A fabricante de carros elétricos Tesla (NASDAQ:TSLA) (NASDAQ:TSLA) teve uma tremenda virada de sorte no último trimestre de 2019. Depois de registrar um surpreendente lucro no terceiro trimestre, suas ações não pararam de subir e já se valorizaram cerca de 75% desde então.
E a boa notícia para os investidores da Tesla (NASDAQ:TSLA) é que esse rali ganhou um empurrãozinho a mais neste início de ano-novo. A companhia anunciou, na semana passada, que entregou o número recorde de 112.000 veículos no quarto trimestre e iniciou as operações em uma nova fábrica perto de Xangai, onde produz 1.000 sedãs Model 3 por semana.
De fato, seus papéis dispararam mais de 34% no mês passado e quase 7% somente nos últimos três pregões, fechando na sexta-feira a US$ 443,01.
Esses dois fatos ocorreram depois de um ano bastante instável para a Tesla (NASDAQ:TSLA), o que fragilizou a confiança dos investidores no fundador e CEO da empresa, Elon Musk, que pegou os acionistas de surpresa ao dizer, e depois voltar atrás, que fecharia o capital da empresa. Esses tropeços, além de várias promessas quebradas, forçaram muitos analistas de prestígio a rebaixar a ação da Tesla e até mesmo a questionar a seriedade da missão de Musk de revolucionar a indústria automotiva tradicional.
Para os investidores da Tesla (NASDAQ:TSLA), esse ambicioso objetivo parece agora estar ao alcance da empresa após os recentes avanços. A conclusão da fábrica apelidada de “gigafactory” em Xangai em menos de um ano e o sucesso da companhia em superar seu ambicioso plano de vender 360.000 veículos no ano são um sinal veemente de que a Tesla pode rapidamente se tornar um player de destaque na indústria se continuar atingindo suas metas.
“2020 é um ano estratégico para Musk e companhia", declarou Dan Ives, analista da Wedbush Securities, em uma nota enviada aos investidores na sexta-feira.
“Este será o ano que os investidores estavam esperando, graças ao início das operações na China e ao fato de que a grandiosa visão de Musk [sobre veículos elétricos] finalmente parece estar se concretizando.”
Para Ives, a China continua sendo um “fator decisivo”, onde a Tesla (NASDAQ:TSLA) começou a realizar a entrega local dos carros compactos Model 3 fabricados na própria China. A empresa também está se preparando para iniciar por lá a produção do novo utilitário esportivo Model Y em meados do ano.
Grandes riscos para as ações da Tesla (NASDAQ:TSLA)
Apesar desse otimismo, ainda não está claro se a China vai se tornar rapidamente um empreendimento lucrativo para a Tesla (NASDAQ:TSLA). As vendas de carros elétricos se enfraqueceram nos últimos trimestres no país, à medida que o governo começou a retirar os subsídios aos veículos movidos por energias alternativas.
A desaceleração do mercado automotivo chinês, a eliminação dos créditos tributários nos EUA para os clientes da Tesla (NASDAQ:TSLA) e o risco de Musk deixar de cumprir novamente suas promessas são alguns dos obstáculos que podem enfraquecer o rali nos papéis da empresa em 2020. Vale a pena lembrar que a companhia também encerrou com tudo o ano de 2018, mas gerou enormes perdas aos seus acionistas no primeiro semestre de 2019.
A fim de consolidar sua posição, a Tesla (NASDAQ:TSLA) deverá mostrar, nos próximos trimestres, que consegue fazer com que todos esses ganhos se traduzam em um fluxo de caixa livre consistente e em redução de dívidas. Mas o problema é que os papéis da companhia reagem de forma muito violenta a notícias negativas, atraindo a ação de especuladores.
Sem se convencer do espetacular rali da Tesla (NASDAQ:TSLA) no 4º tri, o Morgan Stanley (NYSE:MS) reiterou seu preço-alvo de US$ 250 para a empresa no mês passado, dizendo que o valuation atual não é sustentável. O analista Adam Jonas afirmou, em uma nota recente, que os investidores podem parar de ver a Tesla como uma empresa de tecnologia e fazer suas ações despencarem para níveis comparáveis aos de outras empresas do setor automotivo.
“Não estamos otimistas com a Tesla (NASDAQ:TSLA) no longo prazo, pois acreditamos que, com o tempo, a empresa pode vir a ser cada vez mais percebida pelo mercado como uma fabricante automotiva convencional”, escreveu Jonas.
“Estamos preparados para ver uma grande melhora no sentimento ao longo do primeiro semestre deste ano, mas questionamos sua sustentabilidade.”
A última vez em que as ações da Tesla (NASDAQ:TSLA) foram negociadas ao redor de US$ 250 foi em outubro do ano passado.
Resumo
Não há dúvidas de que a Tesla (NASDAQ:TSLA) voltou com tudo depois de elevar sua produção e construir uma fábrica na China, o que pode virar o jogo para a companhia em termos de lucratividade no longo prazo. Mas a inovadora fabricante de automóveis precisa ser rápida em mostrar que todas essas conquistas estão ajudando a empresa a atingir uma lucratividade sustentável e que esse bom momento chegou para ficar, ao contrário dos vários ciclos passados de ascensão e queda.