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Segue Cautela Com a Inflação e a Covid

Publicado 16.11.2021, 08:44
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Abrimos a semana, mais curta, depois do feriado da Proclamação da República (dia 15), com o mercado atento aos movimentos da inflação no mundo, e também novos surtos da Covid. No Brasil, toda atenção para o front fiscal, diante do andar da PEC dos precatórios e claro, da inflação, ainda a espreitar. Por aqui, estejamos atentos ao IBC-br na quinta-feira, quando saberemos como anda a retomada do crescimento. No mundo, PIB da zona do euro, do Japão, do Reino Unido, são destaques, assim como o CPI e o PPI do Reino Unido e da Zona do Euro. 

Questão fiscal no Brasil

Pioram as projeções fiscais, diante da trajetória preocupante da inflação e do juro no Brasil. No front fiscal, o uso eleitoral de recursos, no reforço das políticas sociais em véspera de eleição é o que mais preocupa. Isso deve pressionar os gastos e o custo na rolagem da dívida, com a bruta devendo passar de 90% do PIB ao fim da década, inflexão entre 2025 e 2035. Tudo dependerá também do “ciclo político”.  Para piorar, o juro mais elevado no combate à inflação, deve encarecer ainda mais esta rolagem da dívida. Esperamos a dívida bruta em 79% do PIB ao fim deste ano, com os bons resultados fiscais recentes, pela aceleração da arrecadação. Os crescentes ataques do Congresso e do governo ao teto dos gastos devem cobrar seu preço no ano que vem, com uma possível deterioração fiscal. Na tabela a seguir, dá para prever uma melhoria do juro Selic depois de 2022, definido o cenário eleitoral, assim como da taxa de câmbio, saldo primário, dívida bruta, mas os gastos devem se manter pressionados. 

Pode ser uma imagem de texto que diz "Data da projeção Dívida bruta do governo geral p 2021 2023 2025 2027 2029 Ano Taxa Selic 0 2021 2022 2023 2024 2025 Ano Resultado primário 2021 2023 2025 2027 2029 Ano Taxa de câmbio 4, 3 2021 2022 2023 2024 2025"

Inflação no radar

Observa-se pelos gráficos que a reabertura da economia está gerando diversos fenômenos inflacionários pelo mundo, pelo forte incremento da demanda, incapacidade de resposta da oferta, com a falta de insumos em várias cadeias produtivas, e choques de commodities. Isso vem tumultuando as várias políticas monetárias pelo mundo, todos pensando em como domar este “dragão global”, a fim de evitar estouro de bolhas e recessão. Em conjunto, observamos vários países começando a sair dos seus QE e pensando em elevar o juro em algum momento. Este timing e sua intensidade é o que vem norteando os debates entre os bancos centrais do mundo. 

Pode ser uma imagem de texto que diz "12 10 Taxa de inflação (%) 10,67 8 6 6,20 4,1 4,50 2 1,50 CHINA USA EURO ZONE ALEMANHA BRASIL"

Pode ser uma imagem de texto que diz "40,00 IPP -Índice de preços do produtor (%) 30,00 30,60 20,00 10,00 16,00 13,50 13,50 8,60 8,60 14,20 0,00 CHINA USA EURO ZONE ALEMANHA BRASIL"

Preços da Petrobras (SA:PETR4). O relator da CAE do Senado, Otto Alencar, vota nesta terça-feira o projeto que muda a política de preços da Petrobras. A deliberação do texto, no entanto, só acontece em fins de novembro. No seu conteúdo, a criação de uma banda de preços e um fundo bancado com tarifa progressiva sobre a exportação de petróleo. Este fundo será usado para amortecer as oscilações mais fortes da cotação do petróleo no mercado internacional. É uma estratégia acertada, só estranhando porque só em fins de novembro. Até lá mais desgastes para o governo Bolsonaro. 

Debates em torno do “semipresidencialismo”. Em Lisboa, em variados eventos, patrocinados pelo Instituto de Direito Público (IDP), onde Gilmar Mendes é um dos sócios, um tema a amadurecer foi a criação de um “regime político híbrido”, nem parlamentarismo “puro sangue”, nem presidencialismo, de coalizão ou cooptação, cheio de resquícios viciados e ilegais. É o “semipresidencialismo” em debate, em uso em Portugal e na França. Neste, o presidente tem a manutenção das funções relevantes do presidencialismo, como “chefe das Forças Armadas”, condução da diplomacia, ter direito de veto ou sanção, nomear ou exonerar os membros do governo, quando o primeiro ministro solicitar. Tem participação e comandos efetivos. No entanto, quem governa é o primeiro ministro. Ele é o articulador, sendo menos danoso se cair do que o presidente.  

Nos EUA

Em reunião virtual, Biden e Xi Jiping, reforçaram seus laços de cooperação e estabilidade na relação China-EUA. Uma reunião “cara a cara” nos parece mais do que necessárias para que vários temas possam ser abordados com mais profundidade, como nos direitos humanos e na geopolítica internacional (Taiwan x China). 

No mundo dos indicadores, segundo a McKinsey, parece que a China se torna a primeira potência global, em termos de incremento de riqueza líquida. Isso pode ser visto pela tabela a seguir. São quase US$ 120 trilhões em incremento de riqueza líquida, um terço dos ganhos globais em duas décadas. Um espanto! 

Nos bastidores, parece que a escolha de Joe Biden sobre o novo presidente do Fed já está sacramentada. Fala-se em Brainard para o posto.

O presidente regional do Fed de Mineapolis, Neel Kashkari, (vota e mais dovish) acha que o Fed não deve deixar de ser cauteloso, não reagindo de forma exagerada ao que ele considera “fatores provavelmente temporários” em relação à inflação. Ele aponta expectativas estáveis no longo prazo. Acertado diagnóstico. Nos EUA não se veem mecanismos perpetuadores da inflação, como a indexação. Repiques acontecem, como agora, com a reabertura da economia, mas eu creio que com a normalização da economia é provável que a inflação volte, já que a produtividade deve voltar a crescer bem, evitando choques de demanda, por salários mais elevados e outros fenômenos de aceleração inflacionária permanente. Mas claro que o Fed deve se manter atento. Resta atentar que a situação do mercado de trabalho nos EUA não se normaliza, porque parte dos trabalhadores estão recebendo subsídio de até US$ 2 mil por causa da pandemia. Sendo assim, qual interesse em voltar a trabalhar?

Reunião da OPEP+ / Adipec (15 a 18 de novembro). Reunião de ministros da energia, empresas de petróleo. Preço do barril foi a mais de US$ 80, enquanto que os preços do gás atingem recordes na Asia e na Europa. Para a OPEP+ mantém-se o plano de aumentar a produção em 400 mil barris dia, com muitos achando que o mercado pode se ver com excesso de oferta nos próximos meses.    

Covid

Proximidade do inverno acende um sinal amarelo nos hospitais dos EUA e em parte da Europa. É mais uma onda da Covid, desta vez, oriunda de muitos que resolveram não tomar a vacina. Medidas de controle estão sendo adotadas, como na Austria, bloqueando quem não tomou vacina. Alemanha, Portugal e Irlanda devem tomar as mesmas medidas. 

Indicadores 

Na China

Produção industrial registrou expansão anual de 3,5% em outubro, segundo a NBS. Este representa uma aceleração sobre o crescimento de setembro (3,1%), superando as expectativas. Em agosto, produção foi de 5,3%, contra o mesmo mês do ano passado. 

Já as vendas de varejo aumentaram 4,9% em outubro. Acelerou frente a setembro (+4,4%). Os investimentos em ativos fixos, por sua vez, cresceram 6,1% entre janeiro e outubro. Até agosto foram de 7,1%. 

No Japão

PIB do terceiro trimestre encolheu mais do que o esperado, o que deve levara o primeiro ministro Fumio Kishida a anunciar um pacote de estímulos. O PIB recuou 3% no trimestre até setembro, contra o anterior, quando as projeções eram de -0,7%. Consumo privado caiu 4,5%, Despesas de capital -14,4%, gastos de governo +4,7% e exportações -8,3%. 

Pode ser uma imagem de texto que diz

MERCADOS 

Na madrugada do dia 16/11, na Europa (04h05), os mercados futuros operavam CAUTELOSOS: DAX (Alemanha) avançando 0,18%, a 16.177 pontos; FTSE 100 (Reino Unido), +0,08%, a 7.538 pontos; CAC 40 +0,22%, a 7.359 pontos, e EuroStoxx50 +0,19%, a 4.394 pontos. Cautela pelo risco de contaminação da Covid na Europa Oriental. 

Na madrugada do dia 16/11, na Ásia (05h05), os mercados operaram EM ALTA: S&P/ASX (Austrália), +0,67%, a 7.420pontos; Nikkei (Japão) +0,11%, a 29.808 pontos; KOSPI (Coréia), -0,08%, a 2.997 pontos; Shanghai -0,33%, a 3.521, e Hang Seng, +1,14%, a 25.680 pontos.

No futuro nos EUA, as bolsas de NY, NO MERCADO FUTURO, operavam EM ALTA neste dia 16/11 (05h05): Dow Jones, +0,01%, 36.010 pontos; S&P 500, -0,02%, a 4.678 pontos, e Nasdaq +0,04%, a 16.196 pontos. No VIX S&P500, 20,00 pontos, +0,55%. No mercado de Treasuries, US 2Y AVANÇANDO 0,76%, a 0,5280, US 10Y -0,50%, a 1,613 e US 30Y, -0,83%, a 1,990. No DXY, o dólar +0,07%, a 95,472, e risco país, CDS 5 ANOS, a 233,7 pontos. Petróleo WTI, a US$ 80,34 (+0,74%) e Petróleo Brent US$ 82,77 (+0,88%). Gás Natural em AVANÇANDO 1,99%, a US$ 5,12 e Minério de Ferro, -1,1%, a US$ 540,50. 

Na agenda desta TERÇA-FEIRA (dia 16), PIB da Zona do Euro e inflação na Zona do Euro e Reino Unido.  

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