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Você Sabe Como Investir no Mercado Asiático?

Publicado 30.04.2021, 16:45
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Já estamos quase na metade de 2021, mas os efeitos de 2020 ainda são sentidos fortemente, sobretudo por conta da Pandemia. A economia no Brasil não deslancha. As projeções para o PIB deste ano sofrem novas correções todas as semanas (quase sempre para baixo) e o dólar acima de R$ 5 destrói o poder de compra dos brasileiros. Isto sem falar nos riscos políticos.

Diante deste cenário, é fundamental que o investidor busque alternativas que possam ir além de simplesmente migrar da renda fixa para a variável. E uma forma de fazer isso é diversificar em ativos do exterior.

Em geral, quando falamos de diversificação internacional, é comum pensar em S&P 500, Nasdaq, STOXX 600 Europe talvez.

Contudo, há uma mudança em curso na economia mundial e em alguns anos a China se tornará a maior potência do mundo, passando a americana. Claro que a Ásia como um todo ocupa posição de destaque, mas deixaremos para falar sobre isso em outro momento.

A grande questão é que o PIB Per Capita chinês tem aumentado ano após ano com sua classe média ganhando cada vez mais força. Sua economia já não é mais tão fechada como em outros tempos (foi a única a crescer em 2020) e os investimentos estatais são direcionados de forma muito clara para questões estratégicas.

O que eu quero dizer é que está claro que os chineses têm investido fortemente em infraestrutura e desenvolvimento tecnológico em diferentes áreas. Em um webinar sobre investimentos na Ásia promovido pela Monte Bravo, Gabriela Santos, Estrategista Global, do JP Morgan, destacou um ponto interessante sobre a China.

Segundo ela, o país deixou de ser a fábrica do mundo e passou a ocupar a posição de consumidor do mundo. Antes eram produzidas bolas de futebol pelas fábricas chinesas e ao longo do tempo, passaram a produzir camisas de times de futebol, passando para computadores, chips que vão dentro dos computadores e até softwares com valor agregado muito grande.

Há uma clara percepção de que eles estão evoluindo dentro da cadeia de produção mundial. E algo parecido ocorre com a região de Taiwan e Coreia do Sul. De acordo com Gabriela, eles são líderes globais na produção de semicondutores, o chamado “petróleo do século XXI”.  

LEIA MAIS: Como o Covid e o Conflito EUA-China Criaram Problemas na Cadeia de Semicondutores

Mas como o mercado chinês funciona na prática? Quais os riscos para o investidor?

Vale destacar que o mercado de capitais chinês foi aberto para investidores estrangeiros ainda nesta década. Por isso, a participação de recursos externos ainda é relativamente baixa quando consideramos o tamanho da economia.

Contudo, a bolsa chinesa já ocupa a segunda maior posição em volume de negociação no mundo. Por esses motivos e os demais descritos anteriormente, as ações de empresas chinesas têm um potencial enorme de valorização nos próximos dez anos.

Também é importante chamar a atenção para as características deste mercado. Por ser algo relativamente novo e com pouca presença estrangeira, ele obedece a um padrão bastante descorrelacionado do restante do mundo e geralmente apresenta uma volatilidade muito grande.

Inclusive, é importante chamar atenção para a questão da intervenção estatal. Existem muitas empresas listadas, boa parte delas privadas, mas acompanhadas de diversas estatais, o que não costuma ser bom para os mercados.

Além disso, algumas questões de transparência nos resultados divulgados pelas companhias eventualmente são alvo de problemas.

Existem diversas opções de companhias disponíveis e fazer o gerenciamento deste portfólio pode não ser tarefa das mais simples. Isto sem falar na questão operacional de levar o dinheiro para fora do país.  

Hoje, as opções disponíveis no mercado brasileiro são relativamente escassas. Existem gestoras com fundos voltados para esta temática (para investidores qualificados) e os BDRs de ETFs. Mas acredito que este cenário deve mudar em um futuro próximo.

LEIA MAIS: Já Ouviu Falar em ETF ou Fundo de Índice?

A minha dica para o investidor é que ele deve buscar a diversificação e deve olhar sim para ativos no exterior como uma estratégia de longo prazo. No entanto, é preciso ter cuidado com as “Balas de Prata” dos mercados.

Se você tem dúvidas sobre o assunto, procure a ajuda de um profissional e estude para que o seu horizonte de opções seja cada vez maior. 

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