Os aspectos emocionais são determinantes para o sucesso do investidor de longo prazo.
Em ambientes onde há volatilidade, seja na renda fixa ou variável, o indivíduo enfrenta o desafio constante ao conduzir seu investimento até a maturidade desejada.
Existem muitas informações disponíveis diariamente e isso, muitas vezes, pode prejudicar nas tomadas de decisões financeiras. Um dos vieses mais difíceis de lidar é à aversão a perda. Esta é uma reação emocional que leva as pessoas darem mais importância as perdas do que aos ganhos. Consequentemente, pode afetar a capacidade de manter os investimentos por um período longo o suficiente.
Dentro deste contexto, existe uma tendência natural de focar nos aspectos negativos em detrimento dos positivos, pelo viés que nos acompanha constantemente.
No livro A Psicologia Financeira, Morgan Housel argumenta que “o pessimismo soa mais esperto, e mais plausível, do que o otimismo”. Uma notícia negativa sobre determinado ativo que possui em carteira tende a chamar mais atenção do que se fosse positiva. O raciocínio é valido para os diversos eventos e situações com potencial de afetar o mercado financeiro e os seus investimentos.
Ser (BVMF:SEER3) otimista não é acreditar que tudo dará certo e negligenciar os riscos, mas crer que as chances de um bom resultado estão a seu favor ao longo do tempo, mesmo com os contratempos do percurso. Sendo assim, trabalhar com os dados históricos, alocação adequada para o perfil de risco e objetivos só trarão benefícios aos investidores.
Matt Ridley relatou em seu livro O Otimista Racional:
“O ressoar constante do pessimismo geralmente abafa qualquer canção triunfalista. Se você diz que o mundo está melhorando, pode acabar sendo tachado de ingênuo ou insensível. Se diz que o mundo caminha para ficar cada vez melhor, é visto como maluco. Se, por outro lado, você diz que a catástrofe é iminente, pode esperar receber o prêmio McArthur ou até mesmo o Nobel da Paz. Ao longo da minha vida adulta, os motivos da moda para ser o pessimista foram mudando, mas o pessimismo foi uma constante”.
Por exemplo, uma avaliação em horizontes mais longos nos gráficos do Ibovespa, S&P 500, Nasdaq e outros importantes índices globais mostram linhas ascendentes, embora com diversos momentos de quedas. É comum ouvir falar que “a bolsa sobe caindo”. Mesmo com retrospecto favorável, há uma grande dificuldade dos investidores, especialmente iniciantes, em suportarem a volatilidade da bolsa em períodos de maior aversão ao risco. Sempre com aquele sentimento que o pior agora não passará, seja inflação alta, contração econômica, problema geopolítico etc.
As expectativas dos investidores guiam a tendência do mercado, e essas expectativas mudam frequentemente com a assimilação de novas informações. Movimentos extremos, tanto de euforia quanto de pânico, são impulsionados pela disposição dos investidores em aceitarem riscos.
Portanto, enfrentar as realidades negativas e manter a crença em um futuro melhor do que o presente é importante para o controle emocional e a manutenção das alocações. Um portfólio estruturado com bons ativos, bem distribuído entre renda fixa e variável, com diversificação ampla e uma alocação que se alinhe ao perfil do investidor são componentes essenciais para navegar com sucesso nas complexidades dos mercados financeiros. Assim, o investidor ameniza o pessimismo inato e consegue manter um grau de confiança maior nos seus investimentos.