Nossa realidade hoje é muito melhor do que a de nossas mães e avós. Quem nasceu a partir dos anos 1980, sem dúvida, encontrou um mundo bem diferente daquele das gerações passadas.
Até 1977, por exemplo, o divórcio não era legalizado no Brasil. Se uma mulher sofresse violência doméstica, ela poderia mudar de residência, mas não tinha o direito legal de se casar novamente.
Mas o mundo mudou. Conquistas aconteceram, e, hoje, no que chamamos de uma sociedade mais avançada, a discussão sobre inclusão de gênero ganhou novos contornos.
As mulheres têm mais opções atualmente, mas isso não significa que os desafios desapareceram.
Estamos abrindo empresas, criando empregos e gerando valor para a sociedade. Entretanto, o preconceito ainda persiste, especialmente em relação à liderança feminina no ambiente corporativo.
Um exemplo claro disso é que apenas 6% das empresas de capital aberto no mundo são lideradas por mulheres. Essa estatística, revelada pelo Pink Chip, o primeiro índice financeiro global a monitorar o desempenho de empresas lideradas por mulheres, mostra a realidade.
Mas, o Pink Chip também revelou outro dado bastante interessante: sua performance financeira é superior.
Ou seja, quando comparado a outros índices, como o TMLARGE, que mede a performance de fundos que investem em empresas de grande porte, e o SPY (NYSE:SPY), ETF que segue o S&P 500, o Pink Chip apresentou praticamente o dobro do rendimento.
O resultado? 173%, contra 93% do TMLARGE e 79% do SPY.
Esses números são impressionantes, porém, o mais notável é que esse rendimento reflete o impacto direto das líderes femininas nas companhias que comandam.
Apesar de constituírem apenas 6% das líderes em empresas listadas em bolsa, as mulheres vêm demonstrando uma capacidade notável de agregar valor em áreas fundamentais como inteligência emocional, construção de relacionamentos e comunicação, características essenciais para o sucesso organizacional.
Além disso, o levantamento do Pink Chip revela que, nos 24 meses após a nomeação, CEOs mulheres experimentaram um aumento de 20% no valor das ações de suas empresas. E as CFOs ajudaram a aumentar a lucratividade em 6% e os retornos dos papéis em 8%.
Esses dados comprovam que o sucesso das mulheres não é isolado. Ele impacta toda a cultura empresarial, a direção estratégica e, em última instância, os resultados financeiros.
Desde que fundei o Ella’s, em 2019, sempre acreditei que, quando as mulheres aprendem sobre finanças ou qualquer outra coisa, elas impactam suas famílias e toda a comunidade ao redor. E o estudo do Pink Chip reforça essa visão.
Para os mais pragmáticos, ao ignorarem o potencial das mulheres na liderança, estarão provavelmente deixando dinheiro na mesa. Pode ser um erro estratégico não investir no poder transformador das mulheres em uma empresa.
Reflita sobre isso: ao darem mais espaço às mulheres na liderança, todos ganham.
Até o próximo artigo!