Os investimentos no exterior têm gerado uma série de polêmicas recentemente, sobretudo, quando falamos de criptomoedas. Contudo, há alguns anos não se ouvia falar sobre S&P, Nasdaq e outros mercados da forma como escutamos hoje. Na verdade, falar sobre investimentos era algo incomum para muitos brasileiros e continua sendo.
Existem diversos motivos para isso. Em primeiro lugar vale lembrar que até pouco tempo atrás existia pouca regulação no mercado de capitais do Brasil e, além disso, as taxas de juros nunca favoreceram o investimento em bolsa de valores.
Para termos uma ideia, a CVM só foi criada em dezembro de 1976 e, a título de comparação, a SEC, órgão regulador do mercado americano, foi criada em 1934, uma diferença de mais de 40 anos.
No entanto, diversas mudanças têm ajudado a alterar o cenário no mercado brasileiro como a criação de fundos e ETFs, BDRs e hoje um investidor que deixa de olhar para o exterior provavelmente deixará dinheiro na mesa.
Em um webinar promovido esta semana pela Monte Bravo, o CEO da Franklin Templeton Brasil, Marcus Vinícius Gonçalves, destacou como exemplo as empresas de saúde americanas como AstraZeneca (LON:AZN) (SA:A1ZN34) e Pfizer (NYSE:PFE) (SA:PFIZ34).
Segundo ele, o Brasil como país deixa de participar do potencial econômico trazido pela descoberta e desenvolvimento das vacinas, mas o investidor brasileiro consegue acessar esses ativos via BDRs e fundos.
Nesse sentido, além de uma ferramenta de proteção de valor de capital, a diversificação no exterior tem papel fundamental nos resultados de longo prazo na medida em que descorrelaciona os ativos.
Há uma grande diferença entre investir em uma moeda forte como o dólar em outro mercado e investir no real com o Brasil cercado de problemas políticos e econômicos.
Os riscos são menores e os potenciais de ganhos tendem a ser maiores ao longo do tempo. Segundo Eduardo Levy, gestor da Kilima Asset, este é um padrão que pode ser visto em quaisquer janelas.
Em resumo, se o investidor quiser, de fato, obter ganhos consistentes no longo prazo, é preciso pensar em estratégias descorrelacionadas entre si e os investimentos no exterior devem ser considerados para esta finalidade.
Como eu disse acima, hoje existem ETFs, fundos de investimento e BDRs que oferecem a possibilidade de alocação para os investidores de todos os níveis.
Se você ainda tem dúvidas sobre o assunto, procure a ajuda de um profissional que possa te ajudar. O mercado brasileiro tem evoluído e hoje em dia não é preciso mais investir sozinho e no escuro. Bons negócios!