Ibovespa avança com apoio de NY e fecha acima dos 123 mil pontos

Publicado 21.01.2025, 18:06
© Reuters. Painel de cotações na B3, em São Paulon05/08/2024nREUTERS/Carla Carniel
IBOV
-
PETR4
-

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou com um acréscimo discreto nesta terça-feira, mas acima dos 123 mil pontos pela primeira vez desde meados de dezembro do ano passado, endossado por Wall Street, enquanto Petrobras e ações de empresas de proteínas limitaram os ganhos.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa avançou 0,39%, a 123.338,34 pontos, tendo marcado 123.461,68 pontos na máxima e 122.289,95 pontos na mínima do dia. O volume financeiro somou 16,6 bilhões de reais.

De acordo com analistas do Itaú BBA, em relatório com análise técnica divulgada mais cedo, os 123 mil pontos representavam um patamar importante e o Ibovespa fechando acima sairia da tendência de baixa.

Ainda assim, ressaltaram que o momento é de cautela no gráfico diário e ao mesmo tempo de observação em caso de melhora para adicionar risco a cada evolução do Ibovespa.

A última vez que o Ibovespa fechou acima dos 123 mil pontos foi em 17 de dezembro, a 124.698,04 pontos.

A terceira alta seguida do Ibovespa teve apoio de Wall Street, onde o S&P 500 subiu 0,88%, com agentes financeiros repercutindo notícias da posse de Donald Trump para um segundo mandato com presidente dos Estados Unidos.

Trump assinou uma série de decretos, mas não houve nenhum anúncio específico relacionado a tarifas sobre parceiros comerciais embora ele tenha dito que pensa em taxar produtos canadenses e mexicanos já em 1º de fevereiro.

A ausência de decisões práticas nesse tema trouxe algum alívio, mas a percepção de modo geral é de que a volatilidade deve continuar presente com a mudança no governo da maior economia do mundo.

De acordo com William Queiroz, sócio e advisor da Blue3, investidores no mercado brasileiro continuam acompanhando os movimentos de Trump, principalmente aqueles com potenciais reflexos para mercados emergentes e Brasil.

As questões envolvendo tarifas comercias, acrescentou, continuam apenas no discurso, mas a atenção persiste uma vez que Trump deixou claro que não quer se incomodar agora com emergentes, nem que emergentes incomodem os EUA.

 

DESTAQUES

- EMBRAER ON (BVMF:EMBR3) subiu 2,87%, renovando máximas históricas: de 62,46 reais para fechamento e de 62,72 reais para o intradia. Vários analistas continuam construtivos sobre a empresa, enxergando um sólido momentum de lucros e ambiente favorável da indústria. A potencial fusão da Gol (BVMF:GOLL4) com a Azul (BVMF:AZUL4) também é vista positivamente para a fabricante de aviões pelo BTG Pactual (BVMF:BPAC11), uma vez que pode reduzir o risco de crédito das companhias aéreas, o que reverberaria na Embraer, que tem recebíveis da Azul.

- BRASKEM PNA (BVMF:BRKM5) avançou 3,57%, mais uma vez na ponta positiva, enquanto agentes seguem avaliando potenciais reflexos do Regime Especial da Indústria Química (REIQ), que oferece incentivos fiscais. Na sexta-feira, a petroquímica anunciou que investirá 614 milhões de reais em projetos de ampliação de capacidade em instalações na Bahia, Rio Grande do Sul e Alagoas usando crédito presumido no âmbito do REIQ.

- USIMINAS PNA (BVMF:USIM5) fechou em alta de 5,36%, melhor desempenho no setor de mineração e siderurgia no Ibovespa, acompanhada por GERDAU PN (BVMF:GGBR4), que subiu 2,17%, com esta tendo ainda no radar programa de recompra de ações. CSN ON (BVMF:CSNA3) mudou de sinal e valorizou-se 1,38%, assim como CSN MINERAÇÃO ON (BVMF:CMIN3), que avançou 1,74%. VALE ON (BVMF:VALE3) afastou-se das mínimas, mas ainda fechou em queda, de 0,5%, apesar da alta dos futuros do minério de ferro na China.

- BRAVA ENERGIA ON ganhou 4,26%, tendo no radar notícia, segundo fontes, de que a empresa brasileira de petróleo e gás Fluxus, do grupo J&F, holding da família Batista, fez uma oferta não vinculante pelos ativos onshore da companhia.

- BRF ON (BVMF:BRFS3) recuou 6,61% acompanhada de perto pela controlada MARFRIG ON (BVMF:MRFG3), em queda de 4,04%, em sessão negativa para ações de empresas de proteínas, em dia de alta nos preços de grãos como milho em Chicago. JBS ON (BVMF:JBSS3) encerrou negociada em baixa de 1,84% e MINERVA ON (BVMF:BEEF3) caiu 0,2%. Investidores também têm monitorado notícias envolvendo a confirmação de um caso de gripe aviária (HPAI) no Estado da Geórgia, nos Estados Unidos.

- RAÍZEN PN (BVMF:RAIZ4) cedeu 3,11%, novamente entre os destaques de baixa e renovando mínimas históricas, com agentes ainda analisando prévia operacional do terceiro trimestre do ano safra 2024/2025 e decisão do grupo de descontinuar a divulgação das projeções financeiras referentes ao ano-safra 2024/2025. Ainda como pano de fundo das negociações, os futuros do açúcar bruto caíram para uma mínima de cinco meses na ICE nesta terça-feira, com as notícias sobre o retorno da Índia ao comércio de exportação pairando sobre o mercado.

- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) reagiu durante a sessão e terminou com variação positiva de 0,03%, após cair 1,5% no pior momento, afetada pela queda dos preços do petróleo no exterior. Na véspera, Trump disse que vai declarar emergência energética nacional, com o objetivo de aumentar a produção de petróleo e gás dos EUA e reduzir os custos aos consumidores. PETROBRAS ON (BVMF:PETR3) ainda fechou em queda de 0,84%.

© Reuters. Painel de cotações na B3, em São Paulo
05/08/2024
REUTERS/Carla Carniel

- ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) encerrou em alta de 0,21%, em dia de variações positivas de bancos do Ibovespa. BANCO DO BRASIL ON (BVMF:BBAS3) subiu 0,9%, SANTANDER BRASIL UNIT (BVMF:SANB11) avançou 0,28% e BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) subiu 0,09. Analistas aguardam números de modo geral ainda positivos sobre o quarto trimestre no setor, mas um cenário mais difícil em 2025.

- XP (BVMF:XPBR31) INC, que é negociada em Nova York, caiu 4,84% em meio a ruídos envolvendo um suposto relatório desfavorável para o grupo financeiro. No pior momento, a ação chegou a cair 9%.

 

(Por Paula Arend Laier)

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2025 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.