Publicado originalmente em inglês em 23/03/2021
Após cinco semanas de movimento direcional na prata em sintonia com o ouro, os investidores do metal branco começam a aceitar a possibilidade de, sem um recuo significativo no dólar, a resistência a US$ 26 continuará sendo seu ponto de frustração, assim como os investidores do ouro batem cabeça com a mínima a US$ 1.700.
Gráficos: cortesia de SK Dixit Charting
Embora a disparada nos rendimentos dos títulos americanos tenha traumatizado os ativos de risco durante semanas, a dor foi amenizada no início desta semana, com a nota de referência de 10 anos do Tesouro enfrentando dificuldades para superar a máxima de 13 meses a 1,75%.
Mas o Índice Dólar não perdeu força, permanecendo perto do nível-chave de 92 e aumentando a pressão sobre os dois metais preciosos.
No pregão de terça-feira antes da abertura de Nova York, a prata spot era negociada a US$ 25,645 por onça, com uma queda de 0,4% em relação ao fechamento de segunda-feira.
O grafista Anil Panchal escreveu no portal FX Street:
“Somente se houver um cruzamento da confluência entre a média móvel simples de 50 dias e a linha de resistência de curto prazo perto de US$ 26,40, os compradores da prata devem entrar em ação”.
Geralmente associada ao ouro e considerada como a “prima pobre” do metal amarelo, a prata pode acabar desenvolvendo movimentos autônomos. Esses casos ocorrem quando há um reconhecimento repentino do seu valor industrial deprimido ou quando o espírito animal dos operadores toma conta da tendência. Mas esses momentos são raros, ainda mais no atual ambiente em que os yields e o dólar comandam o universo dos mercados, inclusive as ações.
Nas últimas cinco semanas entre 5 de fevereiro e 12 de março, a prata spot se desvalorizou 4%, enquanto o ouro spot caiu 4,8%.
Vladimir Zernov, outro analista da prata, escreveu em um blog separado no FX Empire:
“A prata ainda está presa à consolidação entre o suporte a US$ 25,85 e a resistência a 26,25. Ambos os níveis foram testados ativamente nesta semana, mas a prata não conseguiu ganhar força”.
Ele notou que o dólar, enquanto isso, ganhou terreno contra uma cesta das principais divisas.
“Caso do Índice Dólar consiga se firmar acima da resistência a 92,25, irá em direção ao próximo nível a 92,50, o que gerará pressão de queda na prata e no ouro”.
Zernov observou que a relação ouro/prata – uma medida do volume de prata obtido pelo preço de uma onça de ouro – pode gerar mais pressão no metal amarelo depois de cruzar a faixa de 67 sob a qual se manteve na semana passada. O analista afirmou:
“A prata terá a chance de ganhar bastante força assim que conseguir vencer a atual consolidação, mas ainda é preciso ver se os investidores estão dispostos a enfrentar grandes oscilações antes do fim de semana”.
Sunil Kumar, de Kolkata, Índia, disse que, a menos que a prata spot se sustente acima da máxima da semana passada a US$ 26,63, o metal deve registrar outra pernada de baixa até a média móvel exponencial de 50 semanas a US$ 23,60.
Dixit escreveu:
“A prata rompeu a mínima da semana anterior a 25,74, registrou fundo a 25,40 e continua abaixo daquele patamar.”
“Os preços estão se sustentando abaixo da MME de 10 semanas a 26,07 e MMS de 20 semanas, que coincide com o meio da Banda de Bollinger a 25,67. Esses fatores fazem com que o cenário de baixa na prata seja o mais provável nos gráficos semanais.”
Mas ele disse que havia uma chance de a prata spot se recuperar se os mercados reconhecerem seu “Estocástico sobrevendido a 22”.
“Isso pode gerar alguma pressão de alta até 25,93 e 26,22”, concluiu.
Aspectos técnicos: Prata spot segue com previsão de “Forte Venda”
A perspectiva técnica diária do Investing.com continua indicando “Forte Venda” na prata spot.
Se o contrato ampliar a tendência de baixa, o suporte de três níveis de Fibonacci está a US$ 25.487, 25,291 e 24,972.
Em caso de repique, os três níveis de resistência de Fibonacci encontram-se respectivamente a 26,125, 26,321 e 26,64.
De qualquer forma, o ponto de pivô entre os níveis de suporte e resistência está a 25,806.
Como em todas as projeções, interprete as visões apresentadas com base nos fundamentos e opere com moderação – sempre que possível.
Aviso de isenção: Barani Krishnan utiliza diversas visões além da sua para oferecer aos leitores uma variedade de análises sobre os mercados. A bem da neutralidade, ele apresenta visões e variáveis de mercado contrárias. O analista não possui posições nos ativos e commodities sobre os quais escreve.