- Os mercados demonstram sinais de resiliência, mas a incerteza ainda persiste.
- Powell mantém sua postura firme apesar das preocupações, enquanto Trump defende cortes agressivos nos juros.
- Os principais níveis de suporte e resistência do Nasdaq 100 serão decisivos para definir se os compradores aproveitarão as correções para assumir o controle.
Os mercados norte-americanos registraram uma recuperação moderada, após declarações mais brandas de Jerome Powell, mas a reação não teve força suficiente para sustentar ganhos expressivos durante o pregão europeu. Com isso, as bolsas voltaram a operar em baixa nos dois lados do Atlântico, frustrando um início de dia mais otimista. O movimento de queda levanta a questão sobre a volta dos compradores em busca de oportunidades ao longo da sessão.
Nos últimos dias, o mercado tem tentado formar um suporte após dados mais fracos de inflação e um renovado otimismo em relação ao conflito na Ucrânia. Além disso, algumas gigantes do setor de tecnologia demonstraram resiliência, como Amazon (NASDAQ:AMZN) e Alphabet (NASDAQ:GOOGL), que respeitaram seus respectivos níveis de suporte em US$ 190 e US$ 160. Apesar da volatilidade, há sinais iniciais de uma possível retomada, embora seja necessário mais confirmação para validar um movimento de alta sustentado.
Jerome Powell manteve sua postura habitual na coletiva do Fomc, enfatizando a resiliência da economia dos Estados Unidos e a ancoragem das expectativas de inflação de longo prazo, mesmo com a pesquisa da Universidade de Michigan apontando um cenário mais preocupante. O presidente do Fed minimizou os impactos inflacionários das tarifas comerciais impostas por Donald Trump, classificando-os como "transitórios". Enquanto isso, Trump usou as redes sociais para defender cortes nos juros, uma medida que lembra a política adotada pelo governo turco no passado, com desdobramentos negativos para os mercados locais e a lira. O apelo do ex-presidente ainda não impactou significativamente o sentimento de risco, mas a abertura de Wall Street poderá trazer uma resposta mais clara.
Embora os futuros norte-americanos tenham registrado nova queda, os mercados demonstram maior estabilidade após quatro semanas difíceis, período em que o S&P 500 entrou em território de correção. No entanto, as preocupações persistem, especialmente quanto ao impacto das tarifas comerciais e seus possíveis efeitos sobre o crescimento econômico e a inflação global. A possibilidade de um cenário de crescimento mais lento e pressão inflacionária elevada tem levado traders a adotarem estratégias mais ágeis, realizando lucros a cada recuperação. Ainda assim, o tom relativamente mais calmo das últimas sessões pode fortalecer a confiança dos investidores que buscam comprar em regiões de suporte.
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Análise Técnica do Nasdaq 100
O Nasdaq 100 está diante de um ponto crítico: o índice testa agora a resistência da antiga linha de tendência de alta rompida, vigente desde o início de janeiro.
Nas últimas três sessões e meia, esse nível tem funcionado como barreira para novas altas. Por outro lado, a pressão vendedora tem se reduzido gradualmente, sugerindo um enfraquecimento do domínio dos vendedores sobre o mercado.
Um dos traços característicos deste ciclo de alta prolongado tem sido a reincidência de compras em momentos de forte realização, impulsionando os índices para novas máximas sucessivas. Esse padrão já foi observado em episódios como o colapso do mercado na pandemia, a reversão do carry trade do iene em 2024, a invasão da Ucrânia pela Rússia e a retração dos mercados em 2022 devido à escalada inflacionária. A questão agora é se o mercado está configurando um novo impulso altista ou se a atual estabilização representa apenas uma pausa antes de uma queda mais profunda.
Níveis Técnicos e Possíveis Movimentos
No gráfico diário do Nasdaq 100 futuro, o primeiro grande obstáculo para os compradores está próximo da região psicológica dos 20.000 pontos, coincidindo com a resistência representada pela linha de tendência rompida. Caso esse patamar seja superado, o próximo alvo para os compradores se encontra na média móvel de 200 dias, em torno dos 20.400 pontos. A presença de compradores dispostos a atuar nesses níveis pode favorecer um teste dessas resistências nos próximos pregões.
Do lado da defesa, o primeiro suporte relevante aparece na faixa de 19.750 pontos, região que antes funcionava como resistência. Caso esse nível seja rompido de forma decisiva, pode-se abrir espaço para uma nova queda até a zona de suporte entre 19.150 e 19.400 pontos. Essa faixa já foi testada múltiplas vezes na última semana e coincide com o Fibonacci de 61,8%, referente ao movimento de alta iniciado em agosto.
O comportamento do mercado nos próximos dias será determinante para definir se o Nasdaq 100 conseguirá sustentar uma recuperação mais ampla ou se os vendedores voltarão a pressionar o índice para novos recuos.
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