

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