- O S&P 500 desafiou as tendências históricas de maio com um ganho expressivo de 4,8%.
- Mas as preocupações com a amplitude do mercado geram temor de baixa.
- Os investidores agora esperam que o bull market seja sustentado por corte de juros em setembro nos EUA.
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Maio superou sua reputação histórica ao fechar com um robusto avanço de 4,8% no S&P 500, marcando o melhor desempenho dos últimos 15 anos.
Mas o que esperar de junho?
Historicamente, o mês de junho tem sido um período mais previsível para o mercado acionário. Desde 1950, o S&P 500 registrou um modesto retorno médio de 0,1% em junho. Melhor ainda, em 55% dos casos, o mês proporcionou um ganho médio mais expressivo de 0,7%. Nos anos eleitorais, o índice costuma apresentar um aumento médio de 1,3%.
No entanto, o estreitamento da amplitude do mercado é uma preocupação crescente. Apesar de o S&P 500 ter alcançado novos picos este ano — 24º recorde de alta — e desde março, a amplitude do mercado, que avalia quantas ações estão impulsionando essa alta, está se enfraquecendo.
Embora o índice continue subindo, os ganhos parecem concentrados em um grupo restrito de ações de grande capitalização. 
Na última semana, cerca de 20% dessas ações registraram as menores cotações dos últimos três meses, uma situação que não ocorria desde outubro de 2023.
Além disso, a porcentagem de ações negociadas acima de suas médias móveis de 50 dias está em declínio, sinalizando uma potencial tendência de baixa no mercado. Isso é corroborado pela redução no número de ações que alcançam novos máximos de 52 semanas e que estão acima de suas médias móveis de 200 dias, em comparação com março.
Os gráficos revelam uma preocupante semelhança com o declínio observado em abril. Apesar de o índice ter superado sua máxima anterior em maio, a participação no movimento de alta foi limitada. Esse cenário contrasta fortemente com a ampla participação de mercado no início do ano, quando mais ações eram negociadas acima de suas médias móveis de 50 e 200 dias. Essa divergência entre o índice e as ações individuais emite um sinal de alerta para o mercado.
Será que teremos uma correção acentuada em junho? Apesar de recuos e volatilidade serem normais, 2024 tem se mostrado surpreendentemente estável. A maior queda registrada até agora foi de apenas 5,5%, tornando-o um dos períodos menos voláteis da história recente.
Essa estabilidade é notável, especialmente diante das preocupações constantes com taxas de juros, inflação e riscos geopolíticos. 
Historicamente, o mercado tende a apresentar uma queda média anual de 14,2% e, mesmo excluindo os períodos de baixa, a queda ainda é de 10,1%. Isso sugere que mesmo os mercados fortes enfrentam retrações temporárias.
Portanto, a queda de 5% observada até agora em 2024 pode não ser a última. As incertezas podem ressurgir e causar mais volatilidade no mercado, embora não esperemos que sejam prolongadas ou severas.
Quanto ao corte nas taxas de juros, muitos estão otimistas de que o primeiro corte pelo Federal Reserve acontecerá em setembro. O Monitor de Juros do Fed do Investing.com reflete essa expectativa, atribuindo atualmente uma probabilidade de 47% para um corte até a reunião de 18 de setembro.
Os investidores continuam atentos a sinais significativos. Será que esse possível corte nas taxas poderá ser o catalisador que sustentará o atual mercado em alta?
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