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Inflação, Fiscal e Covid no Radar

Publicado 19.11.2021, 09:29
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Não dá para relaxar. Incertezas fiscais, inflação pairando, no Brasil e no mundo, assim como mais uma onda da Covid colocam todos de “barba de molho”. Quinta-feira tivemos mais um pregão no negativo (o quarto seguido). Na semana as perdas já chegam a 3,68%, no mês 1,04% e no ano 13,94%. São maiores as dúvidas sobre o “tempo” da PEC dos precatórios no Senado, podendo devolvê-lo à Câmara, pelas mudanças aventadas, tumultuando tudo. Sem clareza sobre este desfecho, os investidores assumem uma atitude defensiva e migram para outros ativos, comprando dólar e aumentando os prêmios nos juros futuros. 

No mundo, os bancos centrais se movem diante dos riscos inflacionários, já que a demanda aparece com força, num esforço de mostrar que o pior já passou, e crises no abastecimento se acumulam, impactando nos custos finais. Para piorar, países que não cumpriram o protocolo de vacinação com a devida rapidez, experimentam agora um surto perigoso de Covid. Um deles, a Alemanha, em que o negacionismo influenciou, com muitos não tomando vacina.

Sobre a Covid

Segundo a chanceler Ângela Merkel, “acima de certa taxa de hospitalização local, o acesso a grandes áreas da vida pública será limitado a vacinados e recuperados”. Segundo as autoridades, “a Alemanha terá um Natal terrível sem novas medidas contra Covid-19”. Nas últimas 24 horas, foram mais de 65 mil casos, um novo recorde desde o início da pandemia. "No momento, estamos caminhando para uma emergência grave", alerta Lothar Wieler, do Comitê de Saúde. Segundo ele, “a Alemanha precisa aumentar a taxa de vacinação total para 75% da população; atualmente, o índice está em 68%. Há regiões onde este percentual não chega a 58%. Uma resposta unificada para os novos casos de Covid está em curso. O Comitê de vacinas da Alemanha recomendou a terceira dose da vacina contra a covid para todas as pessoas com mais de 18 anos.

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Cenário político

Na Europa, o candidato Lula da Silva, com “toda sua folha corrida”, se movimenta lépido entre Macrons, Zapateiros e outros; no mundo árabe, Bolsonaro se gaba por estar fechando vários acordos com sheiks, senhores nos seus respectivos “feudos petrolíferos”; no Brasil, Moro costura acordos, e algum apoio se observa. Claro! Seu objetivo, resgatar a Lava Jato e reafirmar algo que já deveria ser sabido por todos, mas negado por alguns, “lugar de bandido é na cadeia”. Uma das cabeças de ponte será resgatar a auto-estima do brasileiro, reafirmar que não devemos ser lenientes com corruptos e combater a miséria. Sua agenda, aliás, tem a colaboração de Affonso Celso Pastore e de outras figuras de proa da sociedade brasileira. Quanto mais gente apoiar, melhor será para a sua trajetória para 2022. O fato é que temos uma campanha antecipada, segundo Guedes, “saindo do terreno da civilidade para o mundo da guerra política insana”.

No Congresso

A PEC dos precatórios continua em negociações e quanto mais mudanças os senadores aventarem, pior será, pois terá que retornar à Câmara, e alternativas terão que ser colocadas na mesa. Fernando Bezerra, relator, não descarta o fatiamento da PEC, com a incorporação de algumas sugestões, mantendo o texto da Câmara. Uma opção, neste caso, seria promulgar parte da PEC e enviar à Câmara uma PEC paralela. Não descartamos, no entanto, um retorno à Câmara de todo o texto. Segundo o relator, já são 52 votos para a aprovação, sendo necessários 49 num universo de 81. O que se observa é que Bolsonaro mais atrapalha do que ajuda nas articulações políticas, através das suas insanas declarações fora de hora. Ter falado em recursos para reajuste de servidores, sempre pensando no seu capital político, foi “mais um tiro no pé”. Lira se mostra incomodado, agora se aproximando mais de Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, um independente. Para ele, não existe espaço para reajuste aos servidores. Guedes, no entanto, acha que com o pior da pandemia ficando para trás, os gastos com saúde tendem a ser menores, o que sobrará para este reajuste, não descartando também ir para a segurança.  

Fed 

Um dos pontos em debate sobre o banco central americano é saber se Jerome Powell, presidente atual, continua ou sai para a entrada de Lael Brainard, mais dovish. Dentre os diretores regionais do Fed, Evans se preocupa com o timing da inflação, recomendando que depois do tapering, entre junho e julho de 2022, seria de bom grado analisar uma elevada da taxa de juros. Acredita ele que estes ajustes devem se manter graduais

MERCADOS

No Brasil, ao que parece, o “Touro de Ouro”, instalado em frente a B3 (SA:B3SA3), não trouxe bons ares e fechamos a quinta-feira com quarto pregão no negativo. O Ibovespa recuou 0,51%, a 102.426 pontos, menor patamar em 2021. Na semana as perdas chegam a 3,68%, no mês 1,04% e no ano 13,94%. 

Na madrugada do dia 19/11, na Europa (05h12), os mercados futuros operavam EM ALTA: DAX (Alemanha) avançando 0,21%, a 16.255 pontos; FTSE 100 (Reino Unido), +0,28%, a 7.276 pontos; CAC 40 +0,40%, a 7.170 pontos, e EuroStoxx50 +0,29%, a 4.396 pontos. Cautela pelo risco de contaminação da Covid na Europa Oriental segue na ordem do dia. 

Na madrugada do dia 19/11, na Ásia (05h11), os mercados operaram EM ALTA: S&P/ASX (Austrália), +0,23%, a 7.396 pontos; Nikkei (Japão) +0,50%, a 29.745 pontos; KOSPI (Coréia), +0,80%, a 2.971 pontos; Shanghai +1,13%, a 3.560, e Hang Seng, -1,25%, a 25.002 pontos.

No futuro nos EUA, as bolsas de NY, NO MERCADO FUTURO, operavam EM ALTA neste dia 19/11 (05h05): Dow Jones, +0,40%, 35.955 pontos; S&P 500, +0,39%, a 4.720 pontos, e Nasdaq +0,43%, a 16.554 pontos. No VIX S&P500, 20,32 pontos, -0,88%. No mercado de Treasuries, US 2Y AVANÇANDO 1,35%, a 0,5088, US 10Y +0,78%, a 1,599 e US 30Y, +0,48%, a 1,982. No DXY, o dólar +0,19%, a 95,727, e risco país, CDS 5 ANOS, a 237 pontos. Petróleo WTI, a US$ 79,11 (+0,89%) e Petróleo Brent US$ 81.98 (+0,91%). Gás Natural AVANÇANDO 1,61%, a US$ 4,98 e Minério de Ferro, +2,49%, a US$ 536. 

Na agenda desta SEXTA-FEIRA (dia 19), Monitor do PIB em setembro, segundo a FGV, deve confirmar o recuo do IBC-Br, mantendo o cenário de recessão técnica, por dois trimestres seguidos de queda.  

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