Por Jessica Bahia Melo
Investing.com – Juros em pauta durante a “Super Quarta”, com decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos. Os dois bancos centrais iniciaram suas reuniões de dois dias nesta terça e anunciam hoje se aumentam ou não as taxas de juros básicas da economia. Além disso, Japão também anuncia sua decisão sobre os juros durante a madrugada de quarta-feira (horário de Brasília).
O cenário contracionista dominou o início da semana. Abrindo os trabalhos, o banco central da Suécia (Riskbank) surpreendeu o mercado ao anunciar um incremento de 1 ponto percentual cheio da sua taxa de referência. A expectativa é que outras autoridades monetárias divulguem suas taxas de juros ao longo da semana, com Reino Unido e Suíça relatando na quinta-feira.
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Mercado espera elevação nos EUA em pelo menos 0,75 p.p.
A divulgação da taxa de juros nos Estados Unidos ocorre às 15h (horário de Brasília). Às 15h30, atenção às falas do chairman do Fed, Jerome Powell, em coletiva de imprensa.
O Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) do Federal Reserve (Fed) devem decidir a magnitude do novo aumento da taxa de juros dos EUA, atualmente no intervalo entre 2,25% e 2,5% após a alta de 75 pontos-base em decisão unânime na reunião de julho. A expectativa para 85% do mercado é de nova alta de 0,75 ponto percentual nas taxas do fed funds. No entanto, antes da divulgação de novos dados dos níveis de preço na semana passada, ainda havia precificação de uma elevação de meio ponto percentual.
Em agosto, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) americano atingiu 8,3% em doze meses, um pouco acima dos 8,1% previstos, mas abaixo dos 8,5% anteriores. O resultado da inflação do mês passado dissipou as expectativas de desaceleração do aperto monetário do Fed.
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Pausa no ciclo de aperto monetário no Brasil ainda é incerta
No cenário local, o Comitê de Política Monetária (Copom) anuncia se eleva ou não a Selic após às 18h (horário de Brasília). Por aqui, a expectativa do mercado é a manutenção da atual taxa básica de juros em 13,75%, mas ainda há incertezas quanto à abordagem do comunicado, indicando pausa no ciclo do aperto e seus motivos, ou se pode ocorrer uma alta residual em 25 pontos-base – opção que foi deixada em aberta no comunicado divulgado depois da última reunião em agosto.
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medida oficial da inflação no país, teve uma deflação de -0,68% em julho e de -0,36% em agosto. A inflação em doze meses caiu para um dígito, em 8,73%, mas ainda bem superior aos limites estabelecidos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para este ano, a meta para o IPCA está em 3,5%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual. O presidente do BC brasileiro Roberto Campos Neto e o diretor de política monetária, Bruno Serra têm manifestaram recentemente frases duras, em uma perspectiva de que a batalha do controle inflacionário ainda não está ganha. O comunicado deve apontar qual será a postura da do Copom considerando o balanço de riscos.
Selic: Expectativa é de pausa no ciclo de aperto, sem descartar alta de 0,25 p.p.
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