Temos uma semana mais curta pelo feriado de Ação de Graças na quinta-feira (dia 25) e Black Friday na sexta-feira, mas não menos intensa de eventos e indicadores.
Nos EUA, em destaque a ata do Fomc na quarta-feira e mais especulações sobre quem assume o Fed a partir do próximo mandato, em 2022, Jerome Powell ou a “governadora” Lael Brainard? (Rumores indicavam que não seria nenhum dos dois, mas sim Janet Yellen, hoje secretária de Tesouro).
No Brasil, a PEC dos precatórios deve ser votada em comissão (CCJ) e depois ir para o plenário do Senado. Dúvidas surgem sobre se será “fatiada”, ou se haverão alterações no seu escopo, retornando para a Câmara. Teremos também a divulgação do IPCA-15 de novembro e variados indicadores, como setor externo, crédito, arrecadação federal, Caged e índices de confiança.
Na semana passada, o mercado fechou na pressão, depois de avaliações de que o Fed pode acelerar a redução de estímulos e antecipar o ciclo de aperto monetário, via juro.
PEC dos precatórios
Não se tem consenso sobre a possibilidade de “fatiamento” da PEC. Muitos senadores vêem estes movimentos do relator Fernando Bezerra como “embromação”, visando ganhar tempo, enquanto busca os votos necessários (49) para aprovar a emenda da Câmara no Senado. Equipe econômica não aceita negociar o subteto anual para os precatórios, enquanto os senadores reclamam da “falta de transparência” nas projeções para os próximos anos e pretendem criar uma auditoria para controlar estes precatórios. Muitos preferem que a PEC seja aprovada em bloco.
Nos EUA, o Fed
Nesta quarta-feira, o Fed divulga a ata de novembro, quando os diretores disseram que a economia estava mais forte e já era tempo para pensar em começar a reduzir os estímulos (tapering) e até antecipar a política de aperto via juros.
Christopher Waller e Richard Clarida, diretores do Fed, sugeriram na semana passada, que o banco central americano possa dobrar o ritmo de redução de compras de ativos entre dezembro e janeiro (US$ 30 bilhões ao mês em títulos do tesouro e US$ 15 bi em MBS). Para eles, “esperar que a inflação desapareça, não é uma resposta política ideal. A economia norte-americana segue crescendo e gerando empregos em ritmo rápido. Gargalos estão tendo maiores efeitos do que o esperado”.
Já o presidente do Fed de Chicago, Charles Evans, numa postura mais dovish, disse que “sua mente estava mais aberta” para um aumento das taxas de juros no ano que vem do que estava há seis meses. Separadamente, o presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, indicou seu apoio para um aumento das taxas em meados de 2022.
Nas apostas da sucessão do Fed, são dois personagens em disputa, Jerome Powell e Lael Brainard.
O atual presidente, cujo mandato termina em fevereiro do ano que vem, foi nomeado em 2018 pelo então presidente Donald Trump. Já a governadora Lael Brainard, faz parte do conselho do Fed desde 2014, é a preferida dos democratas progressistas, vista como mais dovish que Powell.
Se Brainard for nomeada, os mercados podem reprecificar o calendário de futuros aumentos das taxas de juros, enquanto as perspectivas de taxas de juros mais baixas por mais tempo poderiam desencadear uma sequência de vendas dos títulos do Tesouro dos EUA, impulsionada pelas expectativas de inflação mais elevada. Em paralelo, um ator a correr por fora na disputa sucessória do Fed, é a diretora do Tesouro, Janet Yellen. Seu nome foi ventilado no final de semana na FOXNEWS.
Prévia do PSDB
Prévia acabou adiada, diante de problemas no sistema de votação remota, deixando de fora pelo menos 26 mil votantes. Disputa acontece entre João Dória e Eduardo Leite. Leite aparece como favorito, por representar uma renovação e tendo menos rejeição do que Dória. Decisão deve sair em 48 horas.
Na China
O Banco Popular da China (PBoC) decidiu por não alterar as taxas de juros para empréstimos de curto e de longo prazos na reunião, desta madrugada. A LPR de curto prazo foi mantida em 3,85%, e a de longo prazo (cinco anos) em 4,65%.
Na Rússia
Continuam as tensões com a Ucrânia. Os EUA detectaram um aumento de movimentações de tropas russas nas fronteiras do país. Alguns membros da OTAN estão cientes do quadro. São 100 grupos táticos russos, a cruzarem a fronteira, e mais de 100 mil soldados, no objetivo de uma ocupação prolongada.
Na Covid
Segue preocupante mais uma onda da Covid, atingindo em direto a Europa e parte da Oceania. No foco deste evento, muitos que optaram por não se imunizarem. Na França foram 22.678 novos casos nas últimas 24 horas, bem mais do que 14.646 na semana anterior
Mercados
Na madrugada do dia 22/11, na Europa (05h12), os mercados futuros operavam em alta: DAX (Alemanha) avançando 0,13%, a 16.180 pontos; FTSE 100 (Reino Unido), +0,34%, a 7.247 pontos; CAC 40 +0,23%, a 7.128 pontos, e Euro Stoxx 50 +0,21%, a 4.365 pontos. Cautela pelo risco de contaminação da Covid na Europa Oriental segue na ordem do dia.
Na madrugada do dia 22/11, na Ásia (05h11), os mercados operaram mistos: S&P/ASX (Austrália), -0,59%, a 7.353 pontos; Nikkei (Japão) +0,09%, a 29.774 pontos; KOSPI (Coréia), +1,42%, a 3.013 pontos; Shanghai Composite +0,61%, a 3.582, e Hang Seng, -0,43%, a 24.942 pontos.
No futuro nos EUA, as bolsas de NY, no mercado futuro, operavam em alta neste dia 22/11 (05h05): Dow Jones, +0,32%, 35.661 pontos; S&P 500, +0,29%, a 4.708 pontos, e Nasdaq +0,29%, a 16.622 pontos. No VIX S&P500, 20,45 pontos, -1,68%. No mercado de Treasuries, US 2Y avançando 6,42%, a 0,5374, US 10Y +1,33%, a 1,556 e US 30Y, +0,23%, a 1,911 (GRÁFICO). No DXY, o dólar +0,13%, a 96,150, e risco país, CDS 5 anos, a 235,7 pontos. Petróleo WTI, a US$ 76,25 (+0,41%) e Petróleo Brent US$ 79,09 (+0,25%). Gás Natural recuando 1,86%, a US$ 4,97 e Minério de Ferro, +6,18%, a US$ 558.
Na agenda desta semana, o IBGE divulga o IPCA-15 de novembro na próxima quinta-feira (25). Já a FGV divulga dados de confiança do consumidor (na quarta-feira), construção (quinta) e indústria (sexta) de novembro. Além disso, temos os dados do Caged de outubro, a serem divulgados na sexta-feira.
Atenção ainda para as divulgações feitas pelo Bacen durante a semana. Na quinta-feira, a nota à imprensa do Setor Externo, na sexta-feira (26), o relatório de crédito para outubro. Além do tradicional Boletim da Focus na segunda-feira de manhã, na semana ainda teremos os dados de arrecadação federal, não sabendo em qual dia.
No exterior, a semana será marcada por diversos indicadores e sinalizações de política monetária nos EUA. Na segunda-feira (22), o total de vendas de casas usadas no país em outubro; na quarta-feira, dia mais cheio da agenda americana, a variação do PCE em outubro, índice de inflação preferido pelo Fed. Estimativas são de alta mensal de 0,6% e anual de 5,0%, o que representaria uma aceleração ante setembro.
Além disso, o Fed irá revelar a ata da sua última reunião, ocorrida no início do mês e que anunciou oficialmente a redução do seu programa de compra de ativos.
Atenção ainda para a segunda estimativa do PIB do terceiro trimestre no país, após uma primeira estimativa projetando alta de 2% na comparação trimestral à taxa anualizada.
Na quinta-feira, os mercados americanos estarão fechados em razão do Dia de Ação de Graças sendo que, na sexta-feira, os negócios irão terminar mais cedo por lá, às 15h (horário de Brasília).
O mercado irá acompanhar ainda na terça-feira a divulgação do Índice de Gerente de Compras (PMI) preliminar para as economias da Zona do Euro, Reino Unido, Estados Unidos e Japão em novembro.
Na quinta-feira, atenção para a ata da última reunião do Banco Central Europeu. Na sexta está previsto um discurso da presidente da autoridade monetária, Christine Lagarde, em uma conferência da instituição sobre temas jurídicos.