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Índia Aumenta Consumo de Petróleo e Busca Fornecedores Fora da Opep+

Publicado 08.04.2021, 09:32
Atualizado 09.07.2023, 07:31
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Publicado originalmente em inglês em 08/04/2021

Em fevereiro, destaquei o papel que a Índia terá na demanda mundial de petróleo nos próximos anos, à medida que sua economia cresce e seu consumo aumenta. Em 2019, o país era o terceiro maior consumidor de petróleo e produtos derivados, após os Estados Unidos e a China. A Índia praticamente não possui recursos petrolíferos domésticos, de modo que toda a sua demanda precisa ser satisfeita com importações.

Analistas discordam a respeito do aumento da quantidade de petróleo consumido pelo país nos próximos anos, mas a Agência Internacional de Energia (AIE) projeta uma aceleração de 4,9 milhões de barris por dia (mbpd) em 2019 para 6 mbpd em 2024.

WTI Semanal

Os investidores podem entender melhor as prováveis fontes futuras de abastecimento de petróleo da Índia compreendendo primeiro a atual situação do setor. Além disso, as escolhas de fornecimento do país hoje e no futuro impactam os fundamentos do mercado, além das políticas da Opep, Opep+ e outros players.

Dependência da Opep+ oferece riscos estratégicos e de preço

Em 2019, de acordo com a EIA, agência de informações energéticas dos EUA, as importações de petróleo da Índia foram provenientes do Oriente Médio. Iraque e Arábia Saudita foram os maiores fornecedores, respondendo por 22% e 19% do estoque, respectivamente. Faz sentido que seja assim, afinal o Oriente Médio está próximo da Índia, o que reduz o prazo e as tarifas de frete.

De acordo com Samir Madani, cofundador do portal TankerTankers.com, são necessários apenas de 2 a 4 dias para transportar petróleo do Golfo Pérsico para diversos portos indianos, em comparação com a viagem de 6 semanas das Américas do Norte e do Sul. Outros importantes fornecedores indianos fora do Oriente Médio em 2019 foram a Nigéria, com 8%, Venezuela, com 7%, e Estados Unidos, com 5%.

Em 2020, a Índia reduziu as importações da Venezuela por causa das sanções americanas. Para compensar a queda de volume, no ano passado, a Índia aumentou as importações do Iraque, Emirados Árabes, EUA e Kuwait.

A alta dependência indiana em relação ao petróleo do Oriente Médio representa um risco estratégico para o país sul-asiático. Recentemente, essa vulnerabilidade se acentuou com o maior consumo do petróleo da Opep+.

Brent Semanal

Cerca de 83% do petróleo utilizado na Índia vem de membros da Opep+. No início de março, os preços do barril de Brent atingiram US$ 70, e a reação indiana foi instar a Opep+ a elevar sua produção, mencionando especificamente o corte de produção feito pela Arábia Saudita em janeiro de mais 1 mbpd, o que teria causado "transtornos aos países consumidores” e elevações de preços. A Índia deseja que a Opep+ forneça projeções de prazo mais longo sobre a oferta, preferencialmente com preços menores.

A Opep+ decidiu não elevar a produção na reunião de março, e o ministro do petróleo saudita afirmou que, se a Índia realmente deseja mais petróleo, deveria utilizar seus próprios estoques. Esse comentário não caiu bem na Índia e levou o país a mudar seu mix de abastecimento, reduzindo a participação da Arábia Saudita.

Se bem que a Opep+ tenha decidido aumentar a produção a partir de maio, com o compromisso da Arábia Saudita de reabastecer o mercado com oferta extra, a Índia insiste que tais compromissos verbais não são suficientes para aliviar as preocupações. Para a Índia, os países produtores reunidos na Opep+, especialmente a Arábia Saudita, não estão atuando como fornecedores confiáveis.

A Índia já havia começado a reduzir a quantidade de petróleo adquirido da Arábia Saudita em fevereiro quando o reino implementou os cortes adicionais, o que o fez cair da segunda posição como maior fornecedor indiano para o quarto lugar. Apesar do compromisso do cartel de elevar a produção em maio, a Saudi Aramco (SE:2222) elevou seu preço oficial de venda para a Ásia para o mês de maio.

Com isso, a Índia reduziu significativamente a qualidade de petróleo adquirido da Arábia Saudita. As refinarias estatais indianas realizaram pedidos de apenas 9,5 milhões de barris da Arábia Saudita para maio. Antes disso, essas aquisições giravam em torno de 14,8 milhões de barris por mês.

Mas as refinarias estatais da Índia não só estão buscando petróleo de fontes além da Arábia Saudita do Oriente Médio; elas estão buscando outros fornecedores fora da Opep+. Apesar de lentas, as remessas dos Estados Unidos têm crescido de forma constante. A Índia deseja comprar de novos fornecedores, como Guiana e do campo de Johan Sverdrup, na Noruega. Além disso, acaba de comprar seu primeiro carregamento de petróleo Tupi do Brasil.

É possível que as refinarias indianas tenham que pagar mais pelo frete ao adquirir petróleo de distâncias tão grandes, mas a diversificação além da Opep+ reduz a dependência do país ao cartel, além de garantir que não seja o impacto negativamente pelo novo compromisso da Opep+ de reagir mensalmente às mudanças do mercado.

Embora as mudanças promovidas pela Índia não tenham um impacto direto no preço geral das referências do petróleo, seu apetite por óleo de fora da Opep+ é um acontecimento importante para a indústria petrolífera mundial. O consumo de petróleo no país está crescendo, e sua busca por fontes não pertencentes ao cartel pode fazer toda a diferença para fornecedores menos estabilizados.

Também emite um importante sinal para a Arábia Saudita, Opep e Opep+. O mais importante é que isso serve de alerta aos membros do cartel de que suas políticas de produção reacionárias mês a mês estão gerando preocupação nos consumidores que querem ter fontes estáveis e confiáveis de petróleo. Esses consumidores podem usar, e usarão, seu poder de mercado para levar seus negócios a outras regiões, privilegiando produtores que ofereçam maior confiabilidade.

 

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