Mercados globais reagem ao payroll, enquanto no Brasil, o governo acelera a articulação de sua base no Congresso para levar a reforma da previdência à votação em outubro.
Mercados Globais
Os mercados globais estão reagindo à divulgação dos dados do mercado de trabalho dos EUA agora de manhã. O departamento do trabalho anunciou a criação de 209 mil vagas em julho, atualizando o quadro que o banco central utiliza para definir a sua política monetária. O mercado esperava a criação de cerca 180 mil vagas segundo os sites financeiros mais influentes. Esse dado está em linha com um mercado de trabalho vigoroso, que foi capaz de reduzir o desemprego EUA de 10,5%, no auge da crise de 2009, a 4,4%. Veja o gráfico de vagas criadas/destruídas nos EUA:
Além da alta surpreendente do mês passado, a alta de junho foi revisada de 222 mil para 231 mil, melhorando ainda mais o quadro do emprego do país.
Apesar do cenário positivo para o mercado de trabalho e para as grandes corporações – que tiveram lucros extremamente positivos no segundo trimestre – a confusão política criada pelo governo Trump está levando o dólar a cair quase 15% frente ao euro, depois de se valorizar 9% após a eleição. As suspeitas de colaboração dos russos na campanha eleitoral do republicano enfraqueceram seu governo junto ao Congresso, o que o levou a perder a votação que sepultaria o programa social Obamacare na semana passada. Com essa fraqueza política, Trump não conseguirá emplacar a redução dos impostos corporativos, nem o programa de estímulos baseado em obras de infraestrutura. Veja o gráfico do dólar em relação ao euro:
O petróleo está em queda, com o barril WTI sendo negociado abaixo dos US$ 50, em função do aumento da produção dos EUA, anunciada na quarta-feira, e do aumento das exportações da Opep. A semana termina relativa morna, após o encerramento da safra de anúncios dos balanços corporativos do segundo trimestre e de vários recordes de preços no S&P 500 e do Dow Jones.
Brasil
No Brasil, o governo acelera a articulação de sua base no congresso para levar a reforma da previdência à votação em outubro, segundo o que noticiam os principais meios de comunicação. Esse será o principal ponto da agenda política do mercado nas próximas semanas e é a razão fundamental para a aprovação do mercado em relação ao governo Temer. A vitória dessa semana consolida a esperança nas reformas previdenciária e tributária ainda nesse ano.
Ontem a agência Moody’s de classificação de riscos anunciou que não levará em conta a revisão da meta de déficit primário para esse ano, de R$ 159 bilhões para R$ 169 bilhões. Menos um problema para a situação fiscal do país, abalada pela sequência de quedas do PIB, que derrubou a renda nacional em mais de 8%.
O viés dessa sexta feria é de queda do dólar e dos juros e alta da Bovespa.