- O ouro recua levemente após registrar máximas históricas, mas a tendência de alta de médio e longo prazo segue preservada, apesar dos riscos no horizonte.
- Tensões comerciais, preocupações com recessão e a divulgação de dados econômicos relevantes podem reacender a volatilidade, favorecendo a valorização do metal precioso.
- Os principais níveis de suporte situam-se entre US$ 3.245 e US$ 3.283; perdas abaixo dessa faixa podem abrir espaço para testes de US$ 3.167 e US$ 3.100.
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Após sucessivas máximas históricas, o ouro perdeu força na semana passada, em meio à recuperação dos mercados acionários, com o S&P 500 e outros índices globais avançando de forma consistente.
Com a pausa nos fluxos para ativos de proteção, o metal, que havia atingido o recorde de US$ 3.500, recuou abruptamente para a mínima semanal de US$ 3.260, antes de ensaiar uma recuperação respeitável e encerrar a semana em torno de US$ 3.319. Apesar da volatilidade, o saldo semanal foi relativamente estável para o ouro. No panorama geral, a direção do preço segue construtiva, mesmo diante da perda momentânea de apelo como porto seguro.
Entretanto, até que surjam sinais mais claros de topos e fundos descendentes, bem como acordos comerciais concretos, e não apenas declarações políticas de Trump, não se pode descartar a possibilidade de novas máximas para o metal precioso.
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Calmaria temporária, mas riscos seguem presentes
Embora os mercados tenham mostrado sinais de estabilização na semana passada e o pregão atual registre maior tranquilidade, a confiança genuína permanece escassa. Abaixo da superfície, persistem ameaças conhecidas, tensões comerciais, temores de recessão e incertezas sobre política monetária, quaisquer das quais podem facilmente reacender a volatilidade.
As negociações comerciais entre EUA e China continuam sendo uma preocupação central. Caso Washington se recuse a flexibilizar tarifas ou as tratativas fracassem, é provável que investidores voltem a buscar proteção, impulsionando novamente o preço do ouro.
Dados econômicos podem alterar a trajetória do ouro?
Enquanto os conflitos comerciais dominam as manchetes, os fundamentos econômicos e os resultados corporativos voltarão ao centro das atenções nesta semana. A agenda está carregada: divulgação do PIB das principais economias, leituras do PMI da China referentes a abril, além dos balanços das chamadas "Magnificent 7" do setor de tecnologia. O impacto da guerra comercial será também avaliado por meio dos dados do ISM de manufatura dos EUA e de atualizações econômicas vindas do Canadá e do México.
Embora o dado de PIB dos EUA do primeiro trimestre possa parecer datado, pesquisas de confiança do consumidor e resultados corporativos devem oferecer uma visão mais atualizada do sentimento econômico. Além disso, o relatório do mercado de trabalho dos EUA a ser divulgado na sexta-feira poderá se tornar um catalisador importante para a volatilidade. Nesse contexto, a cautela predomina, e a perspectiva de médio prazo para o preço do ouro permanece inclinada para o lado positivo.
Análise técnica do ouro: níveis críticos em observação
O forte recuo do ouro após atingir US$ 3.500 destaca a importância desse nível como resistência chave. Ainda assim, a estrutura técnica de alta permanece preservada.
A dúvida imediata é se novos compradores surgirão conforme o preço se aproxima de zonas de suporte críticas. Atenção especial à faixa entre US$ 3.245 e US$ 3.283, que serviu como zona de disputa intensa na semana passada e pode novamente atrair demanda. Caso esse suporte ceda, o foco se voltará para US$ 3.167, correspondente à máxima de rompimento observada no início do mês.
Para esta análise, a verdadeira "linha divisória" situa-se próximo à linha de tendência ascendente em torno de US$ 3.100. Um recuo até esse nível seria expressivo, mas poderia oferecer uma oportunidade atrativa de compra. Seria necessária uma quebra decisiva dessa faixa, acompanhada de topos e fundos descendentes, para comprometer de forma relevante a tendência de alta no longo prazo, do ponto de vista técnico.
Quanto à resistência, os primeiros obstáculos situam-se agora em torno de US$ 3.366, seguidos por US$ 3.430. Caso o ímpeto de compra retorne, um novo teste da máxima histórica de US$ 3.500 não pode ser descartado.
***AVISO: Este artigo é meramente informativo e não constitui qualquer oferta ou recomendação de investimento.