O Meu Maior Medo na Bolsa

Publicado 08.07.2020, 15:30
Atualizado 09.07.2023, 07:32
US500
-
IBOV
-

E nós estamos com Ibovespa a 99 mil pontos, entre a máxima de 119.527,6 de janeiro e a mínima de 63.569,6 de março.

Ibovespa. Fonte: Bloomberg.

Nos EUA, estamos a 3.145,32 pontos no S&P500, -7,11 por cento abaixo da máxima de 3.386,15 de fevereiro.

Por outro lado, estamos a +40,58 por cento da mínima de 2.237,40 de março.

S&P500. Fonte: Bloomberg.

Aqui estamos.

O erro dos pessimistas (e dos otimistas)

A maravilha de aprender com os outros é que podemos evitar cometer os mesmos erros que eles já cometeram.

Aprendemos sem precisar passar pela dor do erro.

Como nos ensinou o grande investidor Charles T. Munger, devemos pensar sempre em probabilidades— segundo Munger, é uma das maiores qualidades do seu colega, o maior investidor de todos os tempos.

E, pensando em probabilidades, a bolsa hoje está muito mais arriscada do que estava em março.

A bolsa hoje está mais cara, os preços estão mais altos, o risco é maior.

Risco não tem nada a ver com volatilidade do preço das ações.

Risco é pagar caro por uma empresa com resultados decepcionantes.

Retrospectiva do 1o semestre de 2020

Confira comigo, no replay:

Ibovespa. Fonte: Bloomberg.

Tivemos 3 momentos marcantes em 2020:

  1. Euforia com a economia se recuperando (verde)

Olhando no retrovisor (a forma mais eficaz de fazer previsões), as pessoas acham que a bolsa estava cara a 120 mil pontos (era óbvio!).

Mas nada poderia estar mais longe da realidade.

Se não tivéssemos o impacto da Covid-19, estaríamos com a economia em recuperação, juros baixos e reformas andando — este era o cenário naquele momento.

  1. Pânico com o coronavírus (vermelho)

Mas a pandemia aconteceu e, com ela, o pânico tomou conta dos mercados.

O mercado brasileiro foi um dos mais impactados do mundo. Passamos semanas como a bolsa mundial que mais se desvalorizou e a moeda mais impactada globalmente.

  1. Recuperação (azul)

Devido a atuação dos bancos centrais e governos injetando estímulos em suas economias e com o pânico se retirando de campo, tivemos recuperações fortes no mundo inteiro.

Nosso mercado foi um dos que mais caíram no mundo e se recuperaram de quedas que não faziam sentido.

Quem panicou perdeu dinheiro na queda.

Quem panicou perdeu dinheiro na alta.

O que os vendidos ainda não entenderam

O mercado não é racional.

Nunca foi e nunca será. O economista inglês Benjamin Graham já havia entendido isso nos anos 1920 e nada mudou desde lá.

Inclusive, escreveu um livro que todo mundo leu, mas poucos entenderam.

O mercado é maníaco-depressivo.

O que aconteceu em 2020 pode ser resumido em um simples meme:

Meme sobre Coronavírus e medo do coronavírus

"Março: amarelo = Corona, verde = medo do Corona. Junho: amarelo = Corona, verde = medo do Corona."

(Você já imaginou que estaríamos em 2020 explicando finanças com memes? É maravilhoso).

E, maníaco-depressivo que é, se o mercado não está com medo de algo, está otimista demais com algo.

Não estranhe, sempre foi assim, sempre será assim.

TINA – There is no Alternative

(Não há alternativa).

Muita gente olha para o mercado e se prende a coisas mundanas, como resultados das empresas, para explicar os preços no curto prazo.

Mas, já ficou absolutamente claro que quem manda nos mercados são os bancos centrais.

Sim, a probabilidade desta farra com o dinheiro público resultar na maior bolha da história mundial é altíssima.

Mas não podemos prever o futuro.

Não tentamos prever o futuro, pensamos em probabilidades.

E, diga-me com sinceridade, qual é a probabilidade do homenzinho ganhar o cabo de guerra acima?

Entendeu?

购买大量股票

(Compre MUITA bolsa)

O Ricardo comentou na segunda-feira:

"Em seu editorial, na capa, o jornal chinês Securities Times afirmou que a manutenção de um bull market saudável é, neste momento, mais importante do que nunca para a economia."

“... Compre muita Bolsa”, diz o Partido Comunista Chinês."

E, os EUA avaliam (mais) 1 trilhão de dólares de estímulos econômicos para infraestrutura.

Lembre-se: o Trump ainda precisa ganhar uma eleição em 2020.

Veja de novo a figura do cabo de guerra acima…

Entendeu?

Morro de medo da bolsa subindo

Pode parecer a coisa mais estranha do mundo, mas eu morro de medo da bolsa subir rápido demais.

Morro de medo!

Batemos 99 mil pontos, as empresas estão aproveitando o momento para vender o máximo de ações que podem (em IPOs e follow-ons), as vacinas ainda demorarão 1 ano para chegar, ...

Morro de medo da bolsa subir sem fundamento, sem que os resultados acompanhem, sem que tenhamos o suporte dos lucros.

Morro de medo de olhar para a bolsa e ver todas as ações caras demais.

Morro de medo do mercado entrar em uma espiral psicodélica, esquecer dos resultados e confiar demais no suporte dos Bancos Centrais.

Cautela, pequeno gafanhoto

Por sorte, Warren E. Buffett já passou por momentos de mercado assim, nos idos dos anos 1960 e podemos aprender com ele.

Claro, ele também passa pelos mesmos problemas atualmente.

Cuidado com pessimismo demais. Cuidado com otimismo demais.

Cuidado com seu rico dinheirinho.

Um abraço.

Acompanhe muito mais no Twitter: @BruceBarbosa88, no FB: BruceBarbosaOficial e LinkedIn: BruceBarbosaOficial

Últimos comentários

Carregando o próximo artigo...
Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2025 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.