O dado de inflação aos consumidor dos EUA disponibilizado no dia 10/11/2022 trouxe esperança para os investidores, devido a uma desaceleração da inflação, fazendo com que o SP500 atingisse novamente a região de 4.000 pontos, uma alta de mais de 14% após atingir suas mínimas até o dia 12/10/2022.
Porém, os gastos com habitação, que equivalem a aproximadamente ⅓ do CPI, seguem elevados. A ponderação do dado mostra que gastos com abrigo representam 33%, que é o maior de qualquer categoria, e apresentou um aumento de 6,9% no último ano.
Os custos com habitação são basicamente subdivididos em aluguel, hospedagem, seguro, sendo residencial ou de inquilino, e residência dos proprietários, onde o aluguel e os custos para residência de proprietários são os mais significativos. Tivemos um aumento significativo de 0,8% no mês de outubro no custo com habitação, que representa o mais alto ganho mensal histórico das últimas três décadas.
Os valores dos ajustes de aluguel, que ocorrem a cada 12 meses, tendem a subir. Esse atraso no reflexo inflacionário ocorre justamente por conta do período de reajuste. Dessa forma, a dinâmica de mercado atual não se repete para o próximo exercício. Sendo assim, os gastos com moradia continuarão pressionando a inflação para cima.
Outros aspectos importantes para o mercado de real estate é que o preço dos aluguéis subiram 0,31% no mês de outubro e a demanda por hipoteca caiu, conforme as taxas cresceram. A listagem de casas novas também diminuiu em aproximadamente 17% em comparação ao mesmo período do ano anterior, podendo mostrar uma desalavancagem no setor.
Sendo assim, de acordo com a importância que os custos com habitação, bem como aluguel, impactam nos orçamentos das famílias norte-americanas, acredito que a inflação atrelada à moradia, que reflete diretamente na inflação ao consumidor, siga em alta pelo menos no primeiro semestre de 2023.