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Situação Hipercaótica Pode Acabar com as Expectativas de Recuperação

Publicado 13.08.2020, 18:16
DJI
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Mesmo não querendo lidar com a realidade da situação, estamos vendo notícias recentes sobre a Califórnia que sugerem que esse estado, além de vários outros, estão atingindo seu limite fiscal com a contração econômica provocada pela covid-19. A realidade da situação econômica é que, quando os consumidores se veem coatados em suas atividades normais, ocorre uma redução exponencial da arrecadação, das vendas e das receitas do governo. Os estados que dependem dos consumidores e da atividade comercial para fazer jus a seus enormes orçamentos correm um grande risco de enfrentar sérios problemas fiscais iminentes caso os eventos gerados pelo coronavírus se prolonguem. Um artigo recente da Moody’s Analytics indicou que Nevada Havaí, Nova York, Washington, Flórida e Connecticut seriam os governos mais atingidos pela pandemia.
 
Bagunça nas finanças estatais
 
É preciso usar a imaginação para tentar entender a real dimensão dos problemas dos estados que estão enfrentando o que chamamos de “Abismo Fiscal da Covid”. Bastar dar uma olhada no gráfico da Yahoo! Finance abaixo para ter uma ideia dos estados que estão mais expostos economicamente à covid.
 
 
As despesas não cessam de forma tão abrupta nesses estados. Seus orçamentos e expectativas de receita, fruto dos trabalhos políticos realizados no âmbito de cada estado, fizeram com que se comprometessem financeiramente por muitos anos no futuro. Quando ocorre uma contração de 10%, 20%, 30% ou mais em sua renda, o resultado pode ser desastroso. Quanto mais se prolongar esse tipo de contração de receita, mais dolorosos serão os efeitos fiscais deletérios para cada estado.
 
Atualmente, os níveis de receita parecem ter diminuído cerca de 30% de março a maio de  2020, de acordo com um artigo recente da NPR. Como podemos depreender do gráfico abaixo, o efeito em cada estado varia caso a caso. De qualquer forma, uma queda de 25% a 30% na arrecadação tem potenciação de estrangular as operações futuras de vários estados de forma quase imediata.
 
 
O artigo diz o seguinte:
 
“O desemprego recorde provocou estragos na arrecadação de imposto de renda e na tributação das vendas, duas das maiores fontes de receita dos estados. A indústria de turismo no Havaí e Nevada foi esmagada, e estados como Alasca, Oklahoma e Wyoming foram afetados pelo colapso dos mercados de petróleo. De março a maio deste ano, trinta e quatro estados registraram pelo menos 20% de queda na receita em comparação com o mesmo período do ano passado.”
 
Quando vemos o mercado de ações nos EUA registrando novas máximas recordes e esperando a continuidade da recuperação em “V”, acreditamos que as expectativas de muitos investidores e traders profundamente equivocadas perante os dados de receita dos estados.
 
Crédito, dívida e falta de renda real
 
Os consumidores respondem por quase 80% do PIB total dos EUA. Sem dúvida, uma diminuição de 20% a 30% nas despesas com consumo e na atividade econômica pode estrangular as fontes de receita dos governos locais e estatais. Se considerarmos a enorme onda de execuções judiciais de hipotecas, desapropriações e perdas de emprego que ainda devem atingir a economia, provavelmente vamos ver dezenas de milhões de cidadãos americanos desalojados e desqualificados da atividade de consumo. Esse processo deve levar mais de 24 meses para se concretizar totalmente, embora ainda tenhamos vivido até agora apenas 5 meses desse processo.
 
O que acontece com os sistemas de assistência, moradia e atividade econômica em termos de consumo quando estados e cidades atingem seus limites e começam a cortar serviços e orçamentos?
 
O que acontece com o mercado acionário quando os investidores de repente percebem toda a dimensão do ambiente econômico que temos adiante?
Será que eles continuarão sendo tão agressivos na aquisição de ativos e ações como têm feito nos últimos 5 meses?
 
Uma coisa é certa, ainda não temos claro todo o impacto da contração econômica provocada pela pandemia de covid-19, portanto prepare-se para um “choque de realidade”. Nossa equipe de pesquisa acredita que os Arcos de Amplitude de Preços de Fibonacci, mostrados abaixo nesse gráfico mensal dos futuros do Dow Jones (YM), são fundamentais para compreender como e onde o risco pode se tornar excessivo nos preços.
 
Atualmente, as negociações estão ocorrendo um pouco acima de dois arcos verdes.
Dow Jones E-minis mensais
 
Se a economia continuar se recuperando em ritmo moderado, pode haver mais espaço para alta na atividade de preços a partir desses níveis. Entretanto, faltando apenas 80 dias para as eleições presidenciais nos EUA e com os ciclos econômicos do fim do verão e início da primavera em vigor, nossos pesquisadores acreditam que a próxima fases da contração econômica ocorrerá quando os consumidores/cidades/estados começarem a sentir o peso da falta de receita e de atividade em decorrência da pandemia. Acreditamos que esse processo está começando a acontecer agora mesmo.
 
Estados e cidades que de repente se viram quebrados, ou quase isso, passaram a agir de forma diferente – como todos nós. Ficamos mais “protecionistas” em nosso pensamento. Antes de isso acontecer, podemos gastar e aproveitar diferentes coisas. Mas, quebrados, fazer isso é impossível, e perigamos inclusive deixar de pagar serviços essenciais, como a luz acesa em casa.
 
Um exemplo perfeito da Espiral da Morte Econômica, que muitas vezes acomete cidades e estados que destroem seu futuro econômico, está acontecendo na cidade de Nova York. “Levas” de pessoas com meios e recursos estão fugindo da cidade, apesar dos apelos do prefeito para que esses residentes endinheirados “permaneçam”. As únicas pessoas que podem restar ali são aquelas que não têm recursos para sair.
 
As máximas quase recordes que estamos vendo parecem ser uma boa oportunidade para comprar antes do rompimento, mas pedimos a todos que continuem cautelosos, pois acreditamos em um ciclo maior e mais prolongado, e só estamos no início desse possível ciclo de mais de 24 meses. Sim, o Fed pode imprimir muito dinheiro e distribuí-lo, mas precisa haver um engajamento dos consumidores e ativos na economia orgânica real para vermos um crescimento. O fato de o Fed sair comprando tudo a que tem direito não gera crescimento orgânico real. Isso é apenas um “ventilador respiratório”.

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