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Rendimentos de Títulos Públicos Caem com Vacinas e Inflação Fraca

Publicado 01.12.2020, 11:18
Atualizado 02.09.2020, 03:05
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Publicado originalmente em inglês em 01/12/2020

Os investidores que perderam a breve disparada dos rendimentos dos títulos públicos quando diversas vacinas contra a covid-19 mostraram eficácia nos testes clínicos podem se arrepender de ter perdido a chance de garantir o impressionante rendimento de 0,97% na nota de 10 anos do tesouro americano.

UST 10-Anos - 300 minutos

Os rendimentos dos treasuries e outros títulos públicos voltaram a cair nesse ínterim. O papel de 10 anos nos EUA rende agora um pouco menos de 0,87%. Da mesma forma, na zona do euro, os títulos públicos voltaram a registrar rendimentos muito baixos, inclusive de países como Portugal, que afundaram até o território negativo.

Operação de reflação perde força com estímulo econômico

As ações, enquanto isso, dispararam graças às notícias sobre as vacinas, fazendo o índice industrial Dow Jones superar 30.000 no fim de novembro pela primeira vez na história. A perspectiva de uma vacina eficiente alimentou as esperanças de um forte crescimento nos próximos anos e impulsionou as ações em praticamente todos os setores.

Os investidores de títulos podem estar de certa forma menos otimistas do que os investidores de ações em relação às vacinas. Por natureza, são mais conservadores. Sua maior preocupação não é com a economia, mas com as taxas de juros, que dependem da inflação.

Havendo boom econômico ou não, não há muita perspectiva de inflação no horizonte. Os bancos centrais não têm conseguido elevar significativamente a inflação há mais de uma década, e não há indicativos de que seus esforços finalmente estão tendo resultado.

Essa perspectiva tirou o vigor das chamadas operações de reflação. Historicamente, a perspectiva de um rápido crescimento significa mais inflação, maior taxa de juros e preços de títulos em declínio (os preços se movem na direção oposta dos rendimentos).

Os títulos, contudo, estão presos em um beco sem saída de esforços para estimular a recuperação econômico com política monetária. Os bancos centrais reduziram suas taxas referenciais para quase zero ou mesmo baixo disso, ao mesmo tempo em que elevaram a acomodação monetária inundando o sistema financeiro com dinheiro através do afrouxamento quantitativo.

Mas nada disso está acelerando a inflação. De fato, baseando-se nas declarações dos bancos centrais, as expectativas de inflação continuam firmemente ancoradas, portanto a elevação dos preços não está se tornando uma profecia autorrealizável.

A taxa de inflação de equilíbrio de cinco anos, uma medida de mercado das expectativas de inflação, era de 1,67% na sexta-feira a taxa de equilíbrio de 10 anos em apenas 1,75%. Outra medida, a expectativa de inflação prospectiva de cinco anos, era de apenas 1,83%. Praticamente não mudou em relação a 1,81% em 30 de outubro.

Em suma, os investidores não esperam que a inflação – independente de vacinas ou do rápido crescimento – atinja a meta de 2% do Fed no futuro próximo, muito menos o topo desse nível, para alcançar a média de 2% com o tempo, em linha com a política revisada do Fed.

Essas taxas representam as expectativas que estão refletidas nos rendimentos do mercado e não são previsões. São calculadas diariamente e podem mudar junto com as percepções. Mas a percepção neste momento é que nada que o Fed ou os bancos centrais façam impulsionará a inflação e elevará as taxas de juros.

Há poucos incentivos para vender títulos. De fato, em vista da ênfase do banco central na manutenção de juros baixos, os incentivos para continuar comprando mais são grandes.

Há dúvidas em relação à decisão do Fed de aumentar suas compras mensais de títulos em sua reunião de política de 15-16 de dezembro ou se irá direcioná-las para maturidades mais longas. Mas os formuladores da política monetária devem esperar até que haja alguma clareza sobre as campanhas de vacinação e a trajetória da economia antes de realizar qualquer mudança.

Itália 10 anos -  300 minutos

O Banco Central Europeu, entretanto, telegrafou claramente sua intenção de elevar suas compras previstas de títulos de 1,35 trilhão de euros. Isso está mantendo pressionados os rendimentos dos títulos públicos da zona do euro.

Os rendimentos do título de 10 anos da Itália tocaram a mínima recorde de 0,551% na segunda-feira, antes de superar 0,58%. A inflação de novembro ficou negativa pelo sétimo mês seguido, com o {{ecl-68||IPC}  caindo 0,2% no ao após um declínio de 0,3% em outubro.

 

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