Investing.com – Os principais índices futuros de ações em Wall Street apresentavam pouca variação no início desta quinta-feira, 5, antes da divulgação de mais dados sobre o mercado de trabalho nos EUA, que podem oferecer pistas aos investidores sobre o relatório oficial de empregos (payroll) amanhã.
No mundo cripto, os investidores estavam animados com a indicação de Paul Atkins por Trump para chefiar a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC, na sigla em inglês).
Na Europa, a crise política da França segue em foco, com a expectativa de renúncia do primeiro-ministro Michel Barnier, enquanto, no Brasil, a Câmara dos Deputados avança com os primeiros projetos de corte de gastos.
Confira agora mais detalhes sobre os principais assuntos que estão movimentando os mercados financeiros nesta manhã.
1. Futuros americanos estáveis antes de dados de desemprego
Os futuros das ações dos EUA operavam levemente negativos, nesta quinta-feira, enquanto investidores aguardam novos dados do mercado de trabalho e balanços corporativos no país. Na véspera, os índices de Wall Street atingiram novos recordes.
Às 8h15 de Brasília, o Dow caía 25 pontos (-0,06%), enquanto o S&P 500 recuava 3,4 pontos (-0,06%) e o Nasdaq 100 se desvalorizava 31,5 pontos (-0,15%) no mercado futuro.
CONFIRA: Cotação das ações dos EUA na pré-abertura em Wall Street
Na quarta-feira, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, afirmou que a economia americana está em condições de permitir um ajuste cuidadoso na política de juros, o que sustentou os ganhos. O Nasdaq Composite liderou os avanços com alta de 1,3%, seguido pelo S&P 500 (+0,6%) e pelo Dow Jones (+0,7%), que superou os 45.000 pontos pela primeira vez.
Nesta quinta, o foco recai sobre os pedidos semanais de seguro-desemprego, após dados de emprego no setor privado virem abaixo das expectativas em novembro. O relatório mensal de empregos, considerado essencial, será divulgado na sexta-feira.
Além disso, investidores estão atentos aos resultados trimestrais de Dollar General (BVMF:DGCO34) (NYSE:DG), Kroger (BVMF:K1RC34) Kroger Company (NYSE:KR), Ulta Beauty (BVMF:U1LT34) (NASDAQ:ULTA) e Hewlett-Packard (BVMF:HPQB34) (NYSE:HPQ), além de analisar os números recém-divulgados por American Eagle (NYSE:AEO) e Five Below Inc (NASDAQ:FIVE).
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2. Bitcoin supera US$ 100 mil com nomeação para SEC
O bitcoin saltou para novas máximas nesta quinta-feira, ultrapassando a marca histórica de US$ 100.000. A valorização foi impulsionada pela indicação de Donald Trump de um defensor das criptomoedas para liderar a SEC.
A criptomoeda, a maior em circulação global, registrava alta superior a 6% pela manhã, sendo negociada a US$ 102.880, após atingir um pico de US$ 104.000. Desde a eleição de Trump, o Bitcoin mais que dobrou em relação ao piso anual de US$ 38.505.
Paul Atkins, indicado para assumir a SEC, é conhecido por apoiar ativos digitais e substituirá Gary Gensler, que liderou uma fiscalização rigorosa sobre o setor nos últimos dois anos, atingindo empresas como Coinbase (NASDAQ:COIN) e Ripple.
Trump celebrou a indicação em suas redes sociais, afirmando que Atkins entende a importância das inovações digitais para fortalecer a economia americana, o que aumentou o otimismo no mercado de criptomoedas.
3. Crise política na França deve levar premiê à renúncia
O primeiro-ministro francês, Michel Barnier, deve renunciar nesta quinta-feira após perder um voto de desconfiança no parlamento, agravando a crise política do país.
Barnier enfrentou oposição ao aprovar um orçamento controverso para reduzir o déficit público, o que abalou a frágil coalizão governista. Desde as eleições antecipadas convocadas por Emmanuel Macron em junho, a instabilidade política tem prejudicado a confiança de investidores em ativos franceses, como ações e títulos soberanos.
Sem governo estável ou orçamento definido para 2025, a França atravessa um período de incertezas, enquanto a União Europeia já sofre os impactos do colapso do governo de coalizão na Alemanha.
4. Petróleo avança; Shell e Equinor anunciam parceria
Os preços do petróleo registraram leve alta nesta quinta-feira, beneficiados por uma queda maior que a prevista nos estoques dos EUA e pela reunião da Opep+, que discutirá cortes na produção.
No momento da redação, o barril do Brent, referência internacional e para a Petrobras (BVMF:PETR4), subia 0,48%, a US$ 72,66, enquanto o barril do Texas (WTI), referência nos EUA, valorizava-se 0,58%, cotado a US$ 68,84.
CONFIRA: Cotação das principais commodities
A Opep+ deve anunciar a extensão dos cortes de produção por mais três meses, em resposta a temores sobre excesso de oferta em 2025.
Os estoques americanos de petróleo caíram mais de 5 milhões de barris na última semana de novembro, superando as estimativas.
Além disso, Shell (NYSE:SHEL) e Equinor anunciaram a criação de uma nova joint-venture em Aberdeen, Escócia. A parceria será a maior produtora independente no Mar do Norte, com previsão de atingir 140 mil barris diários em 2025.
5. Câmara avança com pacote de gastos no Brasil; reunião do Mercosul em foco
A Câmara dos Deputados aprovou urgência para dois projetos do pacote de corte de gastos do governo Lula, mas enfrenta dificuldades para viabilizar sua aprovação até o fim do ano, devido a divergências entre parlamentares e impactos de decisões do STF sobre emendas.
Enquanto avançam os projetos que vinculam despesas ao arcabouço fiscal e realizam um pente-fino no Benefício de Prestação Continuada (BPC), a proposta de emenda à constituição (PEC) dos supersalários está estagnada.
Partidos aliados demonstram insatisfação, e o governo busca apoio com promessas de liberação de emendas e negociações. A resistência a propostas, como a revisão tributária e a limitação de créditos tributários, pode comprometer o cronograma desejado pelo Executivo.
Além disso, os líderes do Mercosul se reúnem em Montevidéu, sob a expectativa de anunciar a conclusão do acordo de livre-comércio com a União Europeia, em negociação há mais de 20 anos.
A possível presença da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, na sexta-feira, 6, fortalece as chances de um anúncio político no início da cúpula.
Embora o texto final do acordo ainda dependa de ajustes que podem se estender até 2025, o avanço é aguardado como um marco histórico pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que busca concretizar o pacto após adiamentos anteriores.
A reunião ocorre em um momento de transição no Mercosul, com a Argentina assumindo a presidência rotativa, sob comando de Javier Milei, que promete pautas polêmicas, e o Uruguai se preparando para mudanças de liderança.