Nos últimos anos, a bolsa de valores recebeu um reforço de peso dentre as opções de investimento. Conhecidas pela sigla ETFs (do inglês Exchanged Traded Funds), essa modalidade de aplicação já movimenta mundialmente um montante de US$ 10 trilhões, segundo dados revelados pela PwC. Se tratando de Brasil, somente na B3 (BVMF:B3SA3) (Bolsa de Valores brasileira), já existem 538 mil investidores em ETFs, sendo que 66 mil deles passaram a compor esse número nos últimos 12 meses.
Apesar desses números imponentes, esse tipo de investimento ainda pode ser considerado algo recente, fato que pode ser comprovado pelas dúvidas frequentes ligadas ao seu conceito. ETFs nada mais são do que um fundo, cujas cotas são negociadas na bolsa de valores, que investe seus recursos para reproduzir um índice de mercado, por exemplo, o índice S&P500 (baseado nas 500 maiores empresas dos EUA) ou mesmo o Ibovespa (maiores e mais negociadas empresas brasileiras).
Ou seja, basicamente os ETFs são um fundo de investimento composto por ativos que seguem um índice de referência. Cada interessado acaba comprando uma cota de participação deste fundo e espera pelo bom desempenho das taxas de performance que estão sendo replicadas pelo título.
Diante desse formato, os ETFs surgem como uma das opções sólidas de investimento na atualidade, principalmente num contexto de grande volatilidade do mercado. Alguns dos pontos que justificam essa força são a diversificação do portfólios de investimentos, liquidez de mercado e os custos reduzidos em suas operações.
Falando da diversificação do portfólio, esse fator acontece porque esse módulo de investimento agrupa ativos diferentes de acordo com a constituição do seu índice. Vamos tomar como exemplo ETF EWZ ou iShares MSCI Brazil ETF, que está relacionado às maiores empresas brasileiras. Um investidor que opta por esse produto estará investindo de forma simultânea em 48 grandes empresas nacionais como Petrobras (BVMF:PETR4), Vale (BVMF:VALE3), Itaú (BVMF:ITUB4), Ambev (BVMF:ABEV3), Bradesco (BVMF:BBDC4), dentre outras. Isso faz com que esse fundo seja mais eficiente do que uma aplicação individual em cada uma dessas empresas.
Além disso, é preciso ressaltar ainda a redução do risco nos portfólios dos investidores e o aumento dos retornos potenciais, já que os investimentos em ETFs garantem a diversificação instantânea da carteira, pelo fato desses fundos se encontram diversificados em milhares de ativos com características selecionadas segundo o índice seguido por cada ETF.
Outro fator importante desse modelo é o acesso facilitado a mercados do mundo todo, variando desde países específicos a uma classe de ativos como títulos globais, e até commodities, como o ouro. Não à toa, os maiores ETFs atualmente são aqueles que investem em grandes empresas dos EUA, grandes empresas de países desenvolvidos, e títulos de dívida de empresas dos EUA.
Cada um desses ETFs conta com bilhões de dólares de ativos de centenas de milhares de investidores globalmente. Este, aliás, é um ponto importante possibilitado por algumas empresas brasileiras nos dias atuais: o investimento feito diretamente num fundo internacional. Além da possibilidade de investir em mercados mais promissores e fortalecidos numa comparação com o brasileiro, o fato de investir diretamente no exterior garante ainda a isenção de imposto de renda para vendas de até R$ 35 mil por mês, e uma grande economia de taxas que são cobradas no Brasil pelos ETFs locais, as quais variam de 0.30% a 0.68%. Vale sempre dizer que todas essas taxas acabam sendo retiradas do bolso do investidor, representando um baque diante do lucro dessas transações.
Dentre as possibilidades abertas para o investidor brasileiro, é preciso destacar os fundos negociados em bolsas nos EUA, com foco nos produtos oferecidos pelas maiores gestoras globais, como Blackrock, Vanguard, State Street, Invesco, dentre outras gestoras na lista top 10 global. Além de ações, é preciso ressaltar ainda que o Brasil conta com a possibilidade de aplicar em opções baseadas em renda fixa nos EUA, tanto do governo federal quanto de empresas, renda fixa global, títulos investment grade (conservadores), títulos high yield (maior retorno), inflação, dentre outros.
Tendência é positiva
Todos esses fatores contribuem para que os ETF sejam apontados como uma das opções de investimentos mais solidificadas do mercado, já que contam com vantagens estruturais em relação a fundos de prateleira ou investimentos em ações ou renda fixa individualmente. Até por isso, a indústria dessa aplicação deve continuar crescendo acima da média apresentada no mercado financeiro. Tanto que, ainda de acordo com o estudo publicado pela PwC, a expectativa é de que o montante global investido nesse tipo de modalidade seja dobrado até o ano de 2026, expondo a força desse produto no mercado.
Toda essa tendência de crescimento dos ETFs acaba sendo potencializada ainda graças a volatilidade atual do mercado financeiro. Tanto que existe um claro movimento migratório de investidores que estão transacionando o seu dinheiro para esse modelo de fundo, dado que esses produtos ajudam a reduzir o risco de mercado das carteiras dos investidores, em comparação com investimentos concentrados em ações individuais ou títulos de renda fixa específicos.