Quando terminarmos esta semana faltarão apenas dois meses para as eleições nos EUA. Será que o mês de setembro será muito volátil ou ligarão a montanha russa somente em Outubro?
O VIX parece dar sinais de vida. Também como conhecido como índice do medo, costuma reagir fortemente quando os mercados caem.
Na última semana, o presidente do FED (equivalente ao Banco Central) dos EUA, Jerolme Powell, sinalizou que o país está disposto a manter as taxas de juros baixas, mesmo que isso resulte em algum nível de inflação no país.
A partir disso os mercados reagiram positivamente e o dólar teve uma depreciação frente à diversas moedas do mundo. Nasdaq já encontra-se na faixa de 12.000 pontos e o SP 500, índice que reúne as 500 maiores empresas dos EUA, fez novo topo histórico.
Vamos olhar graficamente, o que podemos ter de desdobramentos em cada um dos ativos comentados a seguir...
Índice futuro no Brasil
O gráfico diário do índice futuro do Brasil fez dois movimentos importantes, nesta última semana. O canal de alta estabelecido deste o fundo produzido no mês de março foi rompido para baixo. Apesar disso, o mercado não corrigiu com vigor. Tivemos uma breve visita abaixo dos 100.000 pontos, mas na última 6a feira o mercado recuperou-se e foi capaz de fechar acima do canal de baixa que estava formado (destaque em rosa abaixo), indicado que poderemos voltar à região de 104-105.000 pontos na próxima semana.
O mercado somente retomará uma alta mais convincente se conseguir fechar acima dos 107.200 pontos.
Contexto global
No dia 03 de Novembro teremos as eleições nos EUA. Nesta época é comum observar muita volatilidade aos mercados.
Neste link pode-se ter uma idéia da temperatura da corrida presidencial nos EUA.
Contratos de dólar e DXY
O contrato de dólar futuro após fazer um movimento muito forte para cima, até a região de 5,67XX corrigiu fortemente e fechou a semana novamente por volta dos 5,40XX. A intensidade da correção da última 6a. feira indica que possivelmente a moeda americana deve retornar à região de 5,20XX, que seria a base da última congestão observada no gráfico diário a seguir.
Vale (SA:VALE3) comentar também que o índice DXY vem caindo de forma bem acentuada. A perda da mínima da última semana no DXY deve gerar uma nova pernada de baixa no ativo.
Se você não conhece o funcionamento deste índice, recomendamos que você leia este artigo que preparamos.
SP500
O principal índice americano, que reúne as ações das 500 maiores empresas daquele mercado confirmou o movimento que previmos há 2 semanas atrás, aqui na nossa análise semanal. Confira aquio que escrevemos.
Mercado fez novas máximas e segue sua trajetória inabalável de alta. A pergunta de 1 milhão de dólares é: até quando o inabalável se manterá vigente?
A tendência de alta só seria "enfraquecida" se na próxima semana o mercado fizer um candle de força para baixo, que sinalize a retomada do controle pelos vendedores. Geralmente o mercado fica mais sujeito a este tipo de movimento, quando apresenta candles pequenos, na trajetória de alta. Esse é o cenário que pode ser observado nitidamente no gráfico abaixo.
DAX
O principal índice da Europa atingiu na última semana uma região de oferta muito importante. O retângulo roxo mostra que por volta dos 13.000 pontos é exatamente onde o mercado ficou congestionado entre outubro de 2019 e fevereiro de 2020, até que fosse produzida a queda espetacular observada no início deste ano.
A superação desta região seria uma sinalização de força dos mercados, que rumaria na direção do topo de fevereiro de 2019, por volta dos 13.800 pontos.
Commodities e metais
Depois de uma recuperação importante nos preços do barril de petróleo, o mesmo demonstra dificuldades para continuar subindo com a velocidade anterior, provavelmente pela sinalização de que os principais países produtores começarão a flexibilizar um pouco mais os cortes de produção que foram realizados no início da pandemia.
Chama muito a atenção o estreitamento das Bandas de Bollinger, no gráfico diário. Geralmente isso precede um movimento amplo de expansão dos preços.
Seria mais ou menos o mesmo que sacudir uma garrafa de refrigerante com a tampa fechada e depois abri-la. Vai espirrar refrigerante para todo lado. Aqui no Petróleo a analogia seria parecida e poderemos presenciar um movimento muito forte em breve.
O minério de ferro revisitou a região de USD 125 região de topo que fora visitada em julho de 2019 e corrigiu. Como o mercado atingiu uma zona de oferta pode encontrar dificuldades de superar esses patamares de preço, no curtíssimo prazo.
O ouro manteve-se consolidado na última semana e é possível observar que temos um triângulo bastante nítido no gráfico abaixo. Até que o mercado defina para qual lado irá romper esse triângulo, devemos aguardar.
Considerando a alta dos últimos 6 meses, pode-se afirmar que o metal capturou uma parcela do movimento defensivo que naturalmente era direcionado ao dólar. Contudo, como vínhamos ressaltando, não há muita novidade nessa possível preferência, dado que a intensificação de impressão de dinheiro pelos bancos centrais ao redor do mundo pode de fato trazer uma instabilidade em termos de confiança no poder aquisitivo do papel moeda.
Calendário econômico
A semana será repleta de eventos e divulgações que deixarão os mercados mais agitados. Sumarizamos abaixo o calendário aqui da Investing.com destacando apenas os eventos que normalmente trazem mais volatilidade aos mercados...
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Forte abraço, e....
Bora pra cima !!!
Sobre o autor: fundador do blog Metanoia Trading, começou a estudar sobre o mercado financeiro em 2004, quando participou da 2a. turma do Curso Intensivo de Análise Técnica da LS (Leandro e Stormer). Foi Diretor de Corporate Finance na PwC (PricewaterhouseCooopers) até 2016. Atualmente, além de atuar como trader, é empresário nas área educacional e de assessoramento de processos de fusões e aquisições (M&A).