- O mercado acionário dos EUA está prestes a encerrar seu pior ano desde 2008, com o S&P 500 acumulando uma queda de 19,6%.
- A trajetória do mercado em 2023 continuará sendo ditada pela alta de juros, inflação persistentemente elevada e temores de recessão.
- Dessa forma, destaquei 15 ações bem posicionadas para enfrentar mais turbulência no próximo ano.
- ExxonMobil Corporation (BVMF:EXXO34) (NYSE:XOM)
- ConocoPhillips (BVMF:COPH34) (NYSE:COP)
- Occidental Petroleum Corporation (BVMF:OXYP34) (NYSE:OXY)
- General Mills (BVMF:G1MI34), Inc. (NYSE:GIS)
- The Hershey Company (BVMF:HSHY34) (NYSE:HSY)
- Campbell Soup Company (BVMF:C1PB34) (NYSE:CPB)
- Eli Lilly(BVMF:LILY34) (NYSE:LLY)
- Merck & Company BDR (BVMF:MRCK34) (NYSE:MRK)
- Bristol-Myers Squibb (BVMF:BMYB34) (NYSE:BMY)
- Raytheon Technologies Corporation (BVMF:RYTT34)(NYSE:RTX)
- Lockheed Martin Corporation (BVMF:LMTB34) (NYSE:LMT)
- Northrop Grumman Corporation (BVMF:NOCG34)(NYSE:NOC)
- Alibaba (BVMF:BABA34)(NYSE:BABA)
- Pinduoduo (BVMF:P1DD34)(NASDAQ:PDD)
- Baidu (BVMF:BIDU34)(NASDAQ:BIDU)
Agora que o pior ano do mercado acionário dos EUA em mais de uma década está chegando ao fim, é seguro dizer que 2022 foi bastante complicado para os investidores em Wall Street.
O S&P 500 acumula uma queda de 19,6% a poucos dias do encerramento das negociações deste ano, que deve registrar a maior queda anual desde a crise financeira de 2008, em meio a preocupações de que o agressivo aperto monetário do Federal Reserve para combater a inflação possa jogar a economia do país em uma recessão. O índice referencial está quase 21% abaixo da sua máxima recorde tocada em 4 de janeiro de 2022, o que satisfaz a definição técnica de “bear market”, ou mercado de baixa.
O índice composto da Nasdaq, que ficou em território de bear market durante a maior parte do ano, acumula uma queda de 33,8% no ano, além de estar 36,1% abaixo da máxima recorde tocada em 19 de novembro de 2021, devido à forte desvalorização das mega-ações de tecnologia que lideraram a alta dos mercados nos anos anteriores, com destaque para Tesla (BVMF:TSLA34)(NASDAQ:TSLA), Amazon (BVMF:AMZO34)(NASDAQ:AMZN), Apple (BVMF:AAPL34)(NASDAQ:AAPL), Nvidia (BVMF:NVDC34)(NASDAQ:NVDA), Netflix (BVMF:NFLX34)(NASDAQ:NFLX) e Meta Platforms (BVMF:M1TA34) (NASDAQ:META).
No mesmo período, o Dow Jones Industrial caiu “apenas” 8,5% no acumulado do ano e está 10% abaixo do pico recorde alcançado no início do ano. O Dow está prestes a registrar seu melhor ano desde 1933 em comparação com o S&P, graças ao seu forte peso de empresas “blue chips”.
Mas será que o pior já passou para as ações americanas? Tudo pode acontecer, evidentemente, mas acredito que os mesmos riscos que dominaram o sentimento em 2022 serão os principais vetores que afetarão as condições do mercado em 2023.
Ao contrário da crença popular, não acho que o Fed recuará em relação aos juros mais elevados nem abandonará sua postura mais rígida em 2023, apesar do medo cada vez maior de uma recessão. O presidente da instituição, Jerome Powell, indicou recentemente que o banco central continua comprometido em fazer a inflação convergir para a sua meta de 2%, projetando altas de juros até um nível que não era visto desde 2007, culminando a mais de 5%.
Portanto, diante do temor em relação a fatores, como trajetória das taxas de juros, desaceleração do crescimento econômico, inflação persistentemente alta, declínio dos lucros corporativos e volatilidade no mercado cambial, tudo leva a crer que os investidores enfrentarão mais um ano complicado.
Em vista de tudo isso, destaco minhas 15 ações preferidas para 2023, sem uma ordem particular. Não é de surpreender que a maioria das empresas que aponto atua em setores defensivos do mercado.
Ações preferidas para 2023:
Energia:
Diante da perspectiva de mais turbulência em 2023, minhas ações preferidas são XOM, COP e OXY, pois apresentam sólidos fundamentos, valuations razoáveis nos patamares atuais, balanços saudáveis e grande disponibilidade de caixa.
Em minha opinião, as ações dessas três empresas de energia continuam sendo as melhores do segmento para o ano-novo, graças aos seus esforços constantes em retornar capital para os acionistas na forma de distribuição de dividendos e recompra de ações.
Consumo básico:
Diante da preocupação cada vez maior com a inflação, a desaceleração econômica e a alta de juros, GIS, HSY e CPB podem entregar retornos robustos no próximo ano, dada a preferência dos investidores por setores defensivos e de consumo básico.
As ações de valor mais defensivas provavelmente continuarão se valorizando, em meio à atual turbulência do mercado, graças aos seus sólidos balanços e elevados níveis de fluxo de caixa livre.
Saúde:
Minha expectativa é que as ações da Eli Lilly, Merck e Bristol Myers Squibb continuem tendo bom desempenho em relação ao mercado mais amplo em 2023. Esses três nomes oferecem retornos relativamente elevados com dividendos e ainda apresentam um valor de mercado razoável, o que faz com que sejam apostas defensivas no atual cenário.
De forma geral, as ações de empresas cujos produtos e serviços são essenciais para a vida das pessoas, como as do setor de saúde, tendem a performar bem em momentos de desaceleração do crescimento econômico e turbulência de mercado.
Defesa:
RTX, LMT e NOC devem continuar seu movimento de alta em 2023, haja vista que estão bem posicionadas no setor de defesa para se beneficiar dos maiores gastos militares dos governos, devido ao atual ambiente geopolítico global.
Considerando seu status como as três maiores fabricantes mundiais de armamentos e tecnologias avançadas de defesa, como caças, navios de combate, mísseis supersônicos e sistemas de defesa, a Raytheon, a Lockheed e a Northrop devem se beneficiar do aumento das tensões entre os EUA, seus parceiros da OTAN e a Rússia em torno da guerra na Ucrânia.
Empresas de internet da China:
Minha expectativa é que as ações do Alibaba, Pinduoduo e Baidu se recuperem em 2023, após sua brutal queda em razão do cerco regulatório armado pelo presidente Xi Jinping contra o setor de tecnologia. Essa situação parece ter acabado e o país está reabrindo sua economia, encerrando suas rígidas medidas de controle sanitário.
Outro sinal positivo para esses papéis é que as autoridades chinesas e americanas avançaram em seus esforços de firmar um acordo para resolver problemas de auditoria das empresas chinesas listadas em bolsas americanas.
Aviso: No momento da redação, o autor mantinha uma posição vendida em S&P 500 e Nasdaq 100 através dos fundos ProShares Short S&P 500 (SH) e ProShares Short QQQ ETF (PSQ).
Além disso, tinha posições compradas em Energy Select Sector SPDR (NYSE:XLE) e Health Care Select Sector SPDR (NYSE:{{|XLV}}).
As visões discutidas neste artigo correspondem exclusivamente à opinião do autor e não devem ser consideradas como uma recomendação de investimento.