Este artigo foi escrito exclusivamente para o Investing.com. Publicado originalmente em inglês em 04/06/2021
Os índices de transporte e imobiliário estão em um ponto crítico das suas tendências técnicas. Os sinais indicam que se avizinha uma forte reversão no mercado acionário mais amplo. Esses dois setores têm funções vitais nas operações de recuperação e reflação. O Índice de Transportes Dow Jones e o Índice Imobiliário PHLX superaram em muito o S&P 500 desde as mínimas de março de 2020.
Agora, o Dow Jones Transportes está muito perto de romper uma tendência de alta de vários meses capaz de fazê-lo cair cerca de 10%. Além disso, o PHLX apresenta uma divergência significativa em relação ao S&P 500. A última vez em que isso aconteceu foi em 2018.
Dow Jones Transportes
O índice de transportes Dow Jones recentemente perdeu uma tendência de alta que começou na primavera de 2020 nos EUA. Isso faz com que esse nível seja essencial, na medida em que pode significar uma mudança na tendência. Se a média registrar reversão para a linha de tendência inferior, iniciada em abril de 2020, o índice pode acabar caindo mais de 9%.
Índice imobiliário
Ao mesmo tempo, o Índice Imobiliário PHLX também está testando a linha de tendência. No entanto, o mais preocupante é que esse índice passou a se desviar do S&P 500 nos últimos pregões. O HGX já começou a mostrar sinais de mudança de tendência, com uma máxima mais baixa, enquanto o S&P 500 ficou mais estável. A última vez em que os dois índices registraram uma forte divergência foi no verão e no outono de 2018 nos EUA. Entretanto, no fim daquele ano, o S&P 500 seguiu os passos do índice imobiliário, passando a cair forte, o que torna a atual divergência extremamente relevante.
UPS
A fraqueza é facilmente observada em algumas das principais ações do setor de transporte e construção. A United Parcel Service (NYSE:UPS), por exemplo, subiu forte desde o último balanço no fim de abril. Porém, o mais importante aqui é que suas ações permanecem coladas no suporte de US$210 nas últimas semanas. Se os preços perderem esse patamar, o alvo da queda é US$181, fechando o gap aberto ao final de abril.
FedEx
A FedEx (NYSE:FDX) apresenta sinais similares após formar um padrão técnico de cunha ascendente. Além disso, o índice de força relativa está agora em tendência de baixa, sugerindo que a força descendente está dominando as negociações e podemos ver preços mais baixos mais à frente. O rompimento da tendência de alta pode fazer suas ações caírem até o nível de US$280.
PulteGroup
O PulteGroup (NYSE:PHM) é outra ação com aparente dificuldade após romper uma tendência de alta iniciada em março. Atualmente, o papel registrou uma máxima mais baixa e está prestes a registrar uma mínima inferior, uma reversão da tendência de alta dos últimos meses. Além disso, um declínio abaixo do suporte a US$55 pode desencadear perdas maiores para cerca de US$50,35 nas próximas semanas.
Embora essas ações e setores não representem toda a chamada “operação de reflação”, certamente representam uma grande parte dela. Imaginemos que elas comecem a reverter para baixo, como mostram os gráficos. Nesse caso, podem acabar antecipando problemas maiores para a saúde geral do mercado acionário e outros setores de reflação.
Por isso, é extremamente importante acompanhar esses dois setores e algumas ações, na medida em que servem de alerta antecipado para o que pode ocorrer com o mercado acionário mais amplo daqui para frente.