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PIB do Brasil cresce 7,7% no 3º trimestre; veja o que dizem os analistas

Publicado 03.12.2020, 20:07
Atualizado 03.12.2020, 20:16
© Reuters.
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Por Ana Julia Mezzadri

Investing.com - O PIB do Brasil, divulgado pelo IBGE nesta quinta-feira (3), teve crescimento recorde no terceiro trimestre, de 7,7% em comparação com os três meses anteriores, e queda de 3,9% contra o mesmo período de 2019. O desempenho trimestral foi o melhor desde o início da série história, em 1996.

No entanto, um aumento maior do PIB, que era esperado, foi segurado pelo setor de serviços. Assim, apesar de sinalizar recuperação, o crescimento não conseguiu anular as perdas de 1,5% no primeiro trimestre e 9,6% no segundo, auge da pandemia de Covid-19.

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O resultado trimestre a trimestre ficou abaixo das projeções de consenso, de 8,7%, e abaixo da estimativa de 9,5% do UBS-BB, segundo relatório distribuído na quinta-feira. Em relação à comparação anual, o número também decepcionou: o consenso do mercado era de -3,5%; a projeção da XP, de -3,8%; a do Itaú, de -3,1%; e a do Banco Inter, de -3%.

“Apesar de abaixo do esperado, é notável a recuperação econômica no 3º trimestre”, diz o Banco Inter (SA:BIDI4) em relatório desta quinta-feira.

Para o Itaú (SA:ITUB4), segundo relatório da mesma data, o formato da recuperação, de “V” no setor de bens e com forte impacto em serviços, veio em linha com o esperado.

Um dos grandes fatores por trás da retomada econômica foi o auxílio emergencial pago a famílias pelo governo que, nas palavras do UBS-BB, em relatório, “evitaram um mergulho mais intenso no 1S20 e promoveram uma rápida recuperação”.

Outros pontos que contribuíram foram o aumento do crédito, o programa de proteção ao emprego e a flexibilização monetária, com a taxa básica de juros baixa.

Na visão do ministério da Economia, o resultado confirma a retomada em V da atividade, o que confirma que a prorrogação de auxílios para o próximo ano não são necessários. Agora, a perspectiva do governo é de contração de 4,5% no PIB neste ano e crescimento de 3,2% em 2021.

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Depois da divulgação dos resultados do terceiro trimestre, o UBS-BB revisou sua projeção para o 4T, de 2,2% para 3,2% de crescimento. “Esperamos que o próximo trimestre mostre certo reequilíbrio na performance dos setores, mas com desaceleração no crescimento do PIB no geral”, diz o banco, que acredita ainda que os serviços irão continuar a se recuperar, enquanto varejo e indústria devem desacelerar com o fim do auxílio. 

O banco ainda espera uma média de -4,2% em 2020, crescimento de 3,5% em 2021 e de 3% em 2022. A instituição ressalta, no entanto, que essas estimativas partem do pressuposto de desenvolvimentos positivos na situação fiscal, com reformas sendo aprovadas entre o primeiro e o terceiro trimestre de 2021, além de um real mais forte (US$ 4,95 em dezembro de 2021) e um aumento da Selic (3,75% no fim de 2021).

A visão do Itaú para o trimestre é um pouco mais pessimista: o banco projeta 2,9% de crescimento. No entanto, para 2020, a previsão é de queda de 4,1%. Para o próximo ano, o banco, que também vê potencial de recuperação para o setor de serviços, espera crescimento de 4% do PIB. 

“Olhando pelo lado das despesas, tanto o consumo das famílias como do governo ainda apresentam significativa queda e fica claro que uma normalização desses gastos só acontecerá com a disseminação do programa de vacinação e à volta da mobilidade”, diz o Banco Inter.

O banco revisou sua projeção para o PIB anual de 2020 para -4,4%, de -4%, e espera queda de 2,5% no quarto trimestre. Para 2021, a estimativa do Inter é de crescimento de 3,7%: A possibilidade de um crescimento mais forte, acima de 4% no próximo ano depende ainda do andamento da agenda de reformas, bem como de uma perspectiva de equilíbrio fiscal que permita um cenário de juros menores”, diz o banco.

A XP, em relatório, ressalta a necessidade de foco sobre o cenário fiscal: “Quando comparamos a dinâmica esperada do PIB para os próximos trimestres com outras saídas outras crises (como a de 2008), provavelmente mostraremos um ritmo mais lento não apenas pelo reflexo da pandemia sobre o potencial da economia, mas também pelo risco fiscal do alto endividamento público”. A corretora projeta -4,6% em 2020 e +3,4% para 2021.

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