- Historicamente, setembro apresenta desafios para o mercado de ações, com o S&P 500 registrando correções.
- O desempenho ruim durante esse período se deve a fatores psicológicos e econômicos.
- Neste artigo, discutiremos como os investidores podem preparar suas carteiras para enfrentar a volatilidade esperada.
Setembro é conhecido como o mês mais desafiador para o mercado acionário, devido a uma combinação de fatores econômicos, psicológicos e estratégicos. Vamos examinar os registros históricos para entender as razões.
Desempenho histórico de setembro
1928-1950
Durante a Grande Depressão e a Segunda Guerra Mundial, o mercado sofreu oscilações acentuadas. Historicamente, setembro fechou em queda aproximadamente 60% das vezes. Entre 1928 e 1950, o S&P 500 teve um retorno médio de cerca de -0,5% em setembro.
1951-1980
O boom econômico pós-guerra não beneficiou setembro. Apesar dos novos ciclos econômicos, o S&P 500 continuou com desempenho inferior, com um retorno médio mensal de -0,3% e uma taxa de declínio de 55% durante esse período.
1981-2023
Nas últimas décadas, setembro manteve sua tendência negativa, com o S&P 500 registrando um retorno médio de -0,4%. As crises financeiras e os colapsos de mercado tiveram um impacto considerável. Desde 2000, setembro encerrou no vermelho cerca de 52% das vezes, com um retorno médio mensal de -1,1%.
De 1928 a 2022, setembro se destaca como o mês com o retorno médio mais negativo. O S&P 500 apresentou retornos positivos em setembro apenas 40% das vezes, tornando-o estatisticamente o mês de pior desempenho do ano.
Por que o mercado enfrenta dificuldades em setembro?
Diversos fatores contribuem para isso durante este período do ano.
Fatores psicológicos:
Após as férias de verão nos EUA, os investidores costumam reajustar seus portfólios, resultando em aumento de vendas e baixas no mercado. A expectativa pelos resultados do terceiro trimestre e o planejamento para o último quadrimestre do ano também podem elevar a volatilidade.
Fatores econômicos:
Investidores institucionais normalmente ajustam seus portfólios no final do terceiro trimestre, resultando em mais vendas. A incerteza em torno dos anúncios de lucros e das decisões monetárias em outubro pode ampliar a volatilidade de setembro.
Estratégia operacional:
A estratégia "Vender em maio e sair" reflete as tendências sazonais do mercado e muitas vezes vê os investidores retornando ao mercado em setembro. Esse influxo pode gerar turbulência inicial, adicionando pressão baixista.
Eventos macroeconômicos:
Setembro frequentemente inclui encontros decisivos dos bancos centrais, como a reunião do Federal Reserve em 18 de setembro. Decisões sobre taxas de juros e outras políticas monetárias podem afetar a volatilidade do mercado, com cortes iniciais de taxas potencialmente desfavoráveis ao mercado.
De 1950 a 2022, setembro teve uma taxa de declínio no fechamento de 57%, com um retorno médio de cerca de -0,7% e um desvio padrão de 5,1%. Esses dados ressaltam a volatilidade elevada de setembro em comparação com outros meses.
O que fazer
Setembro é reconhecido como um mês difícil para o mercado de ações, mas não se deixe intimidar. Use isso como uma chance para aprimorar sua estratégia. Veja como navegar pelas possíveis águas turbulentas:
- Diversifique: Não é necessário ser Warren Buffett para aproveitar a diversificação. Distribuir seus investimentos pode ajudar a minimizar riscos e suavizar os impactos durante as baixas.
- Jogue na defensiva: Considere investir em setores menos cíclicos como utilidades públicas e produtos de consumo básico. Estes tendem a se sair melhor quando o mercado está em baixa.
- Atenção aos fundamentos: A qualidade é importante, mesmo em um mercado desafiador. Busque ações com fundamentos sólidos, que geralmente se destacam e oferecem valor a longo prazo.
Conclusão
Embora o histórico de setembro não seja estelar, ele é apenas uma parte do panorama geral. Concentre-se em construir estratégias que não apenas capturem retornos de mercado, mas também resistam aos períodos difíceis e sustentem seus objetivos de longo prazo.