Bom dia,
Na sexta-feira o Ibovespa despencou 3,10% e fechou em 93.735 pontos, mais de 6 mil pontos abaixo do recorde de segunda-feira, na semana o índice ficou 5,45% negativo. O giro financeiro foi de R$ 19,9 bilhões.
Muitos fatores levaram a essa queda brusca, foi uma sucessão de más notícias, começando pela segunda-feira, com a reforma dos militares não agradando o mercado. Logo depois Temer foi preso, o que se pensarmos para o futuro do país, é bom, pois combater a corrupção é essencial para o crescimento de uma nação, porém com Temer preso, o MDB, partido que ainda está fortemente enraizado no poder, vai querer contrapartidas para aprovar a reforma.
E para finalizar as notícias que derrubaram o mercado, Rodrigo Maia se ofendeu com a declaração de Carlos Bolsonaro, no qual ele insinuava que o presidente da Câmara estava com medo, isso fez com que Maia saísse da articulação para conseguir reunir os 308 votos para aprovar a reforma, jogando a bolsa ainda mais para baixo. Sem contar que o cenário externo também não ajudou.
A semana acabou sendo péssima para as blue chips, as ações do Bradesco (SA:BBDC4) recuaram 3,53% na sexta e 9,72% na semana, já as ações do Itaú (SA:ITUB4) caíram 2,95% na sexta e 8,83% na semana. Completando os bancos, Santander (SA:SANB11) recuou 2,54% na sexta e 7,52% na semana, já o Banco do Brasil (SA:BBAS3) por ser estatal sofreu mais, caindo 5,44% na sexta e 12,10% na semana.
Enquanto isso a Vale (SA:VALE3), que já reverteu praticamente toda a queda após o episódio de Brumadinho, caiu 1,65% na sexta, e fechou a semana com queda de 0,99%, sendo uma das poucas ações que não sofreram tanto na semana. Em compensação a Petrobras (SA:PETR4) foi mais uma que sangrou na sexta, a queda foi de 5,46%, jogando a semana para 4,42% negativo.
Já as ações da Suzano (SA:SUZB3) voltaram a subir, já que se favorecem com a alta do dólar. A alta foi de 1,19% na sexta, mas não foi suficiente para reverter a semana, que fechou com queda de 1,95%.
Olhando para o dólar, vimos uma forte alta, o real foi a moeda que mais se depreciou frente ao dólar na semana, aliás, ganhou de uma, da lira turca, mas foi por conta de tensões geopolíticas. Tirando a lira turca, o real foi o que mais sofreu. A alta foi de 2,65%, cotada a R$ 3,90. Na semana a alta foi de 2,10%. Já o euro fechou em R$ 4,40, com alta de 1,69%, na semana a alta foi de 1,85%.
O aumento da desconfiança com a reforma da previdência, respingou nos juros, que dispararam, com isso o DI jan 2021 foi de 6,87% para 7,14%, enquanto o DI Jan 2025 subiu de 8,49% para 8,84%.
Hoje a agenda será fraca, apenas com o déficit em conta corrente de fevereiro.
Indo para os Estados Unidos, a desaceleração global volta a assustar mais, com o aumento do índice VIX, que é considerado o “termômetro do medo”, e com PMI indicando contração no Japão e na Alemanha. Esse medo derrubou as bolsas americanas. O Dow Jones caiu 1,77%, o S&P 500 recuou 1,90% e o Nasdaq caiu 2,50%.
Na agenda norte-americana, teremos índice de produção manufatureira de março.
Agora falando de Europa, as bolsas abriram em queda, com Frankfurt caindo 0,16%, Paris recuando 0,19%, Londres recuando 0,35. A exceção é a bolsa de Madri, que abriu com alta de 0,06%. Na agenda europeia, teremos o índice IFO de sentimento das empresas na Alemanha, lembrando que IFO é o Instituto de Pesquisas Econômicas da Universidade de Munique.
Já na Ásia, o sentimento ruim de desaceleração global gera preocupações, com isso a bolsa de Tóquio despencou 3,01%, de Shanghai caiu 1,97%, de Hong Kong queda de 2,03% e de Seul a queda foi de 1,92%, essa queda pode respingar ainda mais no Brasil, se não houver um entendimento entre Maia e Bolsonaro.
O preço do barril de petróleo, foi um dos fatores que ajudaram a derrubar o preço da Petrobras. A queda do preço da commodity foi influenciado pelo momento ruim da economia global, já que um PIB menor representa menos demanda por petróleo. O WTI caiu 1,57% e o Brent recuou 1,22%.
E para finalizar as criptomoedas estão em queda, com o Bitcoin recuando 0,10%, a Ethereum caindo 0,54% e a Ripple caindo 0,74%.
Por Fabio Louzada – Eu me banco!
Acorda Mercado – Ano II, Edição 133
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