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Teremos Guerra entre Rússia e Ucrânia?

Publicado 18.02.2022, 08:44

Quinta-feira (17) foi dia de aversão generalizada ao risco, diante da crescente possibilidade de uma guerra na  Ucrânia. Putin colocou na mesa uma série de exigências, como a retirada da possível ida da Ucrânia à OTAN,  forçando que este país se mantenha como “satélite”. Mandou que esta organização retire tropas e armamentos da região, devolva os arsenais “doados”, se retire da região.  

Se isso não é uma ingerência indevida sobre um país soberano, não sei mais o que dizer. O clima segue muito tenso. Putin, inclusive, já ameaçando usar armas químicas e nucleares. Total coação, cenário muito pesado. Rebeldes já começaram a forjar situações de conflito com atentados, visando provocar esta guerra. Para eles, é interessante que os russos invadam.  

Nos bastidores de Washington, a INVASÃO da Ucrânia já parece “favas contadas”. Muito se comenta que estes devem  começar através das forças rebeldes, no que chamam de ataques de “bandeira falsa” no leste do país.  

No Brasil, em agenda esvaziada, o Bacen divulga o Relatório Trimestral, e com ele a sinalização sobre os próximos passos no balizamento da taxa de juros. Mesmo considerando uma alta menor da Selic agora em março, a curva de DI já sustenta apostas de um ciclo mais longo, com a “taxa terminal” podendo chegar perto de 13%.  

Nos EUA, mais quatro “Fed Boys” discursarão nesta sexta-feira e esquenta o debate sobre o ritmo de aperto  monetário nos próximos meses. 

Dia de aversão ao risco

Quinta-feira (17) foi dia de “cachorro louco” nos mercados em NY (lembremos que estes dias acontecem mais em agosto, quando o verão por lá chega ao ápice). Mas o dia de ontem foi complicado, com sell-off generalizado nos mercados, ou “aversão ao risco”, diante da constatação de que o “fantasma de uma guerra aberta” ganha corpo.  

O que se tem, na verdade, é que Vladimir Putin parece não levar a sério a liderança vacilante do “velhinho” Joe Biden. Por isso, estas provocações. Nos bastidores, são crescentes os alertas de um possível ataque russo, com os tais eventos de “bandeira falsa”, ou seja, os russos invadindo, ou “chutando a porta”, através das tropas rebeldes. Putin não quer nem saber de Biden e é bem capaz disso sim. 

Dizem os assessores no Kremlin de que pode estar em curso uma guerra não convencional, com ataques de hackers, sabotagens diversas, suporte aos rebeldes, etc.  

Não podemos, por outro lado, deixar de salientar a importância da Rússia, inclusive, para a economia da União Europeia, dada a sua total dependência ao gás natural. Vejamos a seguir a importância de algumas matérias primas da Rússia para a economia global. 

Nos mercados, em NY S&P fechou o dia em queda de 2,14%, Dow Jones recuando 1,78% e Nasdaq -2,88%. Já o indicador de  volatilidade deu um salto de 15,7%, a 28,11.  

Mais opiniões dos “Fed Boys”

Parece consenso entre os diretores que o Fed deve dar o start para o início do ciclo de juro já agora em março. Novos aumentos devem ocorrer nas próximas reuniões, mas não sabemos em que intensidade e momento, já que o Fed DEIXA claro que aguardará o divulgar dos indicadores para “dosar” a sua política monetária (data dependent).  

James Bullard, diretor do Fed de Saint Louis, acha que para derrubar a inflação americana, já em 7,5% anuais, essencial será uma taxa de juros de curto prazo acima do patamar neutro, 2,0%. Acha ele que o Fed deve elevar o juro acima de 1% até o fim deste primeiro semestre, até julho, e assim permanecer no segundo semestre.  

Enquanto isso, no Brasil

Entre os economistas de mercado, em reunião com o Bacen, a taxa Selic DEVE fechar este ano entre 12,25% a 12,75%, com o  impacto sobre a economia real atingindo o auge entre o segundo semestre e primeiro de 2023. Não descartam que este patamar se mantenha por um longo tempo. Isso porque a “desinflação” não deve acontecer, dada a desordem fiscal em curso. Há quem veja o IPCA em torno de 6% neste ano, podendo até chegar a 6,6%.  

Visita de Bolsonaro à Rússia

Já comentamos neste espaço. Não poderia haver momento mais inapropriado para a visita de Jair Bolsonaro à Rússia, em escalada de uma guerra de difícil desfecho. Para piorar, e sempre pode piorar, Bolsonaro declarou-se solidário aos russos, se esquecendo das inúmeras conexões existentes, econômicas principalmente, com os EUA, a União Europeia, etc. Para o Departamento de Estado dos EUA, “o momento para se solidarizar não poderia ter sido pior”. Bolsonaro se solidarizou com russos, enquanto isso ataques a várias cidades ucranianas estão sendo tramados. Um desastre diplomático. Aliás, o que faz o general Pazuello na área de Políticas  Estratégicas? O que faz o general Augusto Heleno na Segurança Institucional? Pelo jeito, nada. É um desastre atrás do outro... 

MERCADOS

No Brasil, o Ibovespa fechou quinta-feira (17) em queda forte de 1,43%, a 113.528 pontos, DEPOIS DE SETE ALTAS SEGUIDAS.  Já o dólar fechou em alta de 0,76%, a R$ 5,1669, depois de oscilar entre R$ 5,1284 e R$ 5,1836.  

Nos futuros do dia 18 de fevereiro (5h11), o Ibov RECUAVA 1,37%, a 115.096 pontos e o dólar a R$ 5,172. No mercado de Treasuries,  BR 2Y RECUANDO FORTE 4,37%, a 11,57, BR 5Y -2,28%, a 11,17, e BR 10Y, -2,98%, a 11,21. Ao fim, o “risco Brasil”, CDS 5 ANOS, a 219 pontos.  

Na madrugada do dia 18/02, na Europa (05h12), os mercados futuros operavam EM ALTA: DAX (Alemanha) +0,14%, a 15.289  pontos; FTSE 100 (Reino Unido), +0,27%, a 7.557 pontos; CAC 40, +0,32%, a 7.557 pontos, e EuroStoxx50 +0,09%, a 4.116 pontos.  

Na madrugada do dia 18/02, na Ásia (5h11), os mercados operaram em QUEDA (maioria): S&P/ASX (Austrália), -1,02%, a 7.221  pontos; Nikkei (Japão) -0,41%, a 27.122 pontos; KOSPI (Coréia), +0,02%, a 2.744 pontos; Shanghai +0,66%, a 3.490, e Hang Seng, - 2,02%, a 24.291 pontos.  

Nos EUA, as bolsas de NY, NO MERCADO FUTURO, operavam em ALTA (AJUSTE) neste dia 18/02 (05h12): Dow Jones, +0,51%,  34.404 pontos; S&P500 +0,53%, 4.397 pontos, e Nasdaq +0,58%, a 14.254 pontos. No VIX S&P500, -3,40%, 26,63 pontos.  

No mercado de Treasuries, US 2Y AVANÇANDO 0,76%, a 1,4902, US 10Y +0,08%, a 1,9750, e US 30Y, -0,34%, a 2,3050. No DXY, o dólar EM QUEDA DE 0,03%, a 95,78, e Petróleo WTI, a US$ 90,94 (-0,89%) e Petróleo Brent US$ 92,21 -0,82%); Gás Natural -0,71%, a US$ 4,45 e Minério de Ferro, -1,37%, a US$ 685.  

Agenda. Destaque para os Indicadores Antecedentes do Conference Board de janeiro as vendas de moradias usadas. Falam os  diretores Charles Evans, de Chicago, John Williams de NY e o conselheiro Christopher Waller. Na Zona do Euro, dados das contas  externas e a produção da CONSTRUÇÃO CIVIL de dezembro e a Confiança do Consumidor de fevereiro. 

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