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Publicado 29.08.2024, 07:58
© Reuters
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Por Peter Nurse e Jessica Bahia Melo

Investing.com – Os principais índices acionários operavam em alta em Wall Street nesta quinta-feira, 29, antes da divulgação de mais dados macroeconômicos sobre mão de obra nos EUA, enquanto os investidores digerem os resultados da Nvidia e suas repercussões para o segmento de inteligência artificial (IA).

Há mais resultados corporativos previstos para esta sessão, antes de uma entrevista da vice-presidente Kamala Harris na CNN.

No Brasil, o governo confirma o nome do economista Gabriel Galípolo para indicação ao Banco Central, conforme esperado pelo mercado.

CONFIRA: Calendário Econômico do Investing.com

1. Nvidia cai após projeções de crescimento

A Nvidia (NASDAQ:NVDA) superou as expectativas com seus resultados trimestrais, mas as projeções pouco animadoras da "queridinha" da inteligência artificial resultou em uma forte venda de suas ações após o horário regular de pregão.

A Nvidia divulgou lucros ajustados de US$ 0,68 por ação sobre uma receita de US$ 30,04 bilhões, superando as estimativas de US$ 0,64 e US$ 28,68 bilhões, para os três meses encerrados em 28 de julho, além de anunciar um programa de recompra de ações de US$ 50 bilhões.

Os resultados trimestrais mais sólidos foram apoiados por um aumento de 154% na receita do data center, para US$ 26,27 bilhões, em relação ao mesmo período do ano anterior.

No entanto, as ações caíram quase 7% nas negociações após o expediente, perdendo US$ 200 bilhões em valor de mercado, depois que sua orientação de receita para o trimestre atual - de cerca de US$ 32,5 bilhões - não atingiu algumas estimativas, assim como sua perspectiva de margem bruta. As previsões também apresentaram uma desaceleração no ritmo de crescimento em relação aos trimestres anteriores.

A Nvidia também confirmou que estava enfrentando algumas dificuldades com sua linha Blackwell de chips avançados de IA, embora eles ainda estivessem programados para lançamento no quarto trimestre.

O aumento da demanda por seus chips de IA ajudou a Nvidia a esmagar as estimativas de consenso dos analistas por vários trimestres, resultando em sua capitalização de mercado acima de US$ 3 trilhões, tornando-se brevemente a empresa mais valiosa do mundo em junho.

As ações da Nvidia subiram mais de 150% este ano, graças à demanda insaciável por inteligência artificial generativa, e essa queda acentuada em suas ações pode acabar sendo apenas mais uma oportunidade para comprar essa empresa tão admirada.

Os futuros das ações dos EUA foram negociados em alta na quinta-feira. Às 7h50 (de Brasília), o contrato Dow futuros estava 0,52%, mais alto, o S&P 500 futures foi negociado com ganhos de 0,23%, enquanto o Nasdaq 100 futuros subia 0,26%.

As ações da Nvidia caíram cerca de 7% no pré-mercado, depois que a queridinha da IA não conseguiu impressionar os investidores, apesar de ter superado as expectativas nas linhas superior e inferior [veja acima]. Com o fim da festa de observação da Nvidia, as atenções se voltarão para a força da economia dos EUA e o provável impacto sobre a política monetária do Federal Reserve.

Os dados semanais de pedidos iniciais de auxílio-desemprego, vendas pendentes de imóveis e a última leitura de dados de crescimento do segundo trimestre serão divulgados hoje, antes do amplamente observado índice de preços de despesas de consumo pessoal de julho, na sexta-feira.

Os investidores também terão a chance de estudar os resultados trimestrais de alguns nomes notáveis do setor de consumo, incluindo Dollar General (NYSE:DG), Ulta Beauty (NASDAQ:ULTA), Lululemon Athletica (NASDAQ:LULU) e Best Buy (NYSE:BBY).

Em outros lugares, a Salesforce (NYSE:CRM) e a CrowdStrike (NASDAQ:CRWD) estarão no centro das atenções depois que ambas as empresas divulgarem seus resultados após o fechamento.

ACOMPANHE: Calendário da temporada de balanços

2. A Apple espera que a IA impulsione vendas do iPhone

A Apple (NASDAQ:AAPL) foi vista encomendando componentes para um número muito maior de iPhones do que no ano passado, sugerindo que a gigante da tecnologia está se preparando para um aumento nas vendas impulsionado pela inteligência artificial.

A Apple encomendou componentes e peças para 88 milhões a 90 milhões de seu principal dispositivo, informou o Nikkei, em comparação com os pedidos iniciais de componentes para cerca de 80 milhões de iPhones.

A empresa está pronta para revelar a última iteração de seu principal iPhone no início de setembro, o iPhone 16, e também começará a lançar uma série de recursos de inteligência artificial em seus dispositivos.

O aumento dos pedidos reflete uma série de previsões de analistas de que a IA ajudará a impulsionar uma nova rodada de crescimento nas vendas do iPhone, que têm diminuído constantemente no último ano.

VEJA: Cotações das ações americanas no pré-mercado

3. Harris participará de entrevista na CNN

Kamala Harris e seu companheiro de chapa, Tim Walz, darão uma entrevista à CNN na quinta-feira, no que será sua primeira entrevista desde que se tornou a candidata democrata no final de julho, depois que o presidente Joe Biden encerrou sua campanha para a reeleição.

Embora Harris tenha ocasionalmente respondido a perguntas de jornalistas sobre políticas econômicas e de relações exteriores durante a campanha, ela ainda não deu uma entrevista individual à mídia ou realizou uma coletiva de imprensa formal.

Harris apresentou algumas agendas políticas amplas na Convenção Nacional Democrata na semana passada, prometendo um corte de impostos para a classe média em seu país e uma política externa forte para enfrentar a Rússia e a Coreia do Norte, mas essa entrevista pode oferecer a ela a oportunidade de concretizar essas ideias.

O candidato republicano dos EUA, Donald Trump, e sua rival democrata, Kamala Harris, também devem realizar um debate presidencial no próximo mês - a primeira chance que cerca de 240 milhões de eleitores dos EUA terão de ouvir Trump e Harris explicarem suas políticas lado a lado antes da eleição de 5 de novembro.

ACOMPANHE: Cotações das commodities

4. Petróleo sobe devido a preocupações com oferta

Os preços do petróleo subiam na quinta-feira após duas sessões de perdas, com os investidores digerindo a perspectiva de interrupções prolongadas no fornecimento.

Por volta das 7h52, os futuros do petróleo dos EUA (WTI) eram negociados em alta de 0,24%, a US$ 74,70 por barril, enquanto o contrato Brent subia 0,08%, para US$ 77,64 por barril.

Os mercados de petróleo estavam sofrendo dois dias consecutivos de perdas, revertendo uma recuperação recente em meio a preocupações persistentes de que a desaceleração do crescimento nos EUA e na China prejudicará a demanda nos próximos meses.

Interrupções de produção na Líbia, um membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo, mantiveram os comerciantes atribuindo algum prêmio de risco ao petróleo, assim como sinais de um conflito sustentado no Oriente Médio.

Além disso, os militares da Ucrânia disseram na quinta-feira que atacaram duas instalações de armazenamento de petróleo na Rússia - o depósito de petróleo da Atlas (NYSE:ATCO) na região sul de Rostov, bem como a instalação de petróleo Zenit na região russa de Kirov.

Essas preocupações com o fornecimento ofuscaram a notícia de que os estoques de petróleo dos EUA caíram menos do que o esperado na semana até 23 de agosto, com a Administração de Informações sobre Energia relatando uma queda de 0,85 milhão de barris. Isso aumentou as preocupações de que a demanda de petróleo dos EUA esfriará com o fim da temporada de verão, que é muito movimentada.

5. Gabriel Galípolo deve ser o novo presidente do BC

Conforme esperado pelo mercado, atual diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo será o nome indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para assumir a presidência da autarquia, disse ontem o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O anúncio já vinha sendo especulado desde que Galípolo iniciou com número 2 de Haddad a nomeação ainda requer aval do Senado para ser confirmada. Galípolo deve suceder a Roberto Campos Neto, que está no cargo desde 2019, indicado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O mandato termina em 31 de dezembro, mas a transição ainda deve ser definida.

“Desde meados do ano passado, seu nome já estava vinculado ao Copom, e as preocupações iniciais sobre uma possível influência política petista foram sendo gradualmente dissipadas”, acredita Carla Argenta, economista-chefe da CM Capital, mencionando postura consistente com o mandato da instituição. Em sua visão, o indicado teria adotado posicionamento firme na condução da política monetária, com pronunciamentos semelhantes aos dos outros membros do Copom, incluindo aqueles indicados pelo governo anterior.

Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, aponta que o mercado agora busca entender como Galípolo abordará questões como a interferência no câmbio, após equipe econômica criticarem RCN por permitir valorização excessiva do dólar frente ao real.

“Será importante observar como Galípolo lidará com futuros ajustes nas metas de inflação e como conduzirá o ciclo de corte de juros, dado que estamos em um período de juros restritivos que eventualmente precisarão ser reduzidos. Precisaremos ver como ele comunicará essas mudanças ao mercado e se o mercado será receptivo a uma taxa mais baixa”, completa.

Às 7h52 (de Brasília), o ETF EWZ (NYSE:EWZ) subia 0,20% no pré-mercado.

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