A perspectiva de que as atuais vacinas protejam contra a variante ômicron e os indícios de que este vírus não seja tão perigoso quanto se acreditava inicialmente, embora pareça ser mais transmissível, deram um alento às bolsas internacionais nas últimas sessões. Porém, o mercado continua volátil, avaliando o peso das últimas restrições à mobilidade sobre as economias mundiais. A proximidade de uma bateria de reuniões de bancos centrais também deixa os investidores mais reservados.
Há pouco, os futuros de ações em Wall Street eram negociados com desvalorização. Na Europa, as bolsas abriram com um discreto avanço, mas oscilam entre o positivo e o negativo. Na Ásia, as bolsas fecharam em alta, com exceção do índice japonês Nikkei. A predominância da valorização se deu inclusive com a notícia de que os grupos China Evergrande Group (HK:3333) e Kaisa Group Holdings Ltd (HK:1638) descumpriram, oficialmente, sua dívida em dólares.
Em termos macroeconômicos, o dia se apresenta tranquilo, com destaque para os pedidos iniciais de seguro-desemprego nos Estados Unidos e a balança comercial da Alemanha em outubro.Amanhã sai o índice de preços ao consumidor dos Estados Unidos de novembro, que ajudará o Federal Reserve (Fed) a determinar o ritmo de retirada de estímulos, o chamado tapering.
O mercado aguarda ansiosamente pelo veredito do banco central norte-americano sobre o tapering e os juros na próxima quarta-feira (15). No dia seguinte arbitram sobre suas taxas de juros o Banco Central Europeu (BCE), o Bank of England (BoE) e o Bank of Japan (BoJ).
Ômicron e geopolítica na mira
Ontem, a injeção de ânimo nos mercados veio com a notícia de que estudos iniciais da Pfizer (NYSE:PFE) (SA:PFIZ34) e da BioNTech (NASDAQ:BNTX) (SA:B1NT34) indicaram que uma terceira dose da vacina contra Covid-19 desenvolvida em parceria entre as duas farmacêuticas neutraliza a variante ômicron, resultados que irão acelerar os esforços de administração de doses de reforço em todo o mundo. Os parceiros confiam que terão uma versão específica da vacina contra a ômicron pronta para entrega em março de 2022.
A notícia impulsionou os negócios com renda variável e deu margem a uma pequena realização de ganhos esta manhã. Porém, nem tudo é confiança e também paira no cenário a preocupação de que as restrições de mobilidade por parte de alguns países afetem a recuperação econômica que estava em curso. A indicação de que a ômicron seria 4,2 vezes mais transmissível que a variante delta no seu estágio inicial tem levado alguns países a endurecer as restrições para frear o contágio.
No Reino Unido, por exemplo, o governo anunciou que passaria ao “Plano B”, reintroduzindo o trabalho remoto e o uso de máscaras na maioria dos espaços públicos fechados. Muitos países também estão exigindo a apresentação de “passaportes Covid” para permitir a entrada das pessoas a restaurantes e casas noturnas. Segundo cálculos da Bloomberg Economics, estas restrições poderiam custar à economia britânica até 2 bilhões de libras esterlinas ao mês, o equivalente a US$ 2,6 bilhões.
As tensões geopolíticas também pesam. A nova ministra de Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, redobrou as advertências dos políticos ocidentais à Rússia, dizendo que Moscou pagaria um alto preço caso siga com suas pretensões de invadir a Ucrânia. Os EUA e aliados europeus estudam sanções contra os maiores bancos da Rússia e contra a capacidade do país de converter rublos em dólares e outras moedas se o presidente Vladimir Putin invadir a Ucrânia, segundo fontes.
Na agenda
No Brasil:
- Nenhum indicador programado
No exterior:
- Discurso de Christine Lagarde, Presidente do BCE
- Dados de seguro-desemprego e estoques e vendas no Atacado dos EUA
- Índice de Preços de Bens Corporativos do Japão- Índices de inflação ao consumidor e ao produtor da China
- Balança de transações correntes da Alemanha
- Pedidos de seguro desemprego nos EUA
- IPC final (novembro) da Alemanha, amanhã (9)
- Produção industrial (Outubro) da Itália, amanhã
- Produção industrial e balança comercial (outubro) do Reino Unido, amanhã
- IPC (novembro) dos EUA, amanhã