ÁSIA: A incerteza sobre o Brexit continuou nesta terça-feira, trazendo bastante volatilidade aos mercados asiáticos, após várias agências de classificação rebaixar o rating do Reino Unido, mas a maioria das principais bolsas fechou em alta, com analistas sugerindo que os efeitos do Brexit na região provavelmente serão de curto prazo.
No Japão, o Nikkei fechou em ligeira alta de 0,09%, em 15,323.14 pontos, após oscilar entre perdas e ganhos durante toda a sessão. O iene japonês manteve a força contra o dólar, sendo negociado a 102.06, colocando algumas ações japonesas sob pressão, principalmente as exportadoras.
Os investidores estavam observando se o Banco do Japão ou o Ministério das Finanças iriam intervir para neutralizar a força do iene em relação ao dólar. O iene, assim como o ouro são ativos considerados portos seguros tradicionais durante períodos de turbulência, mas sua força fere a competitividade dos exportadores japoneses.
Na China, o Shanghai Composite fechou em alta de 0,59%, em 2,912.75 pontos, mas em Hong Kong, o índice Hang Seng caiu 0,31%. O Banco Popular da China definiu a correção do yuan em 6,6528 e o par dólar/yuan fechou em 6,6481.
Na Austrália, o ASX 200 caiu 0,66%, para 5,103.30 pontos, apesar de encenar uma recuperação final com sinais de que o sentimento negativo envolvendo os mercados globais pode estar chegando ao fim. As principais ações do setor bancário no país reverteram perdas e fecharam em alta. ANZ subiu 0,1% e NAB subiu 0,49%.
O ouro recuou 0,6% durante a sessão asiática depois de subir 0,8% durante o pregão ocidental. St Barbara caiu 8,5% e registrou o pior desempenho no benchmark australiano. Evolution Mining caiu 4%, apesar de anunciar que duplicou a sua taxa de dividendos na sequência de um forte desempenho nos custos de produção e operacional no exercício de 2016. Entre grandes mineradoras, BHP Billiton terminou 0,3% maior, a US$ 18,03 e Rio Tinto (LON:RIO) subiu 0,6%, para US $ 44,20, enquanto Fortescue Metals Group devolveu cerca de metade dos ganhos do dia anterior, caindo 3,7% para US$ 3,40.
EUROPA: As bolsas europeias negociam em forte alta nesta terça-feira após dois dias de pesadas perdas em meio a volatilidade nos mercados globais após o Brexit, mas a preocupação é a de que possa ser apenas um "dead cat bounce" e os investidores verem isso como mais uma oportunidade para vender, no entanto, por hora, o panorama é um pouco mais positivo.
Segundo Howard Silverblatt, analista sênior de índice S & P Global, os mercados acionários mundiais perderam um recorde de US$ 3,01 trilhões em duas sessões após referendo do Reino Unido. O pan-europeu STOXX 600 sobe 2,5% após cair forte na segunda-feira, com os setores bancários, viagens e serviços financeiros fechando em queda de mais de 7,5%. Enquanto isso, a libra esterlina atingiu uma baixa de 31 anos e os índices em Wall Street fecharam com mais de 1,5% de queda na segunda-feira.
O presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi pediu aos principais bancos centrais para coordenar melhor as suas políticas para enfrentar a inflação ultrabaixa, falando durante a conferência BCE em Portugal e que as políticas monetárias divergentes entre os principais bancos centrais podem criar incertezas sobre suas intenções políticas, que por sua vez leva a uma maior volatilidade das taxas de câmbio e mais prêmios sobre riscos.
As ações de bancos, que foram espancados nos últimos dois dias se recuperam, com o setor superando o STOXX 600, apesar das preocupações contínuas sobre o impacto do Brexit. Destaque para os bancos italianos, depois de uma série de relatórios sugeriram que o governo italiano está se preparando para tomar medidas para proteger os bancos do país, que estão sobrecarregados por bilhões de euros em empréstimos ruins. A Unicredit (MI:CRDI), que está em busca de um novo CEO, opera em alta, apesar do RBC cortar seu preço alvo para o papel. Monte dei Paschi di Siena foi cortado para "underweight" pelo Barclays (LON:BARC), mas ainda assim segue negociado em alta. As ações do UBS também sobem, apesar de ter seu preço alvo cortado pelo HSBC e RBS. O CEO Sergio Ermotti disse que seu muito cedo para especular com o Brexit, mas acrescentou que são prejudiciais para a Europa em um ambiente já hostil.
No Reino Unido, o FTSE 100 salta mais de 2% nas primeiras negociações do dia, após duas sessões de fortes perdas provocadas pela votação para sair da União Europeia. Na segunda-feira, o referencial de Londres caiu 1,1%. Apenas duas ações operam no vermelho; Randgold Resources (LON:RRS) cai 2,80% e Fresnillo (LON:FRES) recua 4,38%, após terem se beneficiado nas últimas sessões, quando os investidores procuraram a segurança do ouro. Outras mineradoras sobem; Anglo American (LON:AAL) sobe 2,6%, Antofagasta (LON:ANTO) avança 3,1% e Glencore (LON:GLEN) adiciona 3,5%. Entre as gigantes, BHP Billiton sobe 3,4% e Rio Tinto opera em alta de 1,8%.
A agência de classificação Standard & Poors cortou o rating de crédito do Reino Unido na segunda-feira em dois graus, de AAA para AA, citando incertezas com as consequências do referendo da semana passada que aprovou a saída britânica da União Europeia. A Fitch Ratings seguiu o exemplo cortando o rating de AA+ para AA, enquanto Moodys Investors Service mudou sua perspectiva sobre os ratings do Reino Unido de estável para negativo na sexta-feira. Apesar dos “downgrades” para o Reino Unido provido pelas agências de classificação, os analistas de mercados acreditam que um pouco das incertezas começam a diminuir.
Os Banco britânicos sobem, com o Lloyds Banking Group (LON:LLOY) avançando 6,61% e Barclays adicionando 5,97%, enquanto a libra sobe 0,6352% frente ao dólar, sendo negociado a US$ 1,3298, depois de atingir US$ 1,3197 na segunda-feira em Nova York, marcou uma nova baixa de 31 anos.
Os preços do petróleo sobem pela primeira vez em três sessões na terça-feira, recuperando das pesadas vendas promovidas pelas incertezas com o Brexit e preocupações com a desaceleração na economia global.
AGENDA DO INVESTIDOR: EUA
9h30 - Final GDP (PIB);
9h30 - Final GDP Price Index (Índice de Preços do PIB)
10h00 - S&P/CS Composite-20 HPI (examina as mudanças no valor (preço de venda) do mercado imobiliário em 20 regiões nos EUA no ano anterior.
11h00 - CB Consumer Confidence (mede o nível de confiança dos consumidores na atividade econômica. É um indicador importante, pois pode prever os gastos do consumidor, que é uma parte importante da atividade econômica);
ÍNDICES MUNDIAIS - 7h10
ÁSIA
Nikkei: +0,09%
Austrália: -0,66%
Xangai Composite: +0,59%
Hong Kong: -0,31%
EUROPA
Frankfurt - Dax: +2,09%
London - FTSE: +2,24%
Paris - CAC: +2,52%
Madrid IBEX: +2,77%
FTSE MIB: +3,84%
COMMODITIES
BRENT: +2,04%
WTI: +2,31%
OURO: -0,86%
COBRE: +2,05%
SOJA: +1,97%
ALGODÃO: +1,03%
MILHO: +0,77%
ÍNDICES FUTUROS
Dow: +1,18%
SP500: +1,10%
NASDAQ: +1,11%
Observação: Este material é um trabalho voluntário e gratuito, resultado da compilação de dados divulgados em diversos sites da internet que são aqui resumidos de maneira didática para facilitar e agilizar a compreensão do leitor. O texto da sessão asiática está no tempo passado e a europeia no presente devido ao horário em que este relatório é redigido. Atenção para o horário da disponibilização dos dados.