Panorama de Mercado
Encerramos a semana com diversos ruídos políticos e econômicos que trouxeram instabilidade aos preços dos ativos. A semana começou com o vazamento de conversas “irregulares” do ex-juiz e atual Ministro da Justiça, Sérgio Moro, com o procurador da Lava-Jato, Deltan Dallagnol, sobre possíveis próximos passos da operação e estratégias de ação com cunho político. Mesmo com exterior em alta, nosso índice acionário reagiu recuando. Além disso, o que reforçou essa queda foram os dados da atividade econômica divulgados que estão bem abaixo do que era esperado.
Mas nem só de notícias ruins a semana foi preenchida, pois os avanços da Reforma da Previdência com o parecer do deputado, Samuel Moreira, deixou os investidores otimistas ao prever uma economia de R$915 bi em 10 anos, um pouco acima do que era previsto pelos especialistas. Esse parecer deu espaço para uma reação positiva do mercado, pois mostra o avanço na reforma ainda que aos trancos e barrancos. Nosso mais importante índice, o Ibovespa, fechou a semana em 98040.06 pontos, após flertar novamente com os 100.000 pontos. Já seu derivativo, o Índice Futuro, fechou a semana na casa dos 98900 pontos. Vale lembrar que o Brasil, pela primeira vez na história, deixou de fazer parte da lista dos 25 países mais confiáveis para investir, desde que a lista começou a ser publicada em 1996. Nosso país estava entre os cinco destinos mais confiáveis entre 1998 e 2013.
No cenário nacional, estamos diante de um possível corte na Selic devido os baixos resultados da atividade econômica. Porém, especialistas acreditam que esse corte ocorrerá de fato após a primeira votação na Câmara da Reforma da Previdência devido a fragilidade das contas públicas. Esses cortes eram esperados para agosto, porém com a situação isso foi antecipado para julho.
No mercado internacional, não satisfeito com as tensões com a China, além dela temos também Trump numa disputa com o México, numa tentativa, puramente política, de reeleição. Essa semana, Trump anunciou que tem a “impressão” que após meses da queda de braço com a China, finalmente chegarão a um acordo comercial. Vale lembrar que o Presidente do EUA recebeu uma carta de 661 empresas (Walmart, Target, Ikea, J Crew dentre outras) e associações americanas solicitando que ele não impusesse novas tarifas sobre os produtos chineses. Segundo a carta, novas tarifas implicariam num impacto significativo, negativo e de longo prazo nas empresas americanas, agricultores, famílias e na economia dos EUA. Já em relação ao México, após ameaça sobre imposição de novas tarifas, o México cedeu e disse que reforçará a fiscalização na fronteira sul (situação essa que já havia sido prometida em março deste ano).
A seguir, temos o fechamento de alguns ativos e índices:
Índice Bovespa – 98040.06 pontos;
Índice Futuro de IBOVESPA - 98900 pontos
Petrobras PN (SA:PETR4) – 27,06 reais
Vale do Rio Doce (F:VALE3) ON – 51,40 reais
Banco Itaú (SA:ITUB4) PN - 33,99 reais
Banco Bradesco (SA:BBDC4) PN – 36,13 reais
Ambev (SA:ABEV3) ON – 17,64 reais
Dólar Futuro – 3898,50 reais
Índice Dow Jones – 26089.61 pontos
Índice S&P 500 – 2886.98 pontos
O que esperar para próxima semana...
Iniciamos a semana com vencimento de opções sobre ações logo na segunda-feira (17/06). Na terça e quarta-feira (18 e 19/06) acontecerão reuniões ordinárias do Comitê de Política Monetária (COPOM). Ainda na quarta teremos diversas notícias de peso às 15h, ou seja, todo cuidado é bem-vindo. A semana será mais curta, pois na quinta-feira (20/06) é feriado de Corpus Christi, por isso não haverá pregão.
Fique atento para esses eventos (três touros):
- Terça-feira- Licenças de Construção (Mai) às 09h30;
- Quarta-feira -Estoques de Petróleo Bruto às 11h30;Projeções Econômicas FOMC, Declaração do FOMC e Taxa-alvo de Fundos Fed às 15h;e Coletiva de Imprensa FOMC às 15h30;
- Quinta-feira - Índice de Atividade Industrial Fed Filadélfia (Jun) às 09h30;
- Sexta-feira -Vendas de Casas Usadas (Mai) às 11h;
Tenham uma excelente semana.
Liora Vanessa
Este conteúdo visa ambientar/informar os investidores de uma forma simples sobre como o mercado tem se comportado, jamais devendo ser considerado como indicação de compra ou venda de qualquer ativo.