A maior economia do mundo enfrenta alguns problemas econômicos e precisa reduzir a liquidez do seu mercado. Um dos principais problemas atuais é a crescente dívida pública e até onde vai a alta dos juros.
Em 2021, a dívida pública federal americana fechou em "apenas" 123% do PIB. Isso é o dobro do que era há 15 anos. Para combater a inflação crescente, a maior em 40 anos, o Federal Reserve deu início ao ciclo da alta de juros com uma alta para 0,25%. No entanto, em entrevista recente, o próprio chairman da instituição, Jerome Powell, já sinalizou que pode aumentar 50 pontos-base na reunião de maio. A fala impactou fortemente o mercado de títulos americanos.
Com a dívida atual, a cada aumento de 1 ponto percentual dos juros significa uma despesa adicional de 1,2% do PIB para os americanos. A expectativa do mercado é que os juros subam até 2,5%. No entanto, caso as expectativas inflacionárias se deteriorem há a possibilidade de o Federal Reserve ter que subir os juros acima do previsto.
CONFIRA: Projeções da taxa de juros do Federal Reserve
Imagina o estrago nas contas públicas e na bolsa dos EUA caso os juros subam acima de 3,5%.
Caso isso aconteça, a economia americana sentiria o baque, mas o impacto nos mercados emergentes e fragilizados, por conta do combate à pandemia, seria como uma bomba. Principalmente nos países da América Latina. A alta dos juros americanos tende a apreciar o dólar e provocar fuga de capitais de países emergentes como o Brasil. Por isso, o valor do dólar atual de R$ 4,72 está muito interessante.
O dólar vem caindo por aqui, não por que o Brasil é “a Bola da vez”, mas em virtude do bom momento das commodities e do juro real (que mensura o quanto um investimento em renda fixa rende acima da inflação) que é o maior do mundo atualmente. No entanto, a partir do 2º semestre quando o processo eleitoral começar de fato e os juros americanos começarem a subir, o dólar tende a se apreciar novamente.
No primeiro trimestre do ano, a bolsa americana começou em queda livre com o S&P 500 e Nasdaq corrigindo parte dos ganhos de 2021, enquanto isso o Ibovespa disparou impulsionado pelo boom das commodities. Mas, esse movimento não deve prosseguir no decorrer do ano, pois o índice de atividade econômica IBC-BR e IPCA não vem trazendo boas notícias para a economia brasileira, que deve fechar o trimestre com resultados pífios.
Esse cenário de estagnação deve se confirmar em todo o ano de 2022, visto que a alta da taxa Selic deve ser sentida de fato no mercado de trabalho e na economia a partir de Junho/Julho, justamente quando os juros americanos estarão em um patamar maior que o atual.
Os investidores devem encarar o momento atual como uma excelente oportunidade de dolarizar o seu patrimônio, pois o dólar e a bolsa americana estão em queda, processo que deve se inverter no segundo semestre quando as incertezas eleitorais aumentarem a volatilidade local.