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Soja Lidera Supersemana Agrícola, com o Medo Instalado em Wall Street

Publicado 23.04.2021, 12:02
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Os investidores não conseguem conter a euforia com os mercados agrícolas, principalmente com a soja, que lidera os três principais mercados futuros do setor nos EUA, ao registrar a melhor semana em quase oito anos, mesmo com a confiança abalada nas ações.

Não há relação com o que está acontecendo nas duas classes de ativos.

Os preços da soja estão em alta, com a China comprando toda a oferta americana para alimentação animal, enquanto tenta recuperar a saúde da indústria de carne suína dizimada pelo vírus.

Soja diária

As cotações do milho e do trigo estão disparando diante da preocupação com o clima seco nos EUA, bem como com uma geada inesperada nos últimos dias.

Milho diário

Em Wall Street, onde os analistas vinham alertando há meses para a sobrevalorização das ações, os índices Dow Industrial, S&P 500, de blue chips, e Nasdaq, recheado de empresas de tecnologia, estão prestes a registrar sua pior semana desde fevereiro, em meio a notícias de que o presidente Joseph Biden pretende elevar os impostos sobre ganhos de capital, podendo afetar mais os investidores de ações.

Eli Tesfaye, estrategista de mercados da R.J. O'Brien, em Chicago, comentou o fenômeno:

“Ninguém está sugerindo que as pessoas estivessem retirando dinheiro das ações nesta semana para alocá-lo em produtos agrícolas. Mas, se você olhasse os monitores na quinta-feira, veria quedas de abalar os nervos nas ações logo após notícias sobre a taxação de ganhos de capital, ao mesmo tempo em que os mercados de grãos disparavam. O timing foi estranho”.

Agronegócio não é “um local ruim” para investir agora

De qualquer forma, o agronegócio não é um local ruim para investidores em busca de crescimento, afirmou Tesfaye, que apontou que as commodities alimentícias estavam entre os maiores componentes da inflação neste momento, refletindo as pressões de preço muito mais do que o ouro.

A tendência tem tudo para continuar por causa dos gargalos de produção em todo o mundo, em meio à alta demanda de economias que tentam se levantar após os estragos causados pela pandemia.

Ainda segundo Tesfaye:

“Sem dúvida, os mercados agrícolas não estão preparados para lidar com esse monstruoso fluxo de recursos. Mas certamente vale a pena para os investidores aumentar as posições já abertas ou entrar nesse mercado em busca de diversificação, caso ainda não tenham exposição”.

Soja tem maior valorização em quase 8 anos

A grande vencedora do campo nesta semana foi a soja, que atingiu máximas em torno de US$ 15,43 por bushel, registrando uma valorização de quase 7%, o maior avanço desde a semana de 13 de julho de 2012, quando teve uma alta de 10,2%.

Dan Hueber, responsável pelo relatório focado em grãos Hueber Report, disse o seguinte na quinta-feira:

“Já ultrapassamos um pouco a marca de 15 (dólares). Nada indica que iremos parar nesse ponto”.

A perspectiva técnica do Investing.com indica “Forte Compra” na soja, prevendo resistência de curto prazo a US$ 15,95.

De acordo com Jack Scoville, analista-chefe do Price Futures Group, em Chicago, o rali na soja foi impulsionado pela inexorável demanda da China por ração, enquanto tenta ressuscitar sua indústria de carne suína abalada pela Febre Suína Africana.

Um relatório do governo chinês em dezembro afirmou que a indústria de suínos do país já havia se recuperado em 90%, devendo estar totalmente restabelecida no segundo trimestre. A maioria dos especialistas dos EUA discorda, mas isso não impediu o país asiático de comprar com antecedência a soja americana para atender sua demanda de ração.

Segundo Scoville:

“O mercado acredita que os EUA ficarão sem soja, a menos que a demanda possa ser racionada com a elevação dos preços. Os EUA não têm muita soja no país, já que a maioria dos produtores já vendeu quase tudo. Os compradores estão brigando pelo que restou”.

A situação não era mais favorável no Brasil, que já era um grande exportador para a China, afirmou. Com uma produção projetada de cerca de 136 milhões de toneladas métricas em 2020/21, o Brasil é o maior produtor mundial da commodity, à frente dos EUA, com 113 milhões de toneladas métricas.

Scoville disse ainda:

“A oferta do grão no Brasil está atrasada devido a problemas no plantio. O clima estava seco e agora há chuva demais, atrasando a colheita e gerando problemas de qualidade no Norte. As atividades de colheita já terminaram, e a China continua comprando para o próximo ano, principalmente da América do Sul, sem falar que a demanda interna nos EUA também está forte”.

Milho sobe 12% na semana, e o trigo 10%

Os contratos futuros de milho estão prestes a registrar uma valorização semanal maior que a da soja. Mas sua alta de 12% é a maior desde a semana encerrada em 9 de maio de 2019. O contrato mais próximo atingiu as máximas de julho de 2013 acima de US$ 6,54 por bushel.

Scoville afirmou que o milho, assim como a soja, registrava alta demanda de compradores chineses.

“O clima está muito frio nos EUA, e algumas plantações de milho recentes foram prejudicadas. Também há preocupações com a possível produção da Safrinha no Brasil, já que as regiões de cultivo estão quentes e secas, devendo permanecer assim no longo prazo”.

O trigo já subiu quase 10% na semana, sua maior valorização semanal desde  3 de julho. Sem falar que atingiu a máxima acima de US$ 7,13 por bushel durante a semana, maior nível desde outubro de 2012.

“O trigo continua sendo um mercado sazonal”, explicou Scoville. “O clima segue muito seco nas Grandes Planícies do norte e nas pradarias canadenses, com os produtores plantando em solo seco. Além disso, há previsões de clima bastante frio nas Grandes Planícies centrais e do sul. Oklahoma deve sofrer mais com as temperaturas abaixo de zero”.

Aviso de isenção: Barani Krishnan utiliza diversas visões além da sua para oferecer aos leitores uma variedade de análises sobre os mercados. A bem da neutralidade, ele apresenta visões e variáveis de mercado contrárias. O analista não possui posições nos ativos e commodities sobre os quais escreve.

 

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