Este artigo foi escrito exclusivamente para o Investing.com. Publicado originalmente em inglês em 14/05/2021
Tomando-se como base o desempenho do fundo Select Sector SPDR XLE, as ações de energia formam o grupo mais aquecido do S&P 500 neste ano. O ETF se valorizou mais de 35% até agora, mas esse avanço significativo deve mudar de direção. O petróleo parece estar perdendo força em razão do aumento de casos de coronavírus em diversas partes do mundo.
O ETF demonstra dificuldade para ultrapassar alguns níveis críticos de resistência. Isso tem feito com que traders de opções também apostem em uma reversão do setor. As tendências sugerem que tanto o setor, de forma geral, quanto o petróleo em si já podem ter tocado o pico no curto prazo. Portanto, ao que tudo indica, podemos ter preços muito menores nas próximas semanas.
Ações de energia vão cair?
No início desta semana, houve um aumento considerável de contratos em aberto de opções de venda (puts) no XLE a US$ 55 para 18 de junho. O número de contratos aumentou mais de 23.000 em 12 de maio. Analisando os dados, tudo aponta para uma operação de spread, em que um trader comprou as puts. Ao todo, foram pagos cerca de US$ 2,60 por transação. Isso indica que o XLE pode ficar abaixo de US$ 52,40 até a data da expiração. Quanto mais cai o ETF, maior é o lucro desse trader.
Ao final do dia de 13 de maio, o XLE já estava sendo negociado abaixo de US$52,40, a cerca de US$51,90. De fato, os gráficos técnicos dão indicações de teremos pela frente preços mais baixos no XLE. Recentemente, o ETF falhou, pela segunda vez, em superar o nível de resistência a US$ 53,50. A primeira vez em que isso aconteceu foi em meados de março. Atualmente, o ETF aproxima-se do suporte a US$ 50. Um rompimento desse suporte deve resultar em uma queda de quase 10% do XLE, até cerca de US$ 46,35.
O índice de força relativa registra queda desde o pico em março, com um nível acima de 70. Entretanto, o IFR marcou recentemente uma máxima mais baixa, apesar de o ETF ter subido mais um pouco. Trata-se de um padrão negativo, chamado de divergência baixista. Ele está sinalizando que o XLE tem mais espaço para cair antes de cravar fundo.
Mesmo cenário no petróleo
A recente fraqueza no XLE tem a ver com a derrapada do petróleo, que apresenta várias tendências técnicas similares ao ETF, já que não está conseguindo superar a marca de US$ 67 por barril. Apesar das muitas manchetes sobre pressão inflacionária na economia americana, os preços do petróleo continuam estancados. Além disso, o IFR no petróleo mostra as mesmas tendências baixistas do XLE, indicando uma potencial queda até US$ 57.
Claramente, o forte desempenho do setor está pedindo uma pausa ou pelo menos uma leve correção. Ainda que pareça cedo demais para considerar que o setor de energia pode registrar um extenso e prolongado declínio, não se pode descartar uma queda maior do setor no curto prazo.
A perspectiva de longo prazo será determinada pela saúde da economia e sua recuperação da pandemia de coronavírus. Se a vida voltar ao normal nos próximos meses, provavelmente aumentará a necessidade de produtos petrolíferos e de energia.