Por Scott Kanowsky e Jessica Bahia Melo
Investing.com – As ações globais buscam uma direção, com Wall Street devendo permanecer fechada na terça-feira para o feriado de 4 de julho. Enquanto isso, a Meta se prepara para lançar uma plataforma para rivalizar com o Twitter no final desta semana, em uma tentativa de atrair usuários insatisfeitos com a administração de Elon Musk do site de mídia social. Em outro lugar, a China revela controles de exportação de dois minerais importantes no mais recente desenvolvimento de uma guerra contínua sobre microchips entre Pequim e o Ocidente. Brasil assume presidência do Mercosul com desafio de destravar acordo do bloco com União Europeia.
1. Ações globais silenciam em meio a feriado nos EUA; a rival da Meta no Twitter
Os mercados acionários europeus e asiáticos oscilaram amplamente em torno da linha plana na terça-feira, com os investidores buscando pistas em um calendário de dados leves e um feriado nos EUA.
Às 7h58 (de Brasília), o DAX index da Alemanha caía 0,17%, o CAC 40 da França perdia 0,05%, e o Stoxx 600 pan-europeu recuava 0,07%. No Reino Unido, o FTSE 100 index subia 0,13%.
As negociações silenciosas na região ocorrem depois que as ações na Ásia se movimentaram em uma faixa plana a baixa, com uma série de dados fracos das principais economias diminuindo o apetite pelo risco. As ações japonesas, em particular, caíram das máximas de 33 anos, em um sinal de que a recente recuperação das ações no país pode estar estagnada.
Em outros lugares, os índices Shanghai Shenzhen CSI 300 e Shanghai Composite da China registraram pequenos aumentos, enquanto o KOSPI da Coreia do Sul caiu 0,23%.
Os mercados em Wall Street, entretanto, estarão fechados hoje para o feriado do Dia da Independência.
A Meta (NASDAQ:META), proprietária do Facebook, está pronta para revelar sua resposta ao Twitter no final desta semana, de acordo com uma listagem na Apple App Store, aumentando a pressão sobre a empresa de mídia social de Elon Musk para manter os usuários que ficaram descontentes com a gestão do negócio pelo bilionário.
O novo serviço da Meta, Threads, será lançado na quinta-feira. O aplicativo de "conversa baseada em texto", que estará diretamente ligado à plataforma de compartilhamento de fotos mega popular da Meta, o Instagram, afirma que será um lugar "onde as comunidades se reúnem para discutir tudo, desde os tópicos que lhe interessam hoje até o que será tendência amanhã".
O lançamento do Threads pode vir a ser mais um desafio para o Twitter. Os usuários já começaram a buscar alternativas para a plataforma em resposta às decisões controversas tomadas por Musk, que comprou a empresa por US$ 44 bilhões em outubro.
Mais recentemente, Musk anunciou que limites serão inseridos no número de postagens que podem ser visualizadas, dizendo que isso era necessário em parte para "abordar níveis extremos de raspagem de dados". A decisão foi amplamente criticada pelos usuários, muitos dos quais pagam taxas mensais para obter maior destaque no site.
2. A China restringe as exportações de metais semicondutores
A China restringiu acesso às exportações de dois minerais cruciais usados na criação de chips de computador, na mais recente investida na guerra sobre semicondutores entre Pequim e o Ocidente.
De acordo com o Ministério do Comércio da China, os minerais gálio e germânio estarão sujeitos a controles de exportação não especificados a partir do próximo mês. Os EUA afirmaram que os metais são cruciais para a produção de microchips, equipamentos militares e comunicações.
Em um comunicado, o ministério chinês disse que a medida ajudará a proteger "a segurança e os interesses nacionais".
Enquanto isso, o Wall Street Journal informou na terça-feira que os EUA também estão se preparando para impor restrições ao acesso das empresas chinesas aos serviços de computação em nuvem, incluindo os da Amazon (NASDAQ:AMZN) e da Microsoft (NASDAQ:MSFT).
3. Cortes na oferta elevam o petróleo
Os preços do petróleo subiram na terça-feira, com os investidores ponderando o aumento dos cortes de oferta pelos principais exportadores, Arábia Saudita e Rússia, contra os sinais de enfraquecimento da atividade econômica global.
Às 8h (de Brasília), os contratos futuros do petróleo dos EUA eram negociados em alta de 1,32%, a US$ 70,71 por barril, enquanto o contrato do Brent subia 1,30% para US$ 75,62 por barril.
A Arábia Saudita anunciou na segunda-feira que estenderá seus cortes de 1 milhão de barris por dia anunciados recentemente para agosto e, possivelmente, para além dele, enquanto a Rússia também disse que reduzirá suas exportações de petróleo em 500.000 bpd.
No entanto, é provável que quaisquer ganhos sejam limitados, já que os mercados dos EUA estão de férias.
5. RBA mantém as taxas de juros estáveis
O Banco Central da Austrália decidiu manter sua taxa de juros à vista em 4,10%, o maior valor em 11 anos, na terça-feira, enquanto tenta avaliar o impacto dos 400 pontos-base de aumentos desde maio passado sobre a economia em geral.
Mas a autoridade monetária australiana sinalizou que ainda pode ser necessário um maior aperto para reduzir o elevado crescimento dos preços. A Inflação subiu 5,6% em uma base anual em maio, de acordo com dados oficiais, embora o crescimento tenha sido mais lento do que o recente pico de 8,4% em dezembro
"A inflação ainda está muito alta e permanecerá assim por algum tempo", alertou o governador do RBA, Philip Lowe, em um comunicado.
O RBA é um dos vários bancos centrais que embarcaram em uma campanha de aumentos agressivos dos custos de empréstimos recentemente; a tendência que tem sido um dos principais impulsionadores do sentimento comercial ao longo de 2023.
5. Brasil assume presidência do Mercosul até o final do ano
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebe nesta terça-feira, 04, do seu aliado e presidente da Argentina, Alberto Fernandéz, o comando do Mercosul, que reúne Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Além desses países, o bloco conta também com os chamados Estados associados, entre eles Colômbia, Bolívia e Chile. A presidência é alterada de forma rotativa, a cada seis meses.
Lula tem o desafio de consolidar uma posição unificada entre os países e conquistar maior relevância do Mercosul em acordos internacionais. A troca será realizada em um momento decisivo nas negociações do Mercosul com a União Europeia, que vem sendo negociado desde 1999. Os governos europeus e do Brasil defendem a conclusão do acordo comercial até o fim de 2023.
Porém, mesmo vinte anos após o começo das tratativas, o acordo está em fase de revisão – e passa por entraves ambientais, pois critérios e sanções em caso de descumprimento são considerados exagerados e criticados por Lula.
No segundo semestre deste ano, o Brasil também vai comandar o G20, grupo das principais economias do mundo e o Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Às 8h, o ETF EWZ (NYSE:EWZ) apresentava queda de 0,02% no pré-mercado.
Recessão geopolítica: 5 fatores que podem afetar a economia brasileira e mundial em 2023. Confira no vídeo: