Depois do colapso dos mercados de ações nos EUA na véspera do Natal do ano passado, o desempenho das ações neste ano acabou mostrando que as previsões de muitos analistas estavam erradas. A economia norte-americana seguiu firme, os mercados dispararam e as ações continuaram sua expansão que já dura uma década.
Isso aconteceu apesar dos diversos alertas de analistas sobre uma recessão iminente, por causa da inversão das curvas de juros em meados deste ano, um dos sinais mais veementes de desaceleração do crescimento.
A seguir, apresentamos uma lista de três ações populares que mostraram força, apesar de uma variedade de adversidades enfrentadas por seus negócios em 2019. Seu desempenho neste ano também mostra a disposição dos investidores de assumir riscos em um ambiente onde o retorno de outras classes de ativos continuou baixo, com o banco central norte-americano disposto a cortar os juros diante de qualquer instabilidade econômica.
1. Tesla
As ações da Tesla (NASDAQ:TSLA) finalmente quebraram seu ciclo de baixa em outubro, após vários tropeços do seu fundador e CEO, Elon Musk. Os papéis da fabricante de carros elétricos atingiram a máxima histórica na sexta-feira, fechando a US$ 405,59. Eles dispararam mais de 55% desde que a companhia registrou um lucro inesperado em 23 de outubro.
As notícias deste fim de ano acabaram dando suporte a esse rali, mesmo diante da tentativa frustrada de Musk de fechar o capital da empresa, da sua briga com os órgãos reguladores e de diversas promessas quebradas ao longo de 2019. Musk, geralmente visto como um dos mais inovadores CEOs dos EUA, quase se tornou um inconveniente autodestrutivo para a Tesla.
A atual disparada nas ações da empresa começou quando a companhia registrou resultados positivos para o terceiro trimestre, em que apresentou lucro de US$ 1,86 por ação, superando em larga margem as projeções mais otimistas, bem como a estimativa consensual de prejuízo de US$ 0,24.
A fabricante de veículos melhorou o sentimento do mercado quando afirmou que o cronograma da nova fábrica na China estava adiantado e que seu crossover Model Y seria lançado muito mais cedo do que o previsto inicialmente. A Tesla provavelmente encerrará o ano bem acima do seu preço-alvo consensual de 12 meses de US$ 293 por ação, com a maioria dos analistas dando uma classificação negativa para o papel.
2. General Electric
A gigante industrial General Electric (NYSE:GE) manteve os analistas divididos, enquanto a companhia buscava se recuperar após um 2018 desastroso, no qual o preço das suas ações despencou, assim como a demanda por seus produtos.
Depois de ser negociada abaixo de US$ 10 durante a maior parte do ano, a ação inesperadamente começou a subir forte no início de outubro. Cotados a US$ 11,03 no fechamento de sexta-feira, seus papéis se valorizaram mais de 50% em 2019, sinalizando que o plano de reestruturação da nova gestão está dando resultado.
O maior impulso para a alta da ação neste ano ocorreu quando a GE divulgou seus resultados do seu terceiro trimestre em novembro, mostrando que sua situação de fluxo de caixa estava melhorando e algumas das suas unidades industriais haviam começado a mostrar sinais de vida.
Esse desempenho era prometido pelo novo CEO da companhia, Larry Culp, desde que assumiu o cargo há mais de um ano. O que deixou os investidores animados desta vez foi a melhor previsão de fluxo de caixa para 2019. A GE conseguiu fazer isso por dois trimestres consecutivos, auxiliada por alguns sinais de retomada em seus negócios industriais.
Apesar desses sinais positivos, os analistas continuam divididos em relação à GE e seu futuro parece incerto. O J.P. Morgan, que previu com precisão o colapso das ações da GE há três anos e continua sendo um dos bancos mais pessimistas com o papel, definiu o preço-alvo da ação em US$5. Seus analistas disseram, em uma nota recente, que não acreditam que “a gestão da GE deixou o pior para trás” em termos de desempenho, afirmando ainda que “a empresa está aquém das suas projeções de EBIT feitas em março para sua atividade principal”.
3. Apple
Quem diria que 2019 acabaria sendo um dos melhores anos para os investidores da Apple (NASDAQ:AAPL) (NASDAQ:AAPL)? No grupo de ações de tecnologia de alto crescimento, que inclui o Facebook (NASDAQ:FB), a Amazon (NASDAQ:AMZN) (NASDAQ:AMZN) e a Netflix (NASDAQ:NFLX) (NASDAQ:NFLX), a Apple foi a que mais se valorizou, subindo cerca de 80% neste ano. Suas ações fecharam a US$ 279,44 no pregão de sexta-feira.
Quem diria que 2019 acabaria sendo um dos melhores anos para os investidores da Apple (NASDAQ:AAPL)? No grupo de ações de tecnologia de alto crescimento, que inclui o Facebook (NASDAQ:FB), a Amazon (NASDAQ:AMZN) e a Netflix (NASDAQ:NFLX), a Apple foi a que mais se valorizou, subindo cerca de 80% neste ano. Suas ações fecharam a US$ 279,44 no pregão de sexta-feira.
Para a Apple, o ano de 2019 foi bastante instável, por causa da desaceleração da demanda do seu principal produto e também pelo ambiente macroeconômico hostil, gerado pela longa guerra comercial entre EUA e China.
Como 20% das suas vendas vêm da China, onde a empresa desenvolveu uma enorme rede de fornecedores, a Apple enfrentou uma ameaça direta aos seus negócios com a elevação de tarifas e as retaliações mútuas.
A Apple começou este ano com o preço das suas ações se desvalorizando mais de 30% em relação à máxima histórica atingida em agosto de 2018. Ao longo de 2019, no entanto, ficou claro que a gigante da tecnologia tinha munição de sobra para lidar com os desafios criados pela disputa comercial.
O lançamento do iPhone 11 foi bem recebido, ao mesmo tempo em que sua área de serviços, que inclui Apple Music, aluguéis de filmes e downloads de aplicativos, continuou se expandindo. Na última metade do ano, os papéis da Apple tiveram forte suporte dos analistas por sua implementação antecipada dos telefones de quinta geração, ou 5G, em 2020. Analistas de Wall Street esperam que a empresa aumente suas receitas com o iPhone no ano fiscal que se encerra em setembro de 2021.
Resumo
A Tesla, a GE e a Apple são três exemplos de como as ações podem surpreender e até mesmo agradar os mercados com inovações extraordinárias, recuperações difíceis e até mesmo, como é o caso da Apple, o uso do poder de uma grande marca para desviar de eventos negativos e prosperar. Essas três empresas estão encerrando 2019 com tudo, o que parecia impossível no início do ano. E, ao que tudo indica, 2020 será muito mais positivo para cada uma delas.