Pessoal, essa semana será muito importante para o mercado devido à “Super Quarta”, quando haverá decisão de juros nos EUA e no Brasil. Até lá, o mercado monitora dados e opera na expectativa da magnitude desses aumentos. Super Quarta é porque na mesma data sairão as decisões da taxa de juros americano e brasileiro.
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Para o Brasil, que tem registrou dois meses seguidos de deflação, há dois cenários: manutenção da taxa Selic em 13,75% ou alta de 0,25 ponto percentual. Hoje, teremos mais dados de inflação, IPC-FIPE, e amanhã sairá o IGP-M (inflação do aluguel).
Já para os EUA, os cenários são dois também: ou aumento de 0,75 ponto percentual (que a maioria espera) ou aumento de 100 pontos-base. Números recentes, como a inflação ao consumidor em agosto e dados do mercado de trabalho, estão vindo acima do esperado, o que eliminou as chances do Fed elevar os juros em 50 pontos-base e consolidou as expectativas de uma alta de 0,75 ponto percentual, com parte dos investidores apostando em alta de 1 ponto.
Na China, hoje à noite haverá decisão de taxa de juros, evento que importa à economia brasileira. Afinal, são nossos principais consumidores de commodities.
Seguimos acompanhando os lockdowns na China e seus impactos, a guerra na Ucrânia, a crise energética na Europa e as eleições no Brasil.
Para quem acompanha de perto a cotação da moeda norte-americana, na sexta-feira ela bateu R$ 5,31, mas depois acabou fechando o dia cotada a R$ 5,259. O dólar fechou a semana com alta de 2,17%. Mesmo longe dos R$ 5,30, pudemos ver a valorização ante a receios de altas mais fortes nos juros dos EUA nesta quarta. Importante será acompanhar a coletiva de imprensa de Jerome Powell logo após o anúncio, para podermos ter ideia do cenário futuro.
E para que você entenda a importância da “Super Quarta”, explico aqui: juros mais altos em economias avançadas estimulam a fuga de recursos de países emergentes, como o Brasil. O dólar sobe ante ao real. Porém, como isso já está acontecendo bem forte, pode bem ser que já esteja precificado e esse movimento de alta não seja tão impactante na data. Além disso, na quinta (porque a Selic só vai sair após o mercado já estar fechado na quarta) o mercado vai reagir ao carry trade (o diferencial de juros daqui e de lá fora). Se nosso juro se mantiver igual, daí não conseguiremos conter tanto essa fuga de capital, mas se subir 25 pontos-base ajudaria a reduzir as pressões sobre o dólar, mas prejudicaria a bolsa e o crescimento da economia.
Boa sorte, pessoal! E minha dica para o dólar é: respire fundo, analisemos um dia de cada vez para o câmbio.