Por Ana Carolina Siedschlag
Investing.com - As ações da Ambev (SA:ABEV3) caíam 2,45% no final da manhã, mesmo após a companhia reportar EBITDA ajustado de R$ 8,93 bilhões, impulsionado pelo aumento do volume de vendas no Brasil e pelo reconhecimento de créditos do ICMS pelo Supremo Tribunal Federal, segundo analistas da XP Investimentos, BTG Pactual (SA:BPAC11) e Mirae Asset em relatórios.
Perto das 11h20, os papéis eram negociados a R$ 14,35, com volume de R$ 95 milhões. As ações acumulam queda de 5,15% nos últimos trinta dias e de 6,69% nas últimas 52 semanas.
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Para os analistas da XP, em nota desta quinta-feira, a companhia conseguiu mostrar resiliência em meio a um trimestre desafiador, superando os pares ao aumentar a penetração do portfólio e, potencialmente, a participação de mercado.
Eles destacam o aumento de 12% do volume de vendas no Brasil na comparação anual e a queda nos mercados do Caribe da América do Norte, explicados pelo processo de reabertura de bares e restaurantes heterogêneo em cada país.
Já os analistas do BTG Pactual elogiaram o desempenho no mercado brasileiro, destacando que o crescimento veio apesar do cancelamento de festas de Ano Novo e outras celebrações pelo país.
Para eles, a alta de 23% nos preços da cerveja no mercado doméstico terá impacto de curto prazo por conta da redução da renda da população neste início de ano, ainda na esteira da crise ocasionada pela pandemia de coronavírus.
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Os analistas da Mirae Asset assinalaram, em relatório, que a vacinação da população deve ajudar na recuperação mais consistente do volume de vendas, mas que a empresa ainda irá enfrentar um cenário desafiador devido à maior concorrência no setor.
Dentre os riscos, a XP também destaca que a taxa de câmbio e os custos mais elevados da matéria-prima deverão manter as margens da empresa sob pressão, mas apontam que a Ambev parece estar “bem ciente desse fato”, com uma taxa média de hedge entre real e dólar para 2021 de R$ 5,29.
Os analistas da corretora destacaram ainda que a companhia deve ser beneficiada por uma combinação de portfólio em expansão com mais marcas core-plus, participação de mercado potencialmente crescente, desenvolvimento bem-sucedido das plataformas digitais e mais clareza nas estratégias ESG.