O S&P 500 fechou em alta ontem, após um desequilíbrio de compra de US$ 6,5 bilhões nos últimos minutos de negociação. O índice, que estava em queda durante a maior parte do dia, subiu 0,8% no fechamento, graças a uma forte demanda por ações no fim do mês. Os desequilíbrios de compra ou venda costumam ocorrer no final dos trimestres, mas o de ontem foi um dos maiores já registrados, segundo dados da NYSE.
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Os desbalanceamentos são causados por diferenças entre as ordens de compra e venda dos investidores institucionais, que precisam ajustar suas carteiras de acordo com os índices de referência. Eles se acumulam ao longo do dia e são divulgados pela NYSE a partir das 14h, mas só se tornam públicos às 15h50, quando as ordens de mercado ou limit-on-close são publicadas.
Isso cria uma corrida entre os traders, que tentam executar as ordens dos seus clientes antes do fechamento do mercado, às 16h. Quem não consegue cumprir o processo pode enfrentar a ira dos gestores, que esperam ter suas posições alinhadas com os índices. Além disso, os traders que usam estratégias baseadas no volume médio ponderado pelo preço (VWAP) ou na participação do volume também precisam se ajustar rapidamente aos desequilíbrios.
A situação é estressante e às vezes é preciso elevar o preço das ações para conseguir o volume necessário ou tentar compensar o desequilíbrio com outras operações. Já tive conversas desagradáveis com clientes (aos gritos) por não conseguir atender às suas expectativas.
Apesar da alta de ontem, eu não vejo uma mudança significativa na tendência do mercado, e considero que o repique foi apenas uma correção técnica. Com base na teoria das ondas de Elliott para analisar os movimentos do mercado, o S&P 500 pode estar na segunda onda de uma queda maior. O índice foi até a retração de 61,8% da primeira onda, o que é um nível comum de correção.
Os {{8874|futuros do Nasdaq 100}} estão mais avançados na queda, com uma retração de apenas 38,2% da onda anterior. Isso não significa que o mercado não possa subir mais, mas é preciso estar atento aos sinais de reversão. Considerando a análise de ciclos para identificar os pontos de virada do mercado, um ciclo de 82 dias parece estar se confirmando novamente e indica que o mercado atingiu o pico recentemente.
Os mercados são imprevisíveis por natureza, razão pela qual é muito difícil - para não dizer impossível - tentar prever o que vai acontecer. Já passei por dois dos ciclos mais violentos da história do mercado, em 2000 e 2008, que foram experiências traumáticas. Não estou prevendo um colapso do mercado, mas estou cauteloso com o risco de queda, pois sou um investidor de longo prazo e prefiro ter ações de qualidade e bastante caixa na carteira.