A Black Friday chegou! Não perca até 60% de DESCONTO InvestingProGARANTA JÁ SUA OFERTA

Por Que é Tão Difícil Bater o Ibovespa e Como Você Pode Superá-lo?

Publicado 15.07.2020, 07:58
US500
-
MSFT
-
GOOGL
-
AAPL
-
AMZN
-
CL
-
IBOV
-
IFNC
-
BBDC4
-
ITUB4
-
PETR4
-
VALE3
-
GOOG
-

Há ampla evidência na literatura de finanças sobre quão difícil é bater um índice de ações, seja ele qual for. Mas na realidade, para verificar isso não é necessário recorrer a uma revista acadêmica nem ler os principais papers sobre o assunto: basta acessar a seção de fundos na sua plataforma de investimentos e confirmar que a maior parte dos fundos de investimento em ações não conseguem superar o Ibovespa, sobretudo se avaliarmos no longo prazo.

Para quem não sabe, o Ibovespa, ou simplesmente Ibov, é o principal índice da bolsa de valores brasileira, sendo composto pelas ações de maior negociabilidade na bolsa (liquidez e volume de negociação) e que não sejam penny stocks (ações abaixo de R$1,00). Por ser uma carteira diversificada, hoje composta por 75 empresas, muitos investidores enfrentam dificuldades para bater o Ibovespa.

Mas de onde vem essa dificuldade? Alguns poderiam dizer que ela reside na construção do Ibovespa, que é um índice extremamente concentrado: juntas, a ações da Vale (SA:VALE3), Petrobras (SA:PETR4), Itaú (SA:ITUB4) e Bradesco (SA:BBDC4) respondem a quase 40% da composição do índice. Por termos uma economia fortemente baseada na produção de commodities e termos sido, durante boa parte da nossa história, o paraíso dos juros, os setores de petróleo, mineração e financeiro puxariam o Ibovespa para cima, sem que o resto da bolsa necessariamente o acompanhasse.

Outro argumento poderia ser em relação ao pequeno número de empresas representadas no índice: por contemplar apenas 75 empresas, o índice privilegia companhias de determinados setores, não sendo representativo da economia real do país, como no caso ilustrado acima. Os adeptos desse argumento costumam apontar o exemplo do S&P 500, principal índice da bolsa americana, composto por 500 empresas. Por se tratar de um índice muito mais amplo, o S&P 500 seria um índice de resposta “mais lenta”, menos volátil do que o Ibovespa, o que faria dele um benchmark mais fácil de ser superado do que o nosso índice.

Contudo, essa argumentação permite alguns questionamentos. Em primeiro lugar, apesar de ter quase sete vezes mais empresas em sua composição, o S&P 500 também é altamente concentrado: apenas Microsoft (NASDAQ:MSFT), Apple (NASDAQ:AAPL), Amazon (NASDAQ:AMZN) e Google (NASDAQ:GOOGL) correspondem a quase 20% do índice. Além disso, se o S&P é composto por 500 empresas, precisamos lembrar que a bolsa americana conta com mais de 5.000 empresas de capital aberto, ao passo que na B3 temos menos de 400 companhias listadas. Sendo assim, com 75 empresas em sua composição, o Ibovespa retrata mais fielmente a situação da bolsa brasileira do que o S&P500 a bolsa americana, uma vez que contempla quase 20% das empresas negociadas na B3, em detrimento aos 10% de representatividade de empresas do S&P. Por fim, mais um indicativo que a menor volatilidade do S&P500 não o torna um benchmark mais fácil de ser superado é que mesmo Warren Buffett, tido por muitos como o maior investidor de todos os tempos, não tem conseguido superá-lo.

Sendo assim, o que seria capaz de explicar a dificuldade em superar o Ibovespa? O segredo reside não tanto nas ações que compõem o índice, mas sim em uma característica chave que ele partilha com todos os outros índices do mundo: o rebalanceamento periódico. A cada quatro meses ocorre o rebalanceamento do Ibovespa: saem e entram ações e mudam os seus pesos de acordo com os critérios de ponderação do índice. Através do rebalanceamento o índice está constantemente atualizando sua carteira, geralmente com uma frequência e rigor muito superiores do que o investidor pessoa física ou até mesmo o institucional.

Como então é possível superar o Ibovespa? Tratando sua carteira como um índice. Isso é, definindo critérios rígidos de inclusão, exclusão, de ponderação e de rebalanceamento. Por exemplo, se você tem uma carteira de dividendos, estipule um dividend yield mínimo para incluir uma ação em seu portfólio; se tem uma carteira de análise fundamentalista estabeleça mínimos e máximos para os múltiplos ou fluxo de caixa livre; se tem uma carteira de análise técnica, estabeleça limites rígidos para os indicadores que definem entrada ou saída de um papel.

Além disso é importante criar critérios para a ponderação, exemplo: uma ação não pode representar menos que 5% e mais do que 20% da carteira, ou cada ativo terá uma ponderação correspondente ao seu dividend yield, aos seus múltiplos, ao número de indicadores de análise técnica que recomendam a compra ou venda, entre outros. O fundamental é definir critérios rígidos e obedecê-los rigorosamente, da mesma maneira que um índice faria.

E com que frequência realizar o rebalanceamento? Idealmente, você quer rebalancear com a maior frequência possível. Anualmente é melhor do que a cada década. Mensalmente é melhor que uma vez ao ano. Semanalmente é melhor do que a cada mês. Diariamente é melhor do que toda semana. Em última instância, você deveria querer rebalancear seu portfólio a cada segundo ou décimo de segundo. Sabemos, porém, que isso não é factível. Mesmo o rebalanceamento semanal pode acabar sendo contraprodutivo devido às taxas de emolumentos e corretagem que incidem a cada rebalanceamento. Por isso é importante que o investidor calcule qual seria o montante gasto a cada rebalanceamento em taxas para encontrar o período ideal para a sua carteira.

Corretoras e bancos de investimento no Brasil têm carteiras recomendadas mensais ou semanais e encontram muitas críticas devida a alta periodicidade das suas carteiras, que leva alguns investidores a acreditarem que estas instituições querem apenas aumentar seu ganho com taxas de corretagem, já que seria impossível que uma empresa mudasse tanto em um período tão curto a ponto de ser incluída ou excluída de uma carteira recomendada.

A grande questão é que essa é uma interpretação falha. É claro que empresas gigantescas como Itaú ou Petrobras não mudam de uma semana para outra (a exceção de imprevistos), no entanto, o comportamento das ações no mercado pode sim mudar muito nesse período, principalmente se estivermos falando de uma carteira de análise técnica, por exemplo. Além do mais, nem todos os papéis mudam em um rebalanceamento, o que também deve ser levado em conta, reduzindo assim os custos.

Com tantos critérios a serem analisados na montagem, acompanhamento e rebalanceamento de uma carteira, esse é um processo que pode consumir muito tempo e energia do investidor. Além de deixá-lo mais propenso a falhas operacionais. Nesse sentido, a fim de aumentar a segurança desse processo, facilitar a vida do investidor e possibilitar uma maior diversificação de suas carteiras, é fortemente recomendado a utilização de alguma ferramenta que possa automatizar todo esse processo.

Há plataformas de automatização de investimentos em ações, ETFs e fundos imobiliários disponíveis no mercado (como a SmarttInvest), focada no pequeno investidor, que o permite tanto seguir carteiras recomendadas por grandes players do nosso mercado como definir sua própria carteira de maneira totalmente gratuita. Algumas delas são conectadas às principais corretoras do Brasil, basta que o usuário selecione a carteira que deseja seguir ou monte sua carteira personalizada que a plataforma irá realizar o rebalanceamento de acordo com os pesos recomendados no período em questão.

Rebalancear seus investimentos não é fácil: muitas vezes implica ter que "cortar na carne", realizando prejuízos ou se desfazendo de papéis vencedores. No entanto, é somente através do rebalanceamento que é possível ter um portfólio equilibrado. E se há algo na vida em que você não quer ser desequilibrado é nos seus investimentos, pois o tombo pode custar caro.

Últimos comentários

Carregando o próximo artigo...
Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.