Depois da alta de mais de 100% do Bitcoin nos últimos 30 dias, com um aumento da volatilidade e impulsionando a alta de outros criptoativos, começam a surgir especulações e até recomendações de outros projetos que estariam subvalorizados.
Mas qual será o maior upside? Será que o Bitcoin ainda vai a US$ 200 mil neste ciclo, com um upside de mais 4 vezes? Se for, será que as altcoins acompanharão?
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O mais interessante de tudo que está acontecendo, é que existe mercados para diferentes teses, que comportam desde o investidor mais conservador que busca uma exposição nesta classe sem tanta volatilidade até ao investidor que busca maximizar o resultado, incorrendo em grande volatilidade e por vezes até o risco dos projetos nos quais está investindo.
Apesar de o Bitcoin ter apresentado uma valorização incrível em 2020, de aproximadamente 302% em dólar, o Ethereum, segundo maior criptoativo em capitalização de mercado, valorizou 469% no mesmo período.
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A alta, desta vez motivada pela entrada de investidores institucionais acreditando cada vez mais na tese de que cripto e, especificamente Bitcoin, será um bom candidato a reserva de valor no futuro. Diferente do rali de alta 2017, em um movimento impulsionado pelo varejo à época, desta vez foram os grandes fundos e investidores que começaram a expor uma pequena parcela dos seus portfólios nesta classe.
Se entendermos o Bitcoin como um possível Ouro Digital, ou “Ouro dos Millenials” como citou o hedge fund manager Ray Dalio, poderíamos considerar cripto então como uma commodity digital?
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Em uma definição simplista, commodities são mercadorias e correspondem a produtos de qualidade e características uniformes, que não são diferenciados de acordo com quem os produziu ou de sua origem, sendo seu preço determinado pela oferta e demanda internacional.
De fato, o Bitcoin e outros criptoativos possuem características semelhantes à desta definição, que compreende commodities como metais, minerais, combustíveis, agrícolas etc.
Sob este prisma, tudo indica que estamos diante de um novo rally destas novas “commodities digitais”. E qual fenômeno geralmente acontece quando temos um rally de preço em commodities? A alta das produtoras desta commodity.
Impulsionado pela demanda dos Brics e majoritariamente da China, no boom do minério de ferro entre 2000 e 2012, que chegou a valorizar cerca de 780% na máxima, representou uma alta de cerca de 1.650% nas máximas das ações da Vale (NYSE:VALE) nos EUA (ADR), produtora dessa commodity.
Outro exemplo é do Ouro, que valorizou cerca de 170% entre 2006 e 2011, enquanto a mineradora Agnico Eagle Mines (NYSE:AEM) valorizou cerca de 256% no mesmo período.
Ao olharmos pra outras commodities e suas produtoras, ao longo da história, temos movimentos semelhantes. Isso não quer dizer que sempre que a cotação de uma commodity subir, a ação da empresa também se valorizará. No final das contas, isso depende mais da capacidade de gestão da companhia em capturar esse valor de mercado e ter eficiência para aproveitar o momento.
E será que com cripto aconteceu ou acontecerá a mesma coisa?
Vejamos o caso de algumas empresas de mineração de Bitcoins que possuem ações listadas em bolsa: enquanto o Bitcoin subiu 302% em dólar em 2020, a Marathon Patent Group (NASDAQ:MARA) valorizou 1.186% no mesmo ano. Já a Riot Blockchain (NASDAQ:RIOT) valorizou 2.535% em 2020.
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Temos também as produtoras destas “commodities digitais”, que são as mineradoras. Na prática, assim como no caso da Vale (SA:VALE3), essas empresas investem capital de forma intensiva em infraestrutura e supercomputadores para processar transações das redes descentralizadas dos criptoativos e, como recompensa, recebem taxas de transação e o direito de emitir ativos novos e colocar na rede.
Você já deve ter ouvido falar que a oferta máxima de Bitcoins no mercado será de cerca de 21 milhões de unidades e que mais de 18,6 milhões já foram produzidos. O fato é que só chegaremos no valor de 21 milhões de unidades próximo da década de 2140, já que a taxa de emissão é reduzida a cada quatro anos em um evento chamado Halving.
Esse movimento de redução de oferta e aumento de demanda também serve como um grande catalisador de preços, já que menos Bitcoins são gerados diariamente.
O mais curioso nesse caso das mineradoras de Bitcoin que citei é que se você fizer o trabalho de analisar o balanço dessas empresas, verá que elas possuem números e indicadores operacionais péssimos. O mercado de mineração de cripto está passando por uma consolidação e profissionalização importante, semelhante ao que aconteceu com o mercado de provedores de internet nos anos 90 e novas empresas estão surgindo com muito mais eficiência e capacidade de crescimento sustentável.
Como gestora, investimos em operações de mineração de cripto desde 2017 e, mais do que nunca, essa tese tem se mostrado relevante. Em nossa análise, além da capacidade de geração de fluxo de caixa, o potencial de valorização (upside) nesse setor tem um ratio de 3:1 a 7:1 em relação à valorização da commodity em si. Com a consolidação e profissionalização deste mercado, o upside poderá ser ainda maior.
Esse é, na minha opinião, o maior upside deste mercado no próximo ciclo.