A economia americana está prestes a embarcar em um plano de voo turbulento. O novo ciclo político liderado por Donald Trump traz um pacote de medidas ambiciosas que visam reposicionar a competitividade dos EUA na economia global. No entanto, o caminho para o sucesso não será fácil. Os primeiros anos dessa transição devem ser marcados por um choque econômico: queda da atividade econômica, recessão, aumento do desemprego e inflação persistente.
Entretanto, o futuro promete. Se o plano for bem executado, o cenário de médio prazo pode se tornar altamente favorável para os preços de ativos, para o custo de capital e para a sustentabilidade da economia americana. Este artigo analisa as principais variáveis macroeconômicas envolvidas e faz algumas projeções baseadas em meus modelos e premissas, bem como avaliar os riscos no curto prazo e as oportunidades que podem surgir ao longo desse novo ciclo econômico.
Ano 1 (2025): Choque Inicial — Turbulência à Vista
O primeiro ano será marcado por uma desaceleração econômica significativa devido a cortes agressivos nos gastos públicos e tensões comerciais. A retração fiscal combinada com tarifas elevadas e restrições à imigração deve desencadear uma recessão técnica com inflação ainda persistente.
Principais Fatores em 2025:
✅ Redução de gastos públicos de 6 trilhões para 5 trilhões (-16%)
✅ Elevação das tarifas de importação (México, Canadá, Europa e China)
✅ Queda no consumo privado devido à perda de confiança
✅ Queda no mercado acionário com o S&P500 podendo corrigir até 4500 pontos
✅ Inflação ainda pressionada entre 3,0% e 4,0% devido a tarifas e restrições de oferta
✅ Recessão técnica com queda no PIB de -0,5% a -1,0%
Impacto: Os cortes de gastos e o aumento de tarifas devem elevar os preços e reduzir a demanda, enquanto a queda nos mercados financeiros tende a aumentar devido as incertezas.
Ano 2 (2026): Zona de Instabilidade — A Estabilização Começa
O segundo ano deve trazer sinais de estabilização à medida que os cortes de impostos corporativos e a queda das taxas de juros começam a surtir efeito. A redução dos custos de capital deve estimular o investimento privado, o que pode minimizar o impacto da retração fiscal inicial.
Principais Fatores em 2026:
✅ Redução de gastos públicos para 4 trilhões (-20%)
✅ Corte de impostos corporativos → Maior competitividade para empresas
✅ Queda na inflação para 1,5% a 2,0% devido à desaceleração econômica
✅ Ampliação do investimento privado em ascensão com juros baixos
✅ Déficit comercial reduzido em 15% para (entre -535 bilhões e -650 bilhões)
✅ Recuperação lenta no mercado acionário com o S&P500 reagindo
Impacto: A combinação de corte de impostos e juros baixos tende a estimular o investimento privado, mas o consumo ainda deve se manter fraco.
Ano 3 (2027): Céu Claro — A Retomada do Crescimento
Em 2027, o crescimento deve ganhar tração com o fortalecimento do investimento privado e a recuperação da confiança. A queda nos juros e nos impostos deve impulsionar o consumo e a produção.
Principais Fatores em 2027:
✅ Investimento privado em ascensão → Expansão na produção
✅ Inflação estabilizada entre 1,5% e 2,5%
✅ Consumo privado em recuperação com aumento de renda disponível
✅ Déficit comercial reduzido em 15% para (entre -455 bilhões e -535 bilhões)
✅ PIB em crescimento moderado entre +1,5% a +2,5%
Impacto: A confiança dos investidores e a tendência de um ambiente econômico mais favorável devem consolidar a recuperação.
Ano 4 (2028): O Ciclo Eleitoral — Expansão Acelerada
Em 2028, o ciclo eleitoral deve estimular um aumento nos gastos públicos em até 500 bilhões de dólares para impulsionar o crescimento e fortalecer o mercado de trabalho.
Principais Fatores em 2028:
✅ Aumento dos gastos públicos para 4,5 trilhões
✅ Inflação moderada entre 2,0% a 3,0%
✅ Crescimento econômico acelerado (+2,5% a +3,5%)
✅ Nova valorização dos mercados acionários
✅ Déficit comercial reduzido em 20% para (entre -364 bilhões a –455 bilhões)
Impacto: Estímulos fiscais e retomada de um mercado de trabalho robusto devem reforçar o crescimento econômico.
Do Caos à Prosperidade
O plano de Donald Trump deve gerar forte turbulência inicial, com queda dos mercados e recessão nos primeiros anos. No entanto, cortes de impostos, estímulo ao investimento privado e redução dos juros devem consolidar uma recuperação robusta a partir de 2027. O ciclo eleitoral de 2028 promete acelerar ainda mais o crescimento, com valorização dos ativos, queda do custo de capital e maior sustentabilidade econômica no longo prazo.
Contudo, essa análise é um exercício de futurologia, baseado em modelos econométricos e projeções. Fatores inesperados, como eventos geopolíticas, pandemias ou mudanças significativas na popularidade do presidente, podem exigir correções de rota e alterar os resultados esperados.
“Em política econômica, se você fizer a coisa certa poderá dar certo, mas se você fizer a coisa erra, com certeza dará errado”